12 de agosto, 2020

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D. José Traquina afirma que os estrangeiros "são uma necessidade e um bem"

Bispo de Santarém preside à peregrinação de agosto em Fátima e defende que os estrangeiros devem ser "acolhidos e respeitados".

 

O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana, que preside à Peregrinação Internacional Aniversária de Agosto, em Fátima, afirmou esta noite que os estrangeiros são “uma necessidade e um bem” para Portugal e não devem ser “explorados ou maltratados”.

Durante a alocução que proferiu, D.José Traquina afirmou que os estrangeiros devem ser “acolhidos e protegidos com a mesma respeitabilidade” que se deseja para os portugueses que “vivem em qualquer outro país”.

“Devem ser informados acerca das nossas regras e hábitos de convivência, mas também ter as condições para expressarem a sua cultura”, acrescentou.

O prelado de Santarém apelou aos fiéis para que manifestem “capacidade de acolhimento” e não cultivem sentimentos que não correspondem à “matriz cristã de fraternidade universal”.

Por isso, aproveitando o facto de na assembleia estarem muitos peregrinos que integram a 48ªPeregrinação nacional dos Migrantes e Refugiados, desafiou a um maior envolvimentos dos responsáveis diocesanos no apoio aos migrantes.

“A Obra Católica Portuguesa de Migrações espera mais envolvimento dos Serviços Diocesanos com os migrantes” afirmou ao lembrar que  “é desejável que os Secretariados Diocesanos para as Migrações desenvolvam iniciativas que tenham a ver com os migrantes portugueses no estrangeiro e também com os migrantes estrangeiros residentes em Portugal que, segundo um recente Relatório do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, ultrapassa as 590 mil pessoas”.

“Esta é uma realidade para a qual a Pastoral da Igreja tem de estar atenta para acompanhamento e apoio”, concluiu ao salientar, por outro lado, que o grande desafio mundial é o reconhecimento dos "direitos dos pobres", sobretudo neste contexto de maior vulnerabilidade, acentuada pela pandemia.

“Mais do que o apelo a uma generosidade pontual ou continuada, trata-se de reconhecer a nível mundial o direito dos pobres. Deus quer que seja reconhecido o direito dos pobres no mundo inteiro” afirmou D. José Traquina.

O bispo de Santarém lembrou particularmente os migrantes que sempre viveram “dificuldades acrescidas” mas também os portugueses “que não puderam regressar ou sair de Portugal, os que foram atingidos pelo vírus, os que ficaram desempregados e os que experimentam a fragilidade e a acentuada insegurança por viverem num país estrangeiro”.

O prelado responsável pela Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana recordou as mais de 250 mil pessoas deslocadas por causa dos conflitos armados em Cabo Delgado, Moçambique.

“É urgente que seja encontrada uma solução para travar os combates armados que atingem pessoas inocentes” afirmou, ao acrescentar que “em África ou em qualquer parte do mundo, é necessário considerar a pessoa humana como o centro, o valor e o bem maior a acolher, defender e promover, para que haja humanização e desenvolvimento social”.

O prelado deixou ainda votos de que esta peregrinação seja “um momento de transfiguração”, “retemperadora da força e da luz interior da Fé”.

“A missão dos Pastorinhos mostra que viver em Deus implica interesse e zelo pela humanidade. Concretizando o Evangelho, esta é a missão que nos é confiada, sabendo que o futuro do mundo depende da conversão dos homens, na resposta ao problema dos pobres e à defesa do planeta Terra”, concluiu.

O programa da Peregrinação mantém-se idêntico ao celebrado este ano, desde maio. A peregrinação, a primeira do ano a contar com grupos estrangeiros inscritos, começou com a recitação do Rosário, às 21h30, seguido da Procissão das Velas e da celebração da Palavra no Altar do Recinto. Amanhã, às 9h00, haverá novamente o Rosário internacional, seguido, às 10h00 da Missa Internacional, com a Bênção do Santíssimo. A peregrinação terminará com a Procissão do Adeus.

Gesto característico no ofertório da Eucaristia da peregrinação aniversária de agosto, e que se manterá, é a oferta de trigo, pelos peregrinos. Este gesto realiza-se este ano pela 80ª vez. A sua história remonta a agosto de 1940, quando um grupo de jovens da Juventude Agrária Católica, de 17 paróquias da diocese de Leiria, ofereceu 30 alqueires de trigo, destinados ao fabrico de hóstias para consumo no Santuário de Fátima. Desde aquele ano, os peregrinos, já não só de Leiria mas também de outras dioceses do país, e até do estrangeiro, têm vindo a dar continuidade, ano após ano, a este ofertório. 

Durante o ano de 2019 foram oferecidos 8060 quilos de trigo e 545 quilos de farinha. Consumiram-se, no Santuário, aproximadamente 15.500 hóstias e 1.089.000 partículas.

Esta noite, durante a Procissão das Velas, haverá ainda um momento de oração junto ao monumento do Muro de Berlim, cuja construção foi iniciada no dia 13 de agosto de 1961. Nesta oração reza-se pela paz e pelo fim dos conflitos entre os homens.

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