08 de agosto, 2019

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Santuário tem em arquivo mais de 7.3 milhões de mensagens do “Correio de Nossa Senhora”

Na quarta visita temática à exposição “Capela-Múndi”, o coordenador do Serviço de Arquivo e Biblioteca do Departamento de Estudos do Santuário de Fátima falou sobre esta “riquíssima série documental”

 

André Melícias, coordenador do Serviço de Arquivo e Biblioteca do Departamento de Estudos do Santuário de Fátima, deu a conhecer ontem vários aspetos do “Correio de Nossa Senhora”, durante a quarta visita temática à exposição temporária comemorativa do centenário da construção da Capelinha das Aparições: “Capela-Múndi”, que, desde a sua inauguração, já levou mais de 195 mil visitantes ao Convívio de Santo Agostinho, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade, onde decorre.

Nesta quarta visita temática, o orador começou por apresentar alguns números desta série documental que fez reunir no aruivo do Santuário, desde o início do século, mais de 7 milhões e trezentas mil mensagens e orações deixadas por peregrinos a Nossa Senhora na Capelinha das Aparições, mensagens estas que se encontram acondicionadas em 1.948 unidades de instalação, ordenadas em 350 metros lineares de estanteria, numa organização que pode ser constatada num dos núcleos da exposição.

Recorrendo ao exemplo de algumas das primeiras mensagens, André Melícias falou de seguida sobre o seu sentido, o circuito que seguem, o seu conteúdo e apresentou alguns dos problemas que derivam da gestão desta série documental.

Sobre o sentido das mensagens, o coordenador do Serviço de Arquivo e Biblioteca do Departamento de Estudos do Santuário de Fátima sublinhou o fato das mesmas permitirem a "materialização da oração, perpetuando-a no tempo" e ainda a vantagem das mesmas “vencerem a distância física” que muitas vezes separa os fiéis de Nossa Senhora.

Depois de serem depositadas na peanha onde se encontra a imagem de Nossa Senhora, na Capelinha das Aparições, as mensagens geradas pelos fiéis – que são entregues em mão aos vigilantes que ali se encontram, chegam por correio normal ou por correio eletrónico –, são arquivadas pelas Irmãs Oblatas Maria Virgem de Fátima, esclareceu o orador. Trata-se sobretudo de “pedidos de oração, de agradecimento, desabafos, pedidos concretos de intercessão, que permitem conhecer os contextos familiares e históricos de uma determinada época”, esclareceu, a propósito do conteúdo e interesse das mesmas.

Segundo André Melícias, a “grande dimensão desta série” levanta alguns problemas decorrentes à sua gestão, nomeadamente: o grande espaço de armazenamento que requer e os recursos que exige, assim como a gestão dos acessos por forma a torná-la disponível à pesquisa de investigadores.

Ainda sobre a possibilidade de consulta desta série, André Melícias sublinhou a necessidade do respeito à intimidade dos autores das mensagens, num aspeto que é salvaguardado no acesso diferido por um prazo de proteção de 50 anos - superior ao que está previsto pela legislação portuguesa –, e por um compromisso estabelecido com os investigadores, que prevê o cumprimento de algumas regras éticas.

“Fica-nos a convicção de que a opção do Santuário de Fátima em recolher e tratar estas mensagens em ordem ao seu estudo é legítimo e é uma forma de valorizar a devoção e a fé daqueles que lhe deram ânimo. Esta documentação é riquíssima do ponto de informacional… Pode trazer dados novos à compreensão dos processos históricos do último século, ao nível nacional e internacional”, concluiu o coordenador do Serviço de Arquivo e Biblioteca do Departamento de Estudos do Santuário de Fátima.

A próxima visita temática, que tem como tema "Agradecer através da imagem: ex-votos portugueses da Época Moderna" e que acontece a 4 de setembro, às 21h15, Isabel Drumond Braga, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e historiadora da Época Moderna, vai falar a propósito dos ex-votos à Virgem de Fátima.

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