19 de novembro, 2023

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“Jesus sem-abrigo” assinala o Dia Mundial dos Pobres no Santuário de Fátima

Pe. Carlos Cabecinhas espera que a escultura possa “sensibilizar-nos para uma mais profunda vivência do Evangelho de Jesus, que sempre se identifica com os mais frágeis e os que sofrem”

 

O Santuário de Fátima assinalou esta manhã o Dia Mundial dos Pobres com a inauguração da escultura “Jesus sem-abrigo”, do escultor Timothy Schmalz.

“Enquadrada no Recinto de Oração deste Santuário, esta escultura recordará doravante a quantos visitam o Santuário o drama dos que vivem sem um lar, sem casa”, disse o Pe. Carlos Cabecinhas aos peregrinos presentes neste momento solene.

“Acreditamos que expor diante de nós este drama através da arte pode ajudar a vencer a indiferença ao sofrimento dos outros e sensibilizar-nos para a ajuda que podemos prestar”, acrescentou o sacerdote, esperando que esta escultura possa “sensibilizar-nos para uma mais profunda vivência do Evangelho de Jesus, que sempre se identifica com os mais frágeis e os que sofrem”.

A escultura criada em 2014 por Timothy Schmalz apresenta, sobre um banco típico dos jardins públicos das cidades, a figura de um sem-abrigo, deitada, de rosto e tronco encobertos por uma manta, retratando de forma realística os sem-abrigo das cidades contemporâneas.

Ao aproximar-se da peça, o observador percebe que aquela figura se encontra caraterizada com as marcas específicas de Cristo ressuscitado — as marcas da crucifixão nos pés —, o que torna a escultura uma peça que denuncia, através da mensagem do Evangelho, o drama da pobreza nas sociedades atuais.

Esta peça tem sido colocada em diferentes lugares do Cristianismo, a fim de com ela se denunciar este drama social (entre as mais de meia centena espalhadas por todo o mundo, a peça pode ver-se no Vaticano, Canadá, Barcelona, Florença, Singapura, Joanesburgo, Santo Domingo, Dublin, Cafarnaum, Madrid, Rio de Janeiro, Manila, Seul, Nova Iorque...).

Inscrevem-se nesta temática outras obras do autor, datadas de 2016 e 2018, claramente denunciadoras da importância do amor ao próximo que o Evangelho sublinha: “Quando eu tive fome e sede”, “Quando eu estava nu”, “Quando eu estava doente”, “Quando eu era estrangeiro”, “Quando eu estava na prisão”. 

Marco Daniel Duarte, diretor do Museu do Santuário de Fátima considera esta obra de arte “verdadeiramente sacra e cristã”.

A escultura é “comunicativa e empática, porque percebemos o que ali está representado”.

Esta peça “desenha a volumetria das cidades que habitamos, e vemos esta cena dramática”, numa obra “interativa”, uma vez que quando “nos aproximamos, e vemos que o sem abrigo tem a marca da paixão de cristo, e faz ligação com os Evangelhos”.

Para Marco Daniel Duarte esta peça “evidencia o diálogo com as paisagens, num Recinto Sagrado, mas de alguma forma na periferia, para o trazer para dentro do templo”.

O sem-abrigo “aparece no enfiamento do murete, no convívio dos peregrinos que nas noites das vigílias, assumem a pernoita no Recinto”.

D. José Traquina, bispo da diocese de Santarém e Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana afirmou que ao contemplar esta escultura “vou à origem de Cristo”, e “Jesus veio cuidar daqueles que estão distanciados”.

“Fico sempre impressionado quando em situações limite, afirmam a sua fé em Cristo, pois Jesus torna se vivo no coração de muita gente, Deus veio para todos”, reiterou o prelado.

Ao longo de 32 anos, Timothy Schmalz (Canadá, 1969-) tem assinado esculturas em bronze, de grande escala, peças que se encontram instaladas por todo o mundo. As suas peças de maior renome encontram-se instaladas permanentemente em locais históricos de Roma e do Vaticano. A sua série de esculturas em bronze destacando os sem-abrigo no contexto dos valores judaico-cristãos foi instalada em todos os continentes.

Em 2019, o Papa Francisco permitiu a instalação da sua monumental escultura migrante “Angels Unawares” (Anjos sem o saberem) na Praça de São Pedro, a primeira escultura a ser instalada na Praça de São Pedro em séculos.

Timothy está atualmente a trabalhar no Parque de Esculturas de Dante (Florença), tomando como tema os 100 cantos da Divina Comédia, no contexto das comemorações do 700.º aniversário do poeta.

Por diversas vezes, o escultor tem referido: «Não estou interessado na arte pela arte, mas na arte por amor a Deus. Esforço-me constantemente para dar um rosto autêntico à nossa fé com a arte».

A escultura está agora disponível no Recinto de Oração do Santuário de Fátima, lado sul.

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