27 de maio, 2018

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“Fátima tem estado comigo ao longo de toda a minha vida e os grandes passos têm sido dados mão na mão com Nossa Senhora”, afirmou D. José Bettencourt à Sala de Imprensa

Novo Núncio Apostólico na Geórgia e na Arménia presidiu este domingo à Missa internacional no Santuário

O novo representante da Santa Sé na Geórgia e na Arménia, países de forte tradição cristã e que integraram a ex União Soviética, deslocou-se a Fátima, a convite do Santuário, onde presidiu à Missa internacional este domingo, antes de partir para a sua nova missão diplomática, a primeira como Núncio.

“Fátima tem estado comigo ao longo de toda a minha vida e os grandes passos têm sido dados mão a mão com Nossa Senhora” referiu numa entrevista à Sala de Imprensa do Santuário.

“Antes de caminhar para a missão e atendendo a várias vozes que se faziam presentes,  pensei e achei que devia vir a Fátima” precisou sublinhando a “grande relação” que tem com o espaço e com a mensagem, seja num plano pessoal seja num plano mais eclesiástico.

“Tenho uma grande relação com Fátima desde criança”, afirmou destacando que a primeira viagem fora do Canadá, país para onde emigrou com a família com apenas três anos de idade, foi a Fátima, com 10 anos. Uma relação que se viria a estreitar com o “pedido formal para o diaconado e para o sacerdócio” que foi “escrito em Fátima há 25 anos”, que se completam no próximo dia 29 de maio, data em que assinala as bodas de prata da ordenação sacerdotal.

“Acho que a Providência abriu o caminho e indicou-me que eu deveria vir a Fátima antes de iniciar a minha missão em países da Ex união soviética, que testemunharam a sua fé cristã com tantos sacrifícios, mas também com tanta dignidade” esclareceu o arcebispo de Cittanova, um território da Croácia, cuja jurisdição eclesiástica lhe foi atribuída pelo Papa Francisco no passado dia 26 de fevereiro, data do anúncio da sua nomeação episcopal.

Por outro lado, adianta, “Fátima ajuda-nos a interiorizar, a refletir e a ter uma visão do mundo de outro modo, dando-nos a confiança e o conforto de sabermos que não estamos sós. Aqui sentimos o conforto da Mãe sempre atenta aos filhos e isso coloca-nos mais perto de Deus”.

“Fátima é isso: ajuda-nos a ver o mundo com outra esperança” frisou lembrando que é essa esperança que vai levar consigo para territórios onde o cristianismo é muito antigo mas nem sempre respeitado.

“Durante o período da revolução bolchevique mataram-se 80 mil sacerdotes ortodoxos. Hoje com a voragem dos dias podemos correr o risco de nos esquecermos de que há gente que morre e é perseguida porque professa uma religião. Nós não podemos ignorar esse facto e temos de ter a coragem de fazer mais por esses irmãos que lutam pela liberdade religiosa”, refere o prelado. E, olhando para a devoção popular nessas zonas, tão chegada a Nossa Senhora, a igreja tem que tirar alguns ensinamentos.

“Fátima tem uma força muito própria” e “não sou só eu que o digo. O Papa Bento XVI, com quem estive ontem (sábado) antes de vir para Fátima, e que é o grande teólogo do nosso tempo, já o disse: `Fátima é uma fonte de grande esperança para os católicos´”.

D. José Bettencourt lembrou a este propósito o encontro que teve com o Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, na manhã de sábado, e depois o encontro com Bento XVI, para sublinhar o quanto lhe pediram para que quando chegasse a Fátima rezasse por eles.

“Ambos sabem que estou em Fátima e o que mais ouvi nestes dois últimos dias foi quando chegares a Fátima reza por mim. Fátima é um lugar que chama à oração e as pessoas sentem-se interpeladas. Essa ligação com o transcendente tem uma força muito própria aqui neste lugar e eu diria que é um dom do Céu concedido a este lugar que nós temos de partilhar”, reforçou ainda.

“O Papa Bento XVI tem lembranças muito vivas de Fátima. Na expressão e no olhar vi uma grande ternura para com Fátima; aliás  pediu-me para transmitir as felicitações ao Senhor D. António Marto de quem guarda ótimas lembranças”.

Nomeação de D. António Marto dita um "novo patamar para Fátima"

Na entrevista que concedeu à Sala de Imprensa o prelado comentou, ainda, a recente nomeação de D. António Marto para cardeal.

“É um grande reconhecimento para Fátima e a chancela para a sua ação  evangelizadora no mundo mas é, também, o reconhecimento do papel pessoal do Senhor D. António Marto na difusão dessa Mensagem deixada há cem anos por Nossa Senhora”.

Por outro lado, “é um grande reconhecimento para Portugal que tem quatro cardeais vivos e isso é o reconhecimento do papel que a igreja portuguesa tem no mundo”.

“Portugal na sua história é um país na vanguarda da evangelização; esta nomeação é o reconhecimento da nossa religiosidade mas é sobretudo um reconhecimento e o ditar de um novo patamar para Fátima reconhecendo o seu papel no passado e o que tem para oferecer ao mundo no presente e no futuro”, concluiu o prelado de origem açoriana.

D. José Avelino Bettencourt, diplomata de carreira da Santa Sé, é natural da ilha de São Jorge nos Açores, tendo acompanhado a sua família que emigrou para o Canadá, onde foi ordenado padre em 1993, fazendo parte do presbitério de Otava.

O sacerdote frequentou a Academia Eclesiástica em Roma, tendo-se formado em Direito Canónico, e entrou no serviço diplomático da Santa Sé em 1999.

Depois de ter trabalhado na representação diplomática da Santa Sé na República Democrática do Congo, D. José Bettencourt passou à secção para as relações com os Estados, do Vaticano.

No departamento do protocolo da Secretaria de Estado, além das relações com o corpo diplomático, encarregava-se dos procedimentos relativos ao acordo [agrément] para os novos embaixadores, como acontece neste momento com a representação de Portugal junto da Santa Sé.

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