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Cronologia anotada dos três videntes de Fátima

1907.03.28 | Lúcia de Jesus nasce, em Aljustrel.

Lúcia de Jesus nasce, em Aljustrel, última de seis filhos de Maria Rosa e António dos Santos. A data de nascimento indicada no assento de batismo é 22 de março, uma divergência explicada pela própria Lúcia, na sua Quinta Memória: «Quando eu nasci – ouvi contar a minha Mãe, numa entrevista com o Dr. Formigão, que a interrogou, perguntando em que dia eu fazia anos – a Mãe respondeu: "Nós dizemos que é no dia 22 de março, porque ela foi registada como tendo nascido neste dia, mas, na verdade, não é bem assim. Ela nasceu no dia 28 de março de 1907. Era Quinta-Feira Santa; pela manhã, fui à Santa Missa e comunguei, pensando voltar de tarde, a visitar o Santíssimo, mas já não pôde ser, que, nessa tarde, nasceu ela [...]. O Pai tratou logo do batizado. Não lhe convinha na próxima semana, por motivo dos seus trabalhos, mas, como estava mandado que os pais levassem os filhos a batizar aos oito dias, depois de nascidos – que, de contrário, pagavam multa –, o Pai resolveu dá-la como nascida no dia 22, para que o pároco a batizasse no Sábado de Aleluia, que era o dia 30 do mesmo mês."»

Lúcia foi, portanto, batizada, em Fátima, em 30 de março de 1907, tal como o confirma o assento de batismo lavrado pelo pároco.

Memórias da Irmã Lúcia II. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 13; cf. Assento n.º 31/1907 do Livro de Baptismos da Paróquia de Fátima, Registo Civil de Vila Nova de Ourém.

 

1908.06.11 | Francisco nasce, em Aljustrel.

Francisco nasce, em Aljustrel, penúltimo dos sete filhos de Manuel Pedro Marto e Olímpia de Jesus. É batizado em 20 de junho de 1908, na Igreja Paroquial de Fátima, tal como consta do seu assento de batismo.

Assento n.º 39/1908 do Livro de Baptismos da Paróquia de Fátima, Registo Civil de Vila Nova de Ourém.

 

1910.03.05 | Jacinta nasce, em Aljustrel.

Jacinta nasce, em Aljustrel, sétima e última filha de Manuel Pedro Marto e Olímpia de Jesus. É batizada em 19 de março de 1910, na Igreja Paroquial de Fátima, como indica o seu assento de batismo.

Embora a data oficial do seu nascimento seja o dia 11 de março, é provável que a data de nascimento da Jacinta tenha sido alterada pelos pais, tal como sucedeu com a da Lúcia e pelos mesmos motivos. Num dos apontamentos de Manuel Nunes Formigão, surgem as seguintes anotações relativas à vidente: «Jacinta 5 de Março» e «Jacinta de Jesus, fez 7 a 5 de Março».

Cf. Assento n.º 19/1910 do Livro de Baptismos da Paróquia de Fátima, Registo Civil de Vila Nova de Ourém; cf. Documentação Crítica de Fátima, vol. I. Fátima: Santuário de Fátima, 1992, p. 92 e 97.

 

1913 | Lúcia recebe a Primeira Comunhão.

Lúcia recebe a Primeira Comunhão, na Igreja Paroquial de Fátima.
Tendo apenas seis anos, o pároco achou prudente que Lúcia esperasse pelo ano seguinte para receber a comunhão, como relata a própria na sua Segunda Memória, redigida em 1937. É o Padre Cruz quem, estando, na altura, de visita à paróquia e surpreendido pelos conhecimentos catequéticos da criança, intercede junto do pároco. No dia da comunhão, Lúcia formula a prece: «Senhor, fazei-me uma santa, guardai o meu coração sempre puro, para Ti só.»

Memórias da Irmã Lúcia I. 14.ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 69-73.

