13 de outubro, 2021

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“Venho como peregrino entre os peregrinos de todo o mundo”, afirmou o arcebispo primaz do Brasil

D. Sergio da Rocha pediu uma Igreja comprometida com a defesa da vida e da dignidade de todos

 

O cardeal arcebispo primaz do Brasil convidou esta manhã os peregrinos de Fátima a respeitar e zelar pela vida e pela dignidade humanas, numa atitude inclusiva.

“Nós somos a Igreja viva, o santuário vivo do Senhor(...)A vida e a dignidade de cada pessoa necessitam ser reconhecidas, defendidas e promovidas, pelos que oram no templo e pelos que formam o templo vivo do Senhor, sem excluir ninguém de nosso amor fraterno”, afirmou D. Sergio da Rocha na homilia da Missa da Peregrinação Internacional de outubro, a primeira grande peregrinação aniversária em quase dois anos, sem limitações à entrada de peregrinos no Santuário.

A partir da liturgia deste dia, em que se faz memória da festa da dedicação da Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, o prelado brasileiro lembrou a importância do templo como espaço e lugar de oração, mas também de compromisso da comunidade cristã.

“Nesta Peregrinação, nós temos a alegria de celebrar o aniversário da Dedicação desta Basílica de Nossa Senhora do Rosário, com louvores a Deus por esta amada igreja que tem sido fonte de graças para os peregrinos de todo o mundo” disse ainda, sublinhando que “o profundo respeito e o zelo pelo templo edificado com pedras devem ser acompanhados da mesma atitude por cada pessoa e por cada comunidade eclesial, onde Deus faz sua morada”, afirmou.

“Nós que recorremos a Ela (Nossa Senhora) não podemos ficar indiferentes aos sofrimentos do próximo, especialmente do próximo mais necessitado e fragilizado, que está à espera de nossa oração, de nossa presença amiga e de nossa solidariedade”, afirmou.

Por isso, desafiou : “reze pelos que mais sofrem. Procure amar e servir os que sofrem, como fez Nossa Senhora, contando com a sua proteção”.

“Venho a este querido Santuário como peregrino entre os peregrinos de todo o mundo e como peregrino oriundo de um país ligado a Portugal não somente por laços históricos e culturais, mas sobretudo por laços de fé e de devoção a Nossa Senhora de Fátima, muitíssimo venerada pelo povo brasileiro, assim como ocorre em tantos outros países”, disse.

“Trazemos as orações de todos ao altar do Senhor, rezando pelos que mais sofrem as consequências da pandemia, os enfermos, os pobres, as famílias enlutadas e todos os que se encontram mais fragilizados”, destacando a ação dos profissionais da saúde “e pelos que se dedicam à vacinação portadora de esperança”.

“Reconhecemos com louvor a Deus e gratidão os passos que têm sido dados na superação da pandemia, mas precisamos continuar a cuidar da vida e da saúde com responsabilidade”, afirmou ainda o prelado brasileiro, oriundo de um país ainda muito fustigado pela pandemia.

Na homilia da Missa internacional, concelebrada pelo cardeal António Marto, bispo da diocese de Leiria-Fátima e por mais 15 bispos e cerca de 200 sacerdotes, o arcebispo de São Salvador da Bahia, e primaz do Brasil, destacou a “união ao Papa Francisco” e convidou à oração pelos trabalhos do sínodo que agora começou.

“É uma ocasião especial para crescermos na vivência da participação, comunhão e missão da Igreja. Vamos participar sempre mais e ajudar os nossos irmãos a participarem da Igreja; procuremos caminhar sempre mais unidos e prontos para assumir a missão evangelizadora da Igreja no mundo de hoje, em meio a tantos desafios pastorais” disse. 

Na palavra ao doente, no momento de adoração ao Santíssimo Sacramento, a irmã Sandra Bartolomeu garantiu a presença de Deus no sofrimento e exortou os doentes a viverem nessa certeza.

"Meu irmão, minha irmã que estás doente, (...) deixa que o teu vale se transforme num oásis, porque Nosso Senhor - que os Pastorinhos viram durante o milagre do sol, aqui na Cova da Iria em 1917 - está presente hoje para ti. Ele faz-se presente na Eucaristia, à qual os santos Francisco e Jacinta gostavam de chamar Jesus Escondido, e está presente em ti, no templo do teu corpo frágil e dorido, no santuário do teu coração; e como naquele dia 13 de outubro de 1917, hoje Ele derrama sobre o mundo inteiro, sobre cada homem e mulher e sobre ti a sua bênção, plena de graça e misericórdia."

A religiosa apresentou o amor de Deus como "dom gratuito e incondicional", que "só pede uma resposta: a entