10 de fevereiro, 2021

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Santuário de Fátima colabora com Estrutura de Apoio de Retaguarda (EAR) no tratamento de doentes com Covid-19

Centro Francisco e Jacinta Marto, dos Silenciosos Operários da Cruz, começou a acolher doentes a 14 de dezembro de 2020

 

O Centro Francisco e Jacinta Marto, dos Silenciosos Operários da Cruz, em Fátima, acolhe desde dezembro de 2020 uma Estrutura de Apoio de Retaguarda (EAR), para tratamento de doentes com Covid-19, na qual colabora o Santuário de Fátima através da presença voluntária da responsável pelo Posto de Socorros da instituição, a médica Ana Luísa Castro.

A religiosa, da Aliança de Santa Maria, é médica de formação, na especialidade de Medicina Geral e Familiar e, em declarações à Sala de Imprensa do Santuário adianta que os doentes ali tratados “estão numa situação estável”. Estas pessoas são maioritariamente provenientes de lares, mas há também doentes que vêm dos seus domicílios e de hospitais.

“Estas pessoas, não tendo necessidade de internamento, carecem ainda de alguns cuidados médicos”, explica. Esta estrutura, foi “crescendo com o tempo, consoante as necessidades”. A Ir. Ana Luísa, colabora “como voluntária médica, indicada pelo Santuário, durante três manhãs durante a semana”, com o intuito de “complementar o trabalho, porque há um grande volume de trabalho”.

“Vou também enquanto religiosa, procurando não descuidar essa dimensão espiritual e pessoal de cada pessoa, e gosto de visitar cada um, dizer-lhes que estão em Fátima, que estão perto de Nossa Senhora, e de alguma forma dar ânimo”, conta a religiosa da Aliança de Santa Maria.

Os doentes são maioritariamente oriundos da zona do Médio Tejo, mas há pacientes de todo o país.  

Desde o início da pandemia que o Santuário de Fátima se disponibilizou para ajudar na luta contra a pandemia disponibilizando equipamento de apoio- camas e espaços- à equipa de Proteção Civil Municipal e cedendo o espaço para a realização de testes rápidos orientados pela Cruz Vermelha Portuguesa. Neste caso concreto, ao Centro Francisco e Jacinta Marto, onde habitualmente decorre uma iniciativa da pastoral da fragilidade promovida pelo Santuário de Fátima- Vem para o Meio- Férias para Pais de Crianças Portadoras de Deficiência-, o Santuário disponibilizou dispositivos médicos de enfermaria, entre outros, suportes para soros e outros tratamentos venosos.  

“Desde enfermeiros, médicos, auxiliares, têm sido incansáveis, e é isso que tem mantido a estrutura a funcionar bem e isso é louvável”, enaltece a Ir. Ana Luísa Castro, ressalvando que toda esta situação “é delicada, os doentes idosos estão muito isolados, nem sempre é fácil o contacto entre eles e as famílias e eu creio que a presença de alguém que os visita, que os olha, que diz não estão sozinhos, mostrando disponibilidade com uma palavra mais amiga, mostrando o lado positivo, é muito importante nesta hora”.

Esta médica fala da importância de “ouvir, ter em conta a história de cada um, tocar na mão, abraçar, algo que com as proteções que temos é possível, e eles pedem-nos muito isso, o abraço”.

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Em 2020, houve um contacto já por parte das autoridades, “caso fosse necessário acolher pessoas, numa altura em que havia muitos surtos em lares em Portugal, se a casa estaria disponível”, conta a Ir. Cila Santos, religiosa dos Silenciosos Operários da Cruz, e Superiora Provincial desta mesma congregação.

“A comunidade aprovou e, claro, mostramos toda a disponibilidade para acolher as pessoas, e dar apoio na medida em que nos fosse possível”, explica a religiosa, em declarações à Sala de Imprensa do Santuário de Fátima.

Em dezembro, ultrapassadas todas as diligências, a Ir. Cila Santos revela que “foi de certa forma uma surpresa", quando souberam que as pessoas que iriam acolher eram doentes positivos com Covid-19.

“Há sempre um certo receio, porque é uma doença que desconhecemos, mas passado o choque inicial digamos, ficamos muito contentes, porque íamos acompanhando as notícias muito preocupantes, acerca do que estava a acontecer em Portugal, com hospitais a passar muitas dificuldades, e ao ver as pessoas chegar a nossa casa, foi um alívio, porque sabíamos que cada utente que chegava, era mais uma pessoa que podia ser tratada no hospital”, adianta a responsável.

O primeiro grupo de doentes chegou em meados de dezembro, e para que tudo decorresse com a máxima segurança, “o espaço em que os doentes estão, e o espaço onde a nossa comunidade vive foi tudo devidamente sinalizado e resguardado, de forma a que tudo corresse da melhor forma”.

Esta Estrutura de Apoio de Retaguarda, tem capacidade para acolher cerca de 60 doentes.

“A nossa colaboração passa por exemplo, por atender o telefone aos familiares e passar para os profissionais de saúde que estão no terreno”, conta, esclarecendo ainda que por vezes “o contacto com estes familiares preocupados, é também importante, pelo simples gesto de ouvir, e o dizermos que rezamos por estes doentes, pelos seus familiares, e mesmo sem saber se quem está do outro lado professa alguma fé, ou não, ficam gratos”.

A Ir. Cila Santos, conta que há já feedback de alguns doentes, que após a sua alta médica, “quase já não queriam ir embora por assim dizer, sentiram-se tão bem acolhidos, tão bem tratados, que não fossem as circunstâncias já por aqui ficariam”.

“Isto para nós, que acolhemos e cedemos a casa, é uma alegria, mostra que as pessoas foram tratadas com dignidade, mesmo num momento de fragilidade, em conformidade com aquilo que o nosso fundador Monsenhor Luís Novarese, instituiu como nosso carisma”, diz ainda, lembrando que mesmo não estando em contacto com os doentes, “sentimos que o nosso carisma se está a cumprir nesta missão que aqui está a acontecer”.

No perímetro traseiro do Centro Francisco e Jacinta Marto, existem alguns espaços verdes, e algumas laranjeiras, “um momento bonito é a nossa comunidade ir até lá, apanhar algumas laranjas, deixar nas janelas e os doentes com alegria poderem ver alguém, mesmo que de longe, que lhes acena, que lhes levou algo”.

“O isolamento é muito duro, quer para os doentes, quer para os profissionais”, considera a Ir. Cila Santos.

Em toda esta conjuntura, “a Igreja tem sido muito importante, acho que cada um está a fazer a sua parte; vejamos aqui, há pessoal médico, que estava de certa forma afastado das funções relacionadas com a saúde, e aqui está, de coração, em pleno, a dar o seu melhor”, sublinha, por outro lado.

“A Igreja faz-se presente, é o caso do Santuário que se disponibilizou para ajudar neste projeto, no que fosse necessário e há esta disponibilidade de acolher e ajudar”, concluiu a religiosa.

 Os Silenciosos Operários da Cruz, fundados por Monsenhor Luís Novarese e pela Irmã Elvira Myriam Psorulla em 1950, são uma Associação internacional privada de fiéis, reconhecida pelo Conselho Pontifício para os Leigos. 

O Dia Mundial do Doente, a 11 de fevereiro, vai ser celebrado em Fátima com uma missa na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, às 11h00, que será presidida pelo cardeal António Marto.

A celebração promovida pela Conferência Episcopal Portuguesa, e que integra o programa oficial atualmente em vigor na Cova da Iria, terá transmissão em direto pelos órgãos de comunicação social - Rádio Renascença, Rádio e TV Canção Nova e Meo Kanal707070- e digital - Santuário de Fátima e Agência Ecclesia- e tem como intenção lembrar todos os que sofrem os efeitos da pandemia.

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