 

1915 | Lúcia e três companheiras avistam uma «como que nuvem... com forma humana».

Na sua Quarta Memória, Lúcia indica que, nesse ano, «na companhia de três companheiras, [...] vi que sobre o arvoredo do vale que se estendia a nossos pés pairava uma como que nuvem, mais branca que neve, algo transparente, com forma humana. As minhas companheiras perguntaram-me o que era. Respondi que não sabia. Em dias diferentes, repetiu-se mais duas vezes.»

Memórias da Irmã Lúcia I. 14.ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 168.

 

1916 | Um Anjo aparece, por três vezes, às três crianças-pastores.

Francisco, com 8 anos de idade, e Jacinta, com 6, começam a pastorear o rebanho de seus pais.

Na Segunda e Quarta Memórias de Lúcia, redigidas respetivamente em 1937 e 1941, Lúcia deixa o registo mais completo das aparições do Anjo, por três vezes, na primavera, verão e outono, aos três pastores de Fátima, Jacinta, Francisco e a própria Lúcia. O Anjo, que se apresenta como Anjo da Paz e ainda como Anjo de Portugal, convida-os a uma vida comprometida com os «desígnios de misericórdia» de Deus.

Cf. Memórias da Irmã Lúcia I. 14.ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 77-79; 169-171.

 

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1917.05.13 | A Senhora do Rosário aparece às três crianças-pastores pela primeira vez.

Na Cova da Iria, local onde se encontravam com os rebanhos, os videntes dão conta da aparição de uma Senhora «mais brilhante que o sol» que lhes diz ser «do Céu». A Senhora pede-lhes que voltem à Cova da Iria «seis meses seguidos, no dia 13 a esta mesma hora», indicando-lhes que, na aparição final, lhes revelaria quem era e o que queria. Entretanto, convoca os pastorinhos: «Quereis oferecer-vos a Deus?»

Memórias da Irmã Lúcia I. 14.ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 82; 172-175.

 

1917.05.27 | Lúcia é submetida ao primeiro questionário acerca das aparições.

Lúcia é submetida ao primeiro de muitos questionários acerca das aparições. O primeiro entrevistador é o pároco de Fátima, Manuel Marques Ferreira, que regista por escrito apontamentos dos seus vários diálogos com os videntes. Essas notas conservam-se como registo histórico do acontecimento-Fátima, ao lado dos apontamentos de muitos outros interrogatórios aos três videntes realizados por, entre vários outros, Manuel Nunes Formigão, Carlos Azevedo Mendes e José Ferreira Lacerda.

Documentação Crítica de Fátima, vol. I. Fátima: Santuário de Fátima, 1992. O primeiro interrogatório do pároco de Fátima encontra-se nas páginas 5-9.

 

1917.06.13 | A Senhora do Rosário aparece às três crianças-pastores pela segunda vez.

A segunda aparição ficada selada pela promessa da Senhora do Rosário a uma Lúcia entristecida com a perspetiva de ficar sozinha: «E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus».

Cf. Memórias da Irmã Lúcia I. 14.ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 175.

 

1917.07.13 | A Senhora do Rosário aparece às três crianças-pastores pela terceira vez.

Na aparição de julho, a Senhora revela às três crianças o que ficou conhecido como o Segredo de Fátima, que consta de uma visão em tríptico: a primeira cena apresenta uma visão do inferno; a segunda aponta a devoção ao Imaculado Coração de Maria; a terceira retrata a Igreja mártir a caminho da Cruz.

Cf. Memórias da Irmã Lúcia I. 14.ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 176-177; 205-213.

 

1917.08.13 | Os videntes são retidos em Ourém e a Senhora do Rosário aparece pela quarta vez, em 19 de agosto, às três crianças-pastores.

