19 de setembro, 2021

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Capelão do Santuário exorta peregrinos ao serviço dos mais frágeis e alerta para a tentação do protagonismo dentro da Igreja e da Sociedade 

Diretor do Departamento de Liturgia lembra que ser cristão é seguir Jesus que “se ajoelhava diante dos seus e abraçava os que estavam à margem no seu tempo”

 

O Diretor do Departamento de Liturgia do Santuário de Fátima exortou esta manhã os peregrinos participantes na Eucaristia dominical, no recinto da Cova da Iria, a não se deixarem seduzir por uma “mentalidade mundana de competição e rivalidade” mas a abraçarem o “serviço e o acolhimento” aos “pobres e refugiados”, seguindo o exemplo de Jesus.

“A guerra dos primeiros lugares, a guerra do protagonismo, a guerra para dar nas vistas, por um lugar de proa, na Igreja e na Sociedade, é uma das doenças mais graves das nossas comunidades”, afirmou.

A partir da Liturgia proclamada e das palavras de Jesus no diálogo com os discípulos, quando estes disputavam entre si o primeiro lugar junto do Mestre, o diretor do Departamento de Liturgia do Santuário lembrou que as duas marcas principais do cristão é acolher e servir.

“Uma comunidade cristã que não toma como sua, a lógica pascal, isto é, a atitude de Jesus que entrega a sua vida ao Pai, por amor até ao fim, então acaba inevitavelmente por fomentar dentro de si a mentalidade mundana da competição e da rivalidade”, afirmou. 

“Nestes tempos que estamos a viver e que reclamam este espírito de Jesus, no acolhimento dos pobres, dos refugiados, dos pequeninos onde Jesus deseja que o encontremos e o sirvamos, abramos-lhe o coração!”, referiu o padre Joaquim Ganhão na homilia da Missa internacional a que presidiu.

“Aprendamos com Jesus que não hesitou em se ajoelhar diante dos seus, quando lhes lavou os pés; aprendamos com Ele que abraçava dos descartáveis e todos aqueles que estavam à margem no seu tempo”, desde a pecadora ao leproso.

O sacerdote salientou, de resto, que se na Igreja há alguém que fica em primeiro lugar será sempre “aquele que serve” como Jesus serviu.

“Se houver um primeiro lugar, esse pertence apenas àquele que se faz servo/servidor dos irmãos!”, sobretudo dos mais vulneráveis, “aqueles que não contam”.

“Sim, irmãos, na comunidade cristã, o primeiro lugar pertence a quem aceita seguir fielmente o caminho do Senhor Jesus, que no serviço e no abaixamento até à cruz procurou sempre e só o último lugar, aquele que ninguém lhe poderia tirar: assim nos identificaremos com Ele e com o Pai que o enviou”, enfatizou.

O sacerdote, que falava a uma assembleia expressiva, na qual se inscreveram 14 grupos organizados que se anunciaram, lembrou a este propósito o essencial do acontecimento e da mensagem de Fátima para convocar os peregrinos a aprender na escola de Maria como os Santos Pastorinhos, esse discipulado de Jesus.

“Aqui em Fátima, a Mãe do céu escolheu os pequeninos, para lhes confiar as coisas grandes de Deus em favor da humanidade. E porquê? Porque o seu coração ainda tinha espaço para Deus e para os seus desígnios de misericórdia”, afirmou ao destacar que a única preocupação de Francisco e Jacinta Marto era dar a primazia a Deus.

“Não estavam preocupados com os primeiros lugares, mas cedo perceberam que esse primeiro lugar é de Deus e, por isso, se ofereceram a Ele e suportaram todos os sofrimentos pela conversão dos pecadores, pela salvação da humanidade ferida”.

Por isso, conclui: “Fátima é assim ainda hoje escola de discípulos que, na luz do Evangelho, aprendem a sabedoria do último lugar, o lugar de Jesus, o lugar onde a vida se entrega para que todos tenham a vida e a tenham em abundância”.

“Com Maria e com os Santos Pastorinhos aprendamos nesta escola e sejam bons e fiéis discípulos de Jesus”, finalizou.

Entre os 14 grupos que se anunciaram destaque para vários peregrinos motards e para a Peregrinação Nacional dos Dadores de Sangue portugueses, por quem foi invocada uma prece durante a Oração dos Fieis, pela forma como “por amor aos outros” desenvolvem “uma ação relevante em prol da defesa da vida”.

Esta tarde, o Santuário retoma a Procissão Eucarística às 17h00, aos domingos, no Recinto de Oração.

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