10 de junho, 2019

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Peregrinação das Crianças convidou os mais pequenos a “construir uma capela em suas casas”

Celebração foi presidida pelo bispo auxiliar do Porto, D. Armando Esteves Domingues

 

Cerca de 25 mil crianças encheram de cor o Recinto de Oração do Santuário de Fátima, na Peregrinação das Crianças, que hoje se realizou. A eucaristia foi presidida pelo Bispo auxiliar do Porto, D. Armando Esteves Domingues.

Em ano de centenário da construção da Capelinha das Aparições, a peregrinação teve como tema o pedido que Nossa Senhora deixou aos Pastorinhos na aparição de outubro de 1917: “Façam aqui uma capela”, para, a partir daquele que é considerado o coração do Santuário, despertar nas crianças o sentido de gratidão pelo dom da peregrinação em Igreja.

Na homilia da Missa da Peregrinação, D. Armando Esteves Domingues começou por lembrar a caminhada de uma “peregrina especial”, a vidente Lúcia, que, nas suas memórias, recorda o povo que acorreu em massa à Cova da Iria a 13 de outubro de 1917 e o pedido especial que Nossa Senhora deixou através de si, de Jacinta e Francisco Marto: “Façam aqui uma capela em minha honra, eu sou a Senhora do Rosário e quero que continuem a rezar o terço, todos os dias”.

“Passaram 100 anos e, como os três pequenos pastores vieram em caminhada a este lugar, também nós cá estamos, vindos de longe e de todos os lugares, para escutar esta mesma frase, como se a Mãe do Céu estivesse a repetir a cada um de nós ‘quero pedir que faças uma capela em minha honra’”, disse o prelado, lembrando que em tantos momentos da história dos cristãos, “existiram pessoas corajosas que construíram a sua Igreja e deixaram nos passos da sua peregrinação marcas do seu amor”.

Ao falar da peregrinação, o bispo auxiliar do Porto pediu um olhar sobre o Evangelho como um “mapa do nosso caminho”.

“Quando chegamos a este Recinto, instintivamente, não paramos na entrada da Basílica… Os nossos passos levam-nos até à Capelinha, esse lugar de encanto, o lugar da Mãe, o lugar de um regaço que nos acolhe com carinho, onde o mapa da vida fica mais colorido, onde a ternura de uma mãe dá sentido aos nossos passos, mesmo aos mais difíceis e dolorosos”, reiterou.

D. Armando lembrou os peregrinos que um dos âmbitos da Capelinha das Aparições foi o de “fazer santos como os Pastorinhos, que em casa continuavam a viver esta amizade, ao querer o mundo sem pecados nem guerras nem divisões”.

“Oxalá possamos também sair daqui construtores”, porque, para “sermos peregrinos toda a vida, precisaremos sempre de um espaço especial como é esta Capelinha, para rezarmos nas nossas casas”, exortou, ao convidar os peregrinos presentes a “tornar mais belo o cantinho de oração de sua casa, como se fosse uma pequena capela, tal como Nossa Senhora pediu”.

Para isto, “não são precisas pedras, nem telhas, nem ferro. Basta os quatro pilares: aprender, ser amigos e partilhar, assíduos à comunhão do pão e do vinho, do Corpo e Sangue de Cristo, e à oração. Pilares fáceis para esse cantinho, para que lembre sempre esta vossa bela peregrinação, 100 anos após o pedido para que se construísse esta capela”, concluiu.

No final da celebração, as crianças receberam o terço “Azinheira Santuário de Fátima” e foram convidadas, para além da oração diária, a partilhar uma fotografia na rede social Instagram.

O bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, dirigiu três breves ideias e uma saudação particular de “carinho, afeto e de amizade” a cada uma das crianças presentes, afirmando que o Recinto do Santuário de Fátima se transformou, neste dia, num “espetáculo de beleza”, refletido nas variadas cores dos bonés e camisolas e no “amor filial a Nossa Senhora e fraterno”.

“Trouxestes muito encanto, muita beleza e muita alegria, que só vós sois capazes de trazer”, disse o cardeal, dirigindo-se a cada uma das crianças ali presentes, a quem pediu para “rezar pela paz no mundo, nas famílias e entre todos os povos”. “Rezem pelos doentes, por todos aqueles que mais sofrem, os portadores de deficiência, os que vivem sós e abandonados, os presos, os refugiados”, lembrou.

Participaram nesta peregrinação 25 mil crianças da maioria das dioceses de Portugal, 150 mil peregrinos e 102 sacerdotes.

Na preparação da Peregrinação, as crianças foram desafiadas a realizar a habitual campanha de maio, que, este ano, fez uma proposta na descoberta da identidade peregrina cristã através da montagem de uma mochila e de recortes, em papel, de quatro mantimentos e suportes essenciais a uma peregrinação: a água, o pão, um mapa e o bordão, símbolos do Batismo, da Eucaristia, da Palavra de Deus e da disponibilidade de coração, respetivamente.

O programa teve início na tarde de ontem, com uma visita, às 18h00, aos locais das Aparições do Anjo e de Nossa Senhora, em Aljustrel, Loca do Cabeço e Valinhos. Pela noite, as crianças foram convidadas a integrar uma celebração, na Capelinha das Aparições, sob o lema “Maria, a Mãe que nos abriga na sua Capelinha”, que incluiu a recitação do Rosário, procissão das velas e um momento de oferta de flores a Nossa Senhora.

Esta manhã, o dia começou com saudação e oferta de flores a Nossa Senhora, seguindo-se, meia hora depois, uma primeira apresentação da encenação do tema da peregrinação, na Basílica da Santíssima Trindade, que se repete às 15h00.

As celebrações do dia 10 foram interpretadas em língua gestual portuguesa, com o terceiro mistério do Rosário da manhã a ser recitado em simultâneo por uma criança falante e por uma criança surda.

A peregrinação das crianças acontece há mais de quatro décadas e reúne, todos os anos, milhares de crianças no Santuário de Fátima.

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Missa

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