12 de agosto, 2021

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“As numerosas velas que ardem diante da imagem de Nossa Senhora são o sinal da consolação de Jesus que Nossa Senhora nos traz”, afirma cardeal Jean-Claude Hollerich

Peregrinos foram desafiados a promover um mundo “mais justo” e “fraterno” pelo arcebispo do Luxemburgo, que elogiou a fé das mulheres portuguesas

 

O cardeal Jean-Claude Hollerich, arcebispo do Luxemburgo, presidiu esta noite à primeira grande celebração da peregrinação aniversária de agosto em Fátima e desafiou os cristãos a comprometerem-se com um mundo mais justo e fraterno. 

“Como cristãos, nós não somos passivos neste mundo. O mundo está-nos confiado pelo Deus Criador, nós devemos fazê-lo frutificar. Isso pode tornar-se num compromisso para com a ecologia, o compromisso por um mundo mais justo, por um mundo mais fraterno, em vista de `um nós cada vez maior´”, recordou destacando o título da mensagem do papa Francisco para o Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados que se celebra a 26 de setembro e que a Obra Católica Portuguesa das Migrações antecipa nesta 49ª Semana Nacional dos Migrantes que se integra na peregrinação de agosto.

“Os grandes compromissos serão válidos se mostrarem os seus frutos de paz, justiça e defesa do bem-comum, na vida concreta do dia-a-dia”, afirmou.

“O mundo tem sede, o mundo precisa de mais amor, o mundo tem sede de amor, paz e justiça! Não sejamos apenas daqueles que consomem a água que Deus nos oferece para uso próprio; procuremos ajudar Deus, para que a nossa vida sirva para partilhar esta água com os outros, os que têm fome e sede de justiça das bem-aventuranças”, afirmou o cardeal aos peregrinos que participaram esta quinta-feira à noite nas celebrações da peregrinação de agosto, comumente designada como a `Peregrinação nos Migrantes´.

A partir da liturgia proclamada, que nos apresentou a simbologia da água no itinerário cristão, o prelado luxemburguês salientou que é desta água que o mundo precisa para sarar as suas feridas. E, deixou um elogio às mulheres portuguesas que na sua religiosidade sabem saborear o valor desta água.

“Nós temos necessidade da água da consolação. Em muitas das igrejas que frequentamos há habitualmente uma imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. As numerosas velas que ardem diante da imagem de Nossa Senhora são as testemunhas das nossas orações. São também o sinal da consolação de Jesus que Nossa Senhora nos traz”, afirmou.

“O carácter de Maria é semelhante ao carácter de muitas mulheres portuguesas, cabo-verdianas e brasileiras que eu conheço no Luxemburgo. Como Maria são mulheres fortes”, destacou.

“Como Maria une a igreja primitiva, assim as mulheres portuguesas mantém a sua família unida. Elas fazem-no pelo seu trabalho. Elas querem assegurar um futuro para os seus filhos. À noite, cansadas, ocupam-se ainda da casa e cozinham alimentos que alegram a alma e o corpo da sua família. Por vezes, como Maria, elas têm o coração amargurado e triste, mas não o mostram para não espalharem desolação e preocupação. Querem garantir a união” salientou.

“Estou certo de que é ao pé de Jesus e de Maria que estas mulheres portuguesas encontram a sua força e a sua alegria” disse ainda deixando um elogio às mulheres portuguesas, pela sua tenacidade na defesa da fé.

“Elas nos mostram o que é ser cristão: beber nas fontes da salvação, saborear já aqui as alegrias da eternidade. Elas sabem que esta água fresca que Deus nos oferece, deve ser partilhada com outros” afirmou.

“Caras mulheres, peregrinas de Fátima que aqui estais com vossas famílias: muito obrigado pelo vosso magnífico testemunho!”.

E, prosseguiu: “Partilhar a água, partilhar a graça, é  um grande desafio; é necessário criar canais de irrigação, é  necessário projetar os terrenos, com  visão e criatividade” salientou. 

“Rezemos a Nossa Senhora do Rosário de Fátima para que, dos nossos lamentos e das nossas feridas, possa brotar a  água da vida. Queridas irmãs, queridos irmãos migrantes e refugiados: deixemos que Deus transforme os nossos desertos em terrenos cultivados porque irrigados pela beleza e bondade do Deus de Jesus Cristo, nosso Senhor e nossa água Viva”, terminou o prelado que preside pela segunda vez a uma grande peregrinação aniversária de agosto em Fátima, que celebra a quarta aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos, a única que não teve lugar na Cova da Iria, mas nos Valinhos, a 19 de agosto.

A peregrinação de agosto prossegue esta sexta-feira, às 9h00, com a oração do Rosário e depois a Missa internacional, durante a qual será proferida uma Palavra ao Doente. A peregrinação termina com a Procissão do Adeus.

Ainda esta sexta-feira haverá a evocação da queda do Muro de Berlim, uma oração integrada no Rosário Internacional das 21h30.

Inaugurado em 13 de agosto de 1994, este monumento, no recinto de Oração, é um bloco do muro que, construído na noite de 12 para 13 de agosto de 1961, dividiu a cidade de Berlim durante quase trinta anos, vindo a ser demolido em novembro de 1989. O bloco, que pesa 2,6 toneladas e mede 3,6 por 1,2 metros, foi oferecido por um português residente na Alemanha. O arranjo do monumento é do arquiteto José Carlos Loureiro.

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