12 de maio, 2020

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“Hoje, estamos a iniciar a peregrinação mais difícil e interpeladora deste Santuário”

Na conferência de imprensa que antecipou a Peregrinação Internacional Aniversária de Maio, o cardeal D. António Marto apresentou a fraternidade como resposta ao medo gerado pela pandemia.

 

“Pelo contexto da pandemia da Covid-19 esta é a peregrinação mais difícil deste Santuário e, porventura, a mais interpeladora. Mas o vazio que os olhos alcançam nunca esteve tão preenchido: O Santuário de Fátima, hoje e amanhã, é do tamanho do mundo”, começou por dizer o cardeal D. António Marto aos jornalistas, na habitual conferência de imprensa que antecipa as celebrações da Peregrinação Internacional Aniversária de Maio.

No encontro com os jornalistas, que decorreu no espaço aberto da Colunata, o bispo de Leiria-Fátima mostrou-se optimista em relação à participação espiritual de muitos peregrinos nas celebrações que hoje marcam o arranque da Peregrinação que assinala a primeira Aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos na Cova da Iria.

“Quando anunciei a suspensão da Peregrinação nos termos habituais, sem a presença física dos peregrinos, acrescentei estaríamos aqui espiritualmente todos unidos, como Igreja, com Maria e, segundo os ecos que me têm chegado, muita gente estará unida espiritualmente às celebrações”, disse o prelado.

Ao estabelecer “alguma semelhança” entre a pandemia atual e a que o mundo viveu há cem anos, o cardeal português enumerou as “características devastadoras e desastrosas” geradas por ambas: “mortes; doentes; desamparados; abandonados e gente possuída pelo medo, angústia, incerteza e insegurança face ao futuro”, ao projetar dias difíceis gerados por uma “pandemia que não é apenas um fenómeno biológico, mas tem repercussões e consequências graves em todos os âmbitos da vida: pessoal; familiar; educativo; laboral; económico-financeiro”.

Na análise ao contexto atual de crise mundial, o prelado apresentou a fraternidade, pela responsabilidade e solidariedade, como resposta ao medo.

“Nós, cristãos, percebemos uma coisa que está no centro do anúncio do Evangelho: a salvação chega-nos pelo outro, pelo seu comportamento, pelo seu respeito e pela sua responsabilidade. Por isso, temos de ultrapassar aquela atitude espontânea do medo, diante das ameaças que estão à nossa frente, e assumir exigências que se põem diante dos nossos olhos… Todos somos interdependentes e esta interdependência tem de se traduzir na responsabilidade e na solidariedade.”

Concretamente em relação às consequências sociais e económicas que advêm da pandemia, o cardeal D. António Marto sublinhou a “exigência de uma novo impulso de solidariedade e responsabilidade centrado na dignidade humana”.

Ao exprimir a sua proximidade com as vítimas da pandemia, o bispo de Leiria-Fátima lembrou a mensagem de confiança e esperança trazida por Nossa Senhora, durante as Aparições de Fátima e afirmou que a pandemia não exige apenas uma terapia física, mas também espiritual.

“Unimo-nos à dor das vítimas diretas e indiretas e queremos que sintam que não estão sós. Recordo a comunicação de confiança que Nossa Senhora trouxe aos Pastorinhos para um mundo que, então, vivia também em condições dramáticas: ‘Eu nunca vos deixarei… O meu Imaculado Coração será o vosso refúgio e o caminho que vos conduzirá até Deus’.”

D. António Marto realçou ainda o papel de responsabilidade que a Igreja em Portugal assumiu no contexto atual de pandemia, que demonstrou “grande preocupação com a saúde pública, procurando evitar o contágio do vírus, tomando todas as precauções, chegando à suspensão das celebrações comunitárias”.

“Mesmo depois desta fase de desconfinamento, não quer dizer que a pandemia já está vencida”, alertou o prelado, ao assumir a continuação das “precauções necessárias”, por parte da Igreja, em articulação com as autoridades governamentais e da saúde, para evitar o contágio.

O cardeal D. António Marto lembrou ainda a comemoração, no passado dia 8 de maio, do final da II Grande Guerra Mundial na Europa; e, no dia 9, a comemoração da declaração de Schuman, que marca a origem da fundação da União Europeia, perspetivando estes momentos como uma “interpelação para a Europa continuar unida e solidária, para fazer face às consequências da pandemia atual”.

No final, o bispo de Leiria-Fátima evocou o Papa São João Paulo II, na comemoração do seu nascimento.

“Foi o Papa de Fátima e da Europa, porque foi um lutador pela queda dos muros que dividiam o continente, convidando-a a respirar com os dois pulmões: do ocidente e do oriente, convergindo na cooperação comum.”

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