De acordo com testemunhos diversos, as três crianças são levadas para Vila Nova de Ourém pelo Administrador do Concelho, Artur de Oliveira Santos. É o próprio quem, por escrito, o confirma: «Exercia eu então o cargo de Administrador do Concelho e na madrugada do referido dia 13, tendo deixado de prevenção uma força da G.N.R. na sede do concelho, dirijo-me em companhia do oficial da Administração Candido Alho à povoação de Aljustrel, no intuito de trazer as três protagonistas para esta vila, afim de evitar a continuação da especulação clerical que, em torno delas, se estava fazendo. Já junto da casa de habitação dos pais do Francisco e da Jacinta, se encontrava o padre João, pároco em Porto de Mós, falando com a mãe, e junto a um pequeno largo, bastantes seminaristas. A Lúcia foi interrogada a meu pedido, pelo padre e reeditou o que já anteriormente tinha dito. Convenci os pais da Lúcia, do Francisco e da Jacinta e os padres para que as crianças fossem interrogadas pelo pároco da freguesia de Fátima, afim de se apurar alguma coisa de concreto e uma vez em Fátima em vez de as crianças seguirem para a Cova da Iria como esperavam mais de uma dezena de padres, consegui trazê-las para minha casa junto da minha família num carro previamente alugado.»

Depois de três dias em Ourém, e tendo sido submetidas, a crer no relato de Lúcia, a várias ameaças para que revelassem o segredo confiado pela Senhora, as três crianças são devolvidas às famílias em 15 de agosto.

Documentação Crítica de Fátima, vol. I. Fátima: Santuário de Fátima, 1992, p. 377-378; cf. Memórias da Irmã Lúcia I. 14.ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 51-54; 91-92; 146-147.

 

1917.09.13 | A Senhora do Rosário aparece às três crianças-pastores pela quinta vez.

As estradas «estavam apinhadas de gente» naquele dia 13 de setembro. «Ali apareciam todas (as) misérias da pobre humanidade», diz o olhar compassivo de Lúcia ao recordar a multidão. No encontro com a Senhora do Rosário, o sacrifício das crianças é reorientado para o essencial: «Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda». A alegria de Deus repousa na disponibilidade dos videntes para o dom de si em favor da humanidade.

Memórias da Irmã Lúcia I. 14.ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 179-180.

 

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1917.10.13 | A Senhora do Rosário aparece às três crianças-pastores pela sexta vez.

No dia da última aparição, em 13 de outubro, a Cova da Iria é presenteada com um mar de gente. O relato da edição de 15 de outubro do jornal O Século descreve aquilo que as cerca de 70 mil pessoas puderam ver no local: «Aos olhos deslumbrados d'aquele povo, cuja atitude nos transporta aos tempos bíblicos e que, pálido de assombro, com a cabeça descoberta, encara o azul, o sol tremeu, o sol teve nunca vistos movimentos bruscos fora de todas as leis cósmicas – o sol "bailou", segundo a típica expressão dos camponeses.»

Nesta última aparição, a Senhora apresenta-se aos videntes como a Senhora do Rosário.

Avelino de Almeida, O Século, Lisboa 37 (12876), 15 out. 1917, in: Documentação Crítica de Fátima, vol. III. Fátima: Santuário de Fátima, 2002, p. 241; cf. Memórias da Irmã Lúcia I. 14.ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 180-181.

 

1919.04.04 | Francisco morre, em Aljustrel.

Doente desde 18 de outubro de 1918, com a epidemia da pneumónica, Francisco recebe o sacramento da Reconciliação em 2 de abril de 1919 e o viático no dia seguinte. Falece, em sua casa, pelas 22 horas do dia 4 de abril. No seu processo paroquial, o pároco faz o seguinte aditamento: «O Francisco – Vidente – faleceu ás dez horas da noite, do dia 4 de abril corrente, vitimado por uma prolongada ralação de 5 meses de pneumónica, tendo recebido os Sacramentos com grande lucidez e piedade – E confirmou que tinha visto uma Senhora na Cova da Iria e Valinho.»

Assento n.º 21/1919 do Livro de Óbitos da Paróquia de Fátima.

 

1920.02.20 | Jacinta morre, em Lisboa.

A mais nova das três crianças de Fátima adoecera, tal como o seu irmão, no outono de 1918. Esteve internada no Hospital de Vila Nova de Ourém de 1 de julho a 31 de agosto de 1919, e foi novamente internada, agora no Hospital de D. Estefânia, em Lisboa, em 2 de fevereiro de 1920, onde foi operada e acaba por falecer. O seu corpo foi sepultado no cemitério de Vila Nova de Ourém.

Eurico Lisboa, um os médicos responsáveis pela hospitalização de Jacinta na capital, relata que «na tarde de 20 de fevereiro, 6ª feira, pelas 6 horas da tarde, a pequenita disse que se sentia mal e que desejava receber os Sacramentos. Foi chamado o digníssimo prior da freguesia dos Anjos, Sr. Dr. Pereira dos Reis, que a ouviu de confissão, cerca das 8 horas da noite. Disseram-me que a pequenita insistira para que lhe levassem o Sagrado Viático, com o que não concordou o Sr. Dr. Pereira dos Reis, por a ver aparentemente bem, prometendo levar-lhe Nosso Senhor, no dia seguinte. A pequenita insistiu em pedir a Comunhão, dizendo que morreria, em breve. E efetivamente, pelas 10 e meia da noite, faleceu com a maior tranquilidade, sem ter comungado.»

João de Marchi, Era uma Senhora mais brilhante que o sol. 7.ª ed. Fátima: Missões Consolata, 1966, p. 298; cf. Assento n.º 36/1920? do Livro de Óbitos da Paróquia dos Anjos, Lisboa.

 

1921.06.15 | A Senhora do Rosário aparece, pela sétima vez, a Lúcia, na Cova da Iria.

Lúcia visita a Cova da Iria, onde tem lugar a sétima aparição da Mãe de Deus, aludida em 13 de maio de 1917. O bispo de Leiria havia convidado Lúcia a deixar Aljustrel para se refugiar no Asilo de Vilar, no Porto. Lúcia tinha concordado, mas cedo se arrependera, acusando o peso da separação da família e dos locais que lhe eram familiares. Anos mais tarde, recorda no seu diário como, naquele dia, se dirigiu à Cova da Iria, onde, «ajoelhada e debruçada sobre a pequena grade que resguardava a terra que tinha alimentado a feliz carrasqueira onde Nossa Senhora pousou os Seus Imaculados pés, deixei as lágrimas correrem em abundância enquanto que pedia a Nossa Senhora perdão de não ser capaz de oferecer-Lhe desta vez, este sacrifício que me parecia superior as minhas forças. Recordava sim, esse mais belo dia 13 de Maio de 1917, em que tinha dado o meu "Sim" prometendo aceitar todos os sacrifícios que Deus quisesse enviar-me. E esta recordação era como que uma luz no fundo da alma, um escrúpulo que me não dava paz, e me fazia verter uma torrente de lágrimas. […] Por certo que, desde o Céu, o Teu maternal olhar me seguia os passos e no espelho Imenso da Luz que é Deus, viste a luta daquela a quem prometeste especial proteção. "Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus." Assim solícita, mais uma vez desceste à terra, e foi então que senti a tua mão amiga e maternal tocar-me no ombro; levantei o olhar e vi-Te, eras Tu, a Mãe Bendita a dar-me a Mão e a indicar-me o caminho; os Teus lábios descerraram-se e o doce timbre da tua voz restituiu a luz e a paz à minha alma: "Aqui estou pela sétima vez, vai, segue o caminho por onde o Senhor Bispo te quiser levar, essa é a vontade de Deus." Repeti então o meu "Sim", agora bem mais consciente do que, o dia 13 de Maio de 1917 e enquanto que de novo Te elevavas ao Céu, como num relance, passou-me pelo espírito toda a série de maravilhas que naquele mesmo lugar, havia apenas 4 anos, ali me tinha sido dado contemplar. Recordei a minha querida Nossa Senhora do Carmo e nesse momento senti a graça da vocação à vida religiosa e o atrativo pelo Claustro do Carmelo.»

No dia seguinte, Lúcia sai de Aljustrel, a caminho do Asilo de Vilar, no Porto, onde é admitida em 17 de junho, tomando o nome de Maria das Dores.

Diário da Irmã Lúcia, n. p.

 

1922.01.05 | Lúcia redige o primeiro relato das aparições.

Lúcia redige o primeiro relato escrito das aparições, no Asilo de Vilar.

Cf. António Maria Martins, Cartas da Irmã Lúcia. 2.ª ed. Porto: Livraria Apostolado da Imprensa, 1979, p. 80-84.

 

1924.07.08 | Lúcia responde ao interrogatório oficial da Comissão Canónica Diocesana sobre os acontecimentos de Fátima.

A última vidente de Fátima responde, no Porto, ao interrogatório oficial da Comissão Canónica Diocesana sobre os acontecimentos de Fátima, nomeada por D. José Alves Correia da Silva, bispo de Leiria. Este depoimento foi junto ao Processo Canónico Diocesano. Na sequência deste processo, o bispo de Leiria declarou, em 13 de outubro de 1930, na Carta Pastoral sobre o culto de Nossa Senhora da Fátima, «dignas de crédito as visões das crianças na Cova da Iria, freguesia de Fátima, desta Diocese, nos dias 13 de maio a outubro de 1917».

Cf. Documentação Crítica de Fátima, vol. II. Fátima: Santuário de Fátima, 1999, p. 123-146; 261-276.

 

1925.12.10 | Nossa Senhora e o Menino Jesus aparecem a Lúcia, em Pontevedra.

Lúcia acolhe a aparição de Nossa Senhora e do Menino Jesus, no postulantado das Irmãs Doroteias, em Pontevedra, onde a vidente dera entrada em 25 de outubro desse ano. Num manuscrito de 1927, redigido a pedido do seu confessor, Lúcia indica a devoção dos primeiros sábados como o convite específico desta aparição. Dois meses depois, a 15 de fevereiro de 1926, tem lugar uma nova aparição do Menino Jesus, que lhe «perguntou se já tinha espalhado a devoção a Sua SS. Mãe».

António Maria Martins, Cartas da Irmã Lúcia. 2.ª ed. Porto: Livraria Apostolado da Imprensa, 1979, p. 39-40; Memórias da Irmã Lúcia I. 14.ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 191-194.

 

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1926.10.02 | Lúcia inicia o noviciado em Tuy.

Lúcia inicia o noviciado em Tuy, tomando o nome de Maria Lúcia das Dores. Fará os seus votos temporários na Congregação das Irmãs Doroteias em 3 de outubro de 1928 e os perpétuos precisamente seis anos mais tarde.

 

1927.12.17 | Lúcia, em oração, escuta a voz de Jesus.

Inquieta com a dificuldade de satisfazer o pedido de Jesus sem revelar o segredo que lhe fora confiado, Lúcia reza junto ao Sacrário, na capela da comunidade, em Tuy. «Jesus, com voz clara, fez-lhe ouvir estas palavras: "Minha filha, escreve o que te pedem; e tudo o que te revelou a S.ma Virgem, na aparição em que falou desta devoção, escreve-o também".»

António Maria Martins, Cartas da Irmã Lúcia. 2.ª ed. Porto: Livraria Apostolado da Imprensa, 1979, p. 39; Memórias da Irmã Lúcia I. 14.ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 191.

 

1929.06.13 | Lúcia acolhe a visão da Santíssima Trindade, em Tuy.

Lúcia acolhe a visão da Santíssima Trindade, ilustrada com as palavras «Graça e Misericórdia». Segundo consta do apontamento feito pelo seu diretor espiritual, José Bernardes Gonçalves, à visão segue-se o pedido, feito pela Virgem do Coração Imaculado, da consagração da Rússia.

Memórias da Irmã Lúcia I. 14.ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 195-196.

 

1935.09.12 | Os restos mortais da Jacinta são trasladados para o cemitério de Fátima.

O corpo da vidente Jacinta Marto é trasladado para o cemitério de Fátima. O testemunho indireto de Lúcia dá conta de que «foi encontrado íntegro o rosto da Serva de Deus.»

Lúcia de Jesus, “Processo de Coimbra”, Positio super virtutibus Hyacinthae Marto. Roma, 1988, p. 340.

 

1935.12.25 | Lúcia conclui a sua primeira memória.

A última vidente termina a redação da primeira memória, dedicada à evocação da sua prima Jacinta e redigida em resposta a um pedido do bispo de Leiria.

 

1937.11.21 | Lúcia conclui a sua segunda memória.

Lúcia conclui a sua segunda memória.

 

1940.12.02 | Lúcia escreve a Pio XII.

Lúcia redige uma carta a Pio XII, na qual pede ao Santo Padre que «se digne estender e abençoar esta devoção [ao Imaculado Coração de Maria] a todo o Mundo», bem como «a consagração do Mundo ao Imaculado Coração de Maria, com menção especial da Rússia».

António Maria Martins, Cartas da Irmã Lúcia. 2.ª ed. Porto: Livraria Apostolado da Imprensa, 1979, p. 58-59.

 

1941.08.31 | Lúcia conclui a sua terceira memória.

A religiosa conclui a terceira memória, que havia sido pedida pelo bispo de Leiria, em 26 de julho de 1941.

 

1941.12.08 | Lúcia conclui a sua quarta memória.

Lúcia conclui a redação da quarta memória, em resposta ao pedido do bispo de Leiria de 7 outubro de 1941.

 

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1946.05.17 | Lúcia é enviada para a comunidade doroteia de Gaia.

A religiosa é enviada para a comunidade doroteia do Colégio do Sardão, em Vila Nova de Gaia. De 20 a 22 desse mês de maio, Lúcia regressa a Fátima, passadas duas dezenas de anos de ausência. Visita a Cova da Iria, a Loca do Cabeço, os Valinhos e Aljustrel.

 

1948.03.25 | Lúcia ingressa no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra.

Lúcia ingressa no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra. No dia 13 de maio, toma o hábito com o nome de Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado, fazendo os votos solenes em 31 de maio de 1949. Numa carta lavrada em 1954, Lúcia descreve a sua entrada na cela de carmelita: «Quando tive a felicidade de entrar no Carmelo, fui conduzida à cela e, ao entrar, fixei por alguns momentos a grande cruz despida que me abria os braços. A nossa Rev.da Madre Prioresa perguntou-me: "Sabe para que é esta cruz aqui, sem imagem?" E sem dar tempo a que eu respondesse, acrescentou: "É para que a Irmã nela se crucifique". Que belo ideal ser crucificada com Cristo!»

António Maria Martins, Cartas da Irmã Lúcia. 2.ª ed. Porto: Livraria Apostolado da Imprensa, 1979, p. 65.

 

1951.04.30 | Os restos mortais da Jacinta são trasladados para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

Os restos mortais da Jacinta são identificados e, em 1 de maio desse ano, trasladados para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

 

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1952.02.17 | Os restos mortais do Francisco são trasladados para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

1952.02.17 | Os restos mortais do Francisco são trasladados para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

 

1952.04.30 | D. José Alves Correia da Silva abre os Processos Informativos Diocesanos sobre a fama de santidade e virtudes de Francisco e de Jacinta.

D. José Alves Correia da Silva, bispo de Leiria, procede à abertura dos dois Processos Informativos Diocesanos sobre a fama de santidade e virtudes de Francisco e de Jacinta. De início, as causas de beatificação de Francisco e de Jacinta seguiram procedimentos independentes, tendo-se tornado uma causa comum apenas após o decreto das virtudes dos irmãos Marto. O processo de Francisco Marto contou com 63 sessões e 25 testemunhas. Já o de Jacinta Marto contou com 77 sessões e 27 testemunhas.

 

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1967.05.13 | Lúcia encontra-se com Paulo VI, em Fátima.

Por ocasião da peregrinação de Paulo VI, na celebração do Cinquentenário das Aparições de Fátima, Lúcia desloca-se a Fátima e encontra-se com o papa.

 

1977.07.11 | Lúcia recebe o cardeal Albino Luciani, em Coimbra.

Lúcia recebe o cardeal Albino Luciani, patriarca de Veneza e futuro papa João Paulo I, no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra.

 

1979.07.02 | O Processo Informativo Diocesano sobre a Jacinta é encerrado.

Encerramento do Processo Informativo Diocesano referente a Jacinta.

 

1979.08.01 | O Processo Informativo Diocesano sobre o Francisco é encerrado.

Encerramento do Processo Informativo Diocesano referente a Francisco.


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1982.05.13 | João Paulo II peregrina, pela primeira vez, a Fátima.

João Paulo II peregrina, pela primeira vez, a Fátima, numa viagem marcada pelo signo da gratidão pela proteção maternal da Mãe de Deus no atentado de que fora vítima, precisamente um ano antes, na Praça de S. Pedro, em Roma. São palavras de gratidão as que o pontífice oferece, na Capelinha das Aparições, em Fátima: «Vi em tudo o que se foi sucedendo – não me canso de o repetir – uma especial proteção materna de Nossa Senhora. E pela coincidência – e não há meras coincidências nos desígnios da Providência divina – vi também um apelo e, quiçá, uma chamada à atenção para a mensagem que daqui partiu, há sessenta e cinco anos, por intermédio de três crianças, filhas de gente humilde do campo, os pastorinhos de Fátima, como são conhecidos universalmente.»

Ali se dá o primeiro encontro da vidente Lúcia com o papa polaco.

Discurso do Papa João Paulo II ao Bispo de Leiria na chegada a Fátima, 12 de maio de 1982.

 

1989.02.23 | Lúcia conclui a sua quinta memória.

Lúcia conclui a redação da quinta memória, evocando a figura de seu pai, um texto que lhe fora repetidamente pedido por Luciano Guerra, à época reitor do Santuário de Fátima. A autora fez ainda dois aditamentos à memória em abril desse ano.

 

1989.05.13 | João Paulo II assina o decreto de heroicidade das virtudes do Francisco 

João Paulo II decreta a heroicidade das virtudes do Francisco. O mesmo faz para a sua irmã Jacinta. Os decretos das virtudes dos irmãos Marto, e a consequente concessão do título de veneráveis, representam um momento verdadeiramente significativo para a História da Igreja, na medida em que, pela primeira vez, e depois de um longo período de reflexão teológica iniciada precisamente em resposta à Causa dos dois pastorinhos de Fátima, é reconhecida a heroicidade das virtudes e a maturidade de fé de crianças não-mártires, abrindo assim o precedente para que a santidade das crianças seja reconhecida.

Parte deste debate teológico encontra-se publicado em Osservatore Romano, 10 de abril de 1981.

 

1991.05.13 | João Paulo II peregrina, pela segunda vez, a Fátima.

João Paulo II peregrina, pela segunda vez, a Fátima, encontrando-se uma vez mais com a última vidente, Lúcia de Jesus.

 

1993.03.25 | Lúcia conclui a sua sexta memória.

A carmelita termina a sua sexta memória, dedicada à figura de sua mãe.

 

1999.06.28 | João Paulo II promulga o decreto sobre o milagre da cura obtida através da intercessão do Francisco e da Jacinta.

João Paulo II promulga o decreto sobre o milagre da cura de Emília Santos, obtido através da intercessão do Francisco e da Jacinta. 

 

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2000.05.13 | João Paulo II peregrina, pela terceira vez, a Fátima e beatifica os videntes Francisco e Jacinta.

Na sua terceira e última peregrinação a Fátima, no curso do Jubileu do Ano 2000, João Paulo II beatifica os videntes Francisco e Jacinta Marto, apresentando-os à Igreja e ao Mundo como «duas candeias que Deus acendeu para iluminar a humanidade nas suas horas sombrias e inquietas». Proferido no Recinto de Fátima, o decreto papal anunciava: «Acolhendo o desejo expresso pelo nosso irmão dom Serafim bispo de Leiria-Fátima, por muitos outros irmãos no episcopado e por tantos fieis cristãos, depois de termos ouvido o parecer da Congregação da Causa dos Santos, com a nossa autoridade apostólica concedemos que, de hoje em diante, os veneráveis servos de Deus Francisco e Jacinta Marto sejam chamados beatos e possa celebrar-se anualmente, nos lugares e segundo as normas do direito, a festa de Francisco e Jacinta Marto no dia 20 de fevereiro. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.»

Nessa mesma data, a Lúcia, presente na beatificação dos primos, tem um encontro com o papa. Nos dias seguintes, a carmelita regressa aos locais da sua infância: Loca do Cabeço, Aljustrel e Igreja Paroquial de Fátima.

Cf. Decreto de beatificação dos veneráveis Francisco e Jacinta Marto; Homilia do Papa João Paulo II na cerimónia de beatificação dos Veneráveis Francisco e Jacinta, 13 de maio de 2000.

 

2005.02.13 | Lúcia morre no Carmelo, em Coimbra.

Lúcia falece no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra. Numa mensagem enviada ao bispo de Coimbra, por ocasião do funeral da carmelita, João Paulo II deixa um testemunho de amizade: «Lembro com emoção os vários encontros que tive com ela e os vínculos de amizade espiritual que ao longo do tempo foram-se intensificando. Sempre me senti amparado pela oferta quotidiana da sua oração, especialmente nos duros momentos de provação e de sofrimento. Que o Senhor a recompense amplamente pelo grande e escondido serviço que prestou à Igreja. Apraz-me pensar que para acolher a Irmã Lúcia, na sua piedosa passagem desta terra para o Céu, tenha sido precisamente Aquela que ela viu em Fátima, já faz tantos anos.»

Mensagem de João Paulo II para o funeral da Irmã Lúcia, Vaticano, 14 de fevereiro de 2005. 

 

2006.02.19 | Os restos mortais da Lúcia são trasladados para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

Os restos mortais da Lúcia são trasladados para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, sendo depositados ao lado dos da sua prima Jacinta.

 

2008.02.13 | Bento XVI acolhe o pedido de derrogação dos cinco anos de espera para a abertura da causa de beatificação da Lúcia.

No Carmelo de Coimbra, o cardeal José Saraiva Martins, então Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, anuncia que «Bento XVI, acolhendo benevolamente o pedido apresentado pelo bispo de Coimbra, D. Albino Mamede Cleto, e compartilhado por numerosos bispos e fiéis de todas as partes do mundo, derrogou os cinco anos de espera estabelecidos pelas normas canónicas, e dispôs que possa começar-se, apenas três anos depois da morte, a fase diocesana da causa de beatificação da Carmelita».

 

2008.04.30 | O bispo de Coimbra dá abertura à causa de beatificação da Irmã Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado.

O bispo de Coimbra procede à abertura da causa de beatificação da Irmã Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado.

 

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