15 de setembro, 2024

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Irmã Maria Amélia da Costa e projeto Mendigo de Deus convidaram peregrinos a “Cantar Maria em sua Casa!”

Concerto orante incitou a um momento de oração especial, através música

 

A Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima acolheu esta tarde o concerto orante “Cantar Maria em sua Casa!”. Este momento convidou os peregrinos a um momento de oração especial, a partir da música, indo ao encontro do desejo do Papa Francisco.

Em declarações à Sala de Imprensa do Santuário de Fátima, Rui Pinto – Guitarra e Coros – do projeto Mendigo de Deus conta que esse grupo nasceu no seguimento da preparação para um momento de oração em 2009.

“A Irmã Maria Amélia foi integrando o projeto de forma gradual e muito natural”, e o caminho seguiu estruturado, e com várias interpelações que iam chegando de paróquias e movimentos.

O projeto é dinâmico, e conta atualmente com elementos nas mais variadas áreas geográficas: Ricardo Gonçalves, solista; Diana Gonçalves, solista; Rui Pires, teclado; Ricardo Matos, baixo; Domingos André, percussão; Rui Pinto, guitarra e coros.

“Este projeto de evangelização faz uso da música para fazer chegar o Evangelho às comunidades”, acrescentou Rui Pinto.

“Reconhecemos a música como instrumento que ajuda e facilita que a mensagem do Evangelho, sobretudo nas comunidades mais jovens passe e chegue de uma maneira que os jovens se sintam mais cativados pela palavra de Deus”, disse ainda.

O propósito foi sempre a oração, e este concerto orante tem como objetivo rezar e fazer rezar, e a particularidade do concerto desta tarde foi o seu cariz mariano.

“Quem assistir ao concerto vai ficar com visão mais humana e profunda de quem é Maria na nossa vida quotidiana”, assegurou.


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“Maria ensina-nos a escutar o silêncio na vida quotidiana e a perceber as visitas Deus ao minuto”

Natural dos Açores, a Irmã Maria Amélia da Costa, é religiosa da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC), e considera-se “uma jovem que teve a sorte de ter uma educação cristã e continuada e que a determinado momento descobriu que a vida poderia ter um sentido diferente daquele que ia tendo”.

Recorda que com a sua mãe aprendeu a rezar, “eu era muito rebelde, e tinha algumas dúvidas relativamente ao que se passava na Igreja”, conta em entrevista à Sala de Imprensa do Santuário de Fátima.

A Ir. Maria Amélia integrava a Ação Católica e o pai quis que estudasse num colégio, um momento que marcou para sempre o seu caminho.

“Tínhamos de escolher uma de duas atividades extraescolares, e eu optei por aprender piano, mas o meu pai não tinha possibilidade de me pagar as aulas”, recorda.

Os avós viviam fora da cidade. “Comecei a pedir-lhes aquelas malaguetas pequeninas, para que o tio de uma colega, que vendia no mercado as vendesse, e durante cinco anos paguei assim as aulas de piano”, conta.

A religiosa reconhece hoje a música como um dom: “Aprendia uma peça de ouvido, a música já nasceu comigo, gostava muito de ir a festas e bailes e cantar as canções dos artistas dos anos 60”.

Nas raízes tinha um tio que tocava violão nas festas de família, e um primo artista.

O contacto com a CONFHIC, concretamente o testemunho profissional das suas Educadoras e alegria de uma comunidade alegre e orante, fez com que optasse pela Vida Consagrada, há 58 anos, uma decisão que causou alguma estranheza junto dos mais próximos. “O meu pai comprou-me bilhete de ida e volta”, conta.

Foi já na congregação, depois de um caminho espiritual muito profundo, que descobre o dom de criar música, a primeira música que escreveu tem como título “A minha anunciação”.

“A minha criação é muito esquisita, porque faço letra e música em simultâneo conforme estou a viver”, explica, e muitas das canções que integram as 14 cassetes e os 15 cd’s que editou foram por exemplo feitas na estrada, em estações de serviço, “ir muitas vezes sozinha no carro, poder contemplar o sol e o céu e o que vou vivendo inspira-me, e tenho outras canções que nascem em momentos espirituais fortes, por exemplo nos retiros, fruto das provocações, ou momentos de oração”.

Perdeu a conta a quantas canções escreveu, mas tem presente na memória que Nossa Senhora sempre foi um modelo de aprendizagem no questionamento da fé. A primeira cassete que editou foi precisamente “Com Maria aprender a viver”, no ano mariano.

“Eu sempre tive uma relação muito próxima com Maria”, reitera, não esquecendo S. João Paulo II, que também já deu mote para várias canções escritas.

A música foi muito importante na transmissão de mensagens enquanto professora de Educação Moral e Religiosa Católica, e hoje cantar Maria, como Educadora e Mãe, é aprender de todos os acontecimentos que Ela viveu, pois “Maria é uma escola permanente, pois ensina atitudes fundamentais a qualquer cristão”.

“Maria ensina-nos a escutar o silêncio, na vida quotidiana ainda que agitada e assim dar-se conta de que somos visitados por Deus ao minuto. Cantar Maria é vivenciar os mistérios que ela viveu, que hoje rezamos no rosário e vivemos no nosso peregrinar”, acrescentou.

Entre outras atividades que desenvolve na Congregação, e a par com a música, a Irmã Maria Amélia integra ainda a equipa do Centro de Escuta Lúcia de Jesus, em Fátima.

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