07 de maio, 2023

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“A pressa da mensageira celeste e a radicalidade dos pastorinhos” sintonizam Fátima com a JMJ, refere ir. Maria Rita Ornelas

Religiosa da Congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima integra Comité Local Organizador da Jornada e é a convidada do podcast #fatimanoseculoXXI de maio

 

O episódio da Visitação de Maria à prima Isabel, narrado no Evangelho de Lucas, que dá mote ao tema do ano pastoral em Fátima, e une o Santuário à Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, encontra na mensagem de Fátima um paralelismo sem precedentes: a pressa com que Maria anuncia a boa nova à prima é a mesma pressa com que a “mensageira celeste se apresenta aos pastorinhos” e recebe de imediato “o seu compromisso”, afirma a convidada do podcast #fatimanoseculoXXI de maio, ir. Maria Rita Ornelas.

A religiosa da Congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima considera, por isso, que o lema da jornada “está muito próximo da Mensagem e do acontecimento de Fátima”.

“Nossa Senhora apressadamente desceu do Céu à Terra para deixar uma série de mensagens à humanidade. Tal como teve pressa em visitar a sua prima Isabel também teve pressa em deixar algumas mensagens do Céu aos jovens pastores e eles, mesmo sem saberem ao que iam disseram sim”, refere retomando o essencial do diálogo narrado por Lúcia nas suas memórias sobre a primeira Aparição  a 13 de maio de 1917.

“Na primeira aparição ao convite feito por Nossa Senhora -  quereis oferecer-vos a Deus?-  os três pastorinhos, que são patronos dos jovens da diocese de Leiria-Fátima que participarão na JMJ, de forma imediata, mesmo sem saberem ao que iam, disseram sim. Esta simplicidade, esta radicalidade é um exemplo para nós e deve estar presente na vida de cada um”.

“A mensageira celeste da boa nova e, depois, o exemplo dos pastorinhos, cada um de sua maneira- o Francisco contemplativo e a Jacinta que queria meter no peito de todos esse ardor de Deus que ela sentia no seu peito-  são exemplos que devem tocar, e estou certa que o farão, os jovens de todo o mundo”, acrescenta a religiosa que integra o Comité Local Organizador da Jornada Mundial da Juventude, que decorrerá em Lisboa de 1 a 6 de agosto.

Ainda a propósito do significado da Mensagem e do exemplo dos protagonistas de Fátima para o mundo contemporâneo, a ir. Maria Rita recorda Lúcia, “a pastora, que dá sempre a primazia a Deus, que nunca fala de si e que no âmago do seu silêncio é fiel até ao fim”.

O silêncio de Fátima é, por outro lado, “um atrativo para os jovens que procuram Deus”, refere.

“No meio do barulho das nossas vidas, das redes sociais do Instagram ao Tic-Toc, todos temos necessidade de silêncio, de um silêncio que não seja oco ou abstracto mas que seja um silêncio que nos aproxime de Deus. E o silêncio de Fátima convida-nos a isso”, enfatiza, acrescentando: “aquela Luz que envolvia Nossa Senhora é o silêncio que nós experimentamos em Fátima e aqui reside muito a importância deste lugar”.

“A radicalidade que a Mensagem nos traz é enorme. A pergunta e a resposta iniciais são fundamentais: `quereis oferecer-vos a Deus, sim queremos´... Este `sim, queremos´ é dito por cada um à sua maneira, na sua condição, como os próprios pastorinhos mostram: o Francisco mais contemplativo; a Jacinta mais audaz. E, é dito hoje por cada um de nós” e aqui “existe uma nova ligação com a JMJ”.

“Neste laboratório de fé, que é cada jornada, há um despertar vocacional: por uma experiência intensa de imersão os jovens são convidados a questionar-se não quem sou eu mas para quem sou eu... e isso é fundamental seja qual for a vocação que estamos a pensar”, diz a religiosa comparando com Fátima.

“Alguém que procura a sua vocação encontra em Fátima um espaço próprio para essa descoberta”, sublinha.

“Cada pessoa tem o seu próprio caminho para chegar a Deus e Deus faz caminho com cada um. E, no despertar da vocação, este é que é o mistério: na minha história, na história de cada um de nós, como é que nós e Deus fazemos caminho conjunto”, interpela a ir. Maria Rita Ornelas, natural da ilha Terceira, que professou em 2018, um ano antes do Papa ter anunciado, na Cidade do Panamá, a realização da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa. Licenciada em Desporto, e agora também em ciências Religiosas, a jovem religiosa coordenou o projecto “Põe-te a mexer com Jesus”, lidando com crianças dos 3 aos seis anos. Foi  a primeira jovem açoriana, natural da paróquia da Sé, em Angra do Heroísmo, no espaço de 20 anos a optar pela vida religiosa consagrada.

“No fim todos estaremos em Deus: os nosso medos e dificuldades levam-nos a ficar muito no nosso mundo e a mensagem de Fátima leva-nos mais além” refere no podcast #fatimanoseculoXXI, disponível, na íntegra, em www.fatima.pt/podcast ou nas plataformas Itunes e Spotify.

A religiosa acredita que uma das dimensões que pode tocar os jovens é a oração que em Fátima se faz pela Paz.

“É uma oração pela paz pessoal, mas também para o mundo, para as nossas vidas, para as nossas relações” refere destacando que espera que da Jornada de Lisboa saia um compromisso mais forte dos jovens com a Igreja.

“O bom acolhimento trará bons frutos e uma maior unidade da Igreja que já se está a experimentar com a peregrinação dos símbolos e com as dinâmicas diocesanas”.

“O trabalho que temos vindo a fazer tem sido muito criativo; por outro lado, temos deixado que os jovens sonhem”.

“Esta é a grande mudança de paradigma: fazer dos jovens protagonistas. E, nas jornadas, isso tem acontecido: comprometidos com a logística, na organização propriamente dita; mas também com a responsabilidade social, no contacto com instituições e sobretudo com a Igreja naquilo que é a evangelização, promovendo encontros com outros jovens, desenvolvendo atividades com outros jovens, chamando-os a participar”.

“No meio de tanta adversidade que temos vivido, desde 2019, julgo que a esperança é a palavra: a pandemia que adiou a Jornada um ano; a crise económica que fez com que as questões financeiras fossem mais prementes e agora a guerra são factores que interferem naturalmente mas que nós queremos que não afectem no sentido de tornar esta jornada menor” diz ainda.

“É um momento de festa e de alegria e num ambiente de tanta adversidade poderemos mostrar que a Igreja está viva e comprometida com o mundo de hoje e os jovens são os seus protagonistas”, conclui a religiosa açoriana.

“Há um mistério que só se revelará depois da Jornada...Contudo, há vários horizontes que podemos perspetivar. Há uma estrutura relacional entre as pastorais, entre as dioceses que, estou certa, serão frutos que vamos continuar a viver no pós jornada”.

 

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