17 de novembro, 2024

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Peregrinos exortados à esperança em tempos de angústia

"Deus não permite que a história caminhe para o abismo", assegurou o reitor do Santuário de Fátima, na homilia da missa deste domingo.

 

Na homilia deste XXXIII Domingo do Tempo Comum, os peregrinos reunidos na Basílica da Santíssima Trindade foram desafiados a viver a esperança e a confiança, mesmo em tempos de aflição e incerteza. Neste Dia Mundial dos Pobres, instituído pelo Papa Francisco, a assembleia ali reunida foi ainda exortada a combater a indiferença e a reconhecer a presença de Cristo nos mais desfavorecidos.

A presidir à celebração esteve o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, que começou a reflexão por distinguir as características do género apocalíptico, mais presente à medida que nos aproximamos do final do ano litúrgico.

“A Palavra de Deus, que a Liturgia nos propõe, assume um tom que nos causa estranheza e algum desconforto, contudo, esta quer incutir-nos esperança e confiança no futuro e exortar-nos a estarmos preparados para acolher o Senhor que vem à nossa vida”, explicou o sacerdote, ao esclareceu o sentido desta preparação.

” Estarmos preparados significa sabermos reconhecer os sinais da presença de Deus no nosso mundo e na nossa história, na nossa vida, significa reconhecer a presença de Jesus nos outros, sobretudo nos mais pobres”, apontou, alertando para o “grande risco da indiferença” e à oração pelos mais necessitados.

Em paralelismo com a linguagem apocalítica, o reitor do Santuário caracterizou a atualidade como um “tempo de angústia” e de “grande aflição”, referindo-se às várias realidades que ensombram os dias, nomeadamente “as guerras, que continuam a dilacerar o nosso mundo, a crescente tensão e polarização, que vai ameaçando o nosso futuro, e a opressão e exploração do homem pelo homem”.

“A Palavra de Deus assegura-nos que Deus não permite que a história caminhe para o abismo”, assegurou o presidente da celebração, apontando para a esperança, também presente na Mensagem de Fátima, sobretudo na linguagem apocalítica da terceira parte do Segredo de Fátima, que desafia a “confiarmo-nos e a comprometermo-nos a fazer deste mundo um lugar melhor naquilo que de nós depende”.

A celebração concluiu com uma invocação à intercessão de Nossa Senhora, a “Virgem dos Pobres”, para que inspire os fiéis a caminhar em solidariedade com os mais desfavorecidos, reforçando o compromisso cristão com a caridade, a justiça e a esperança.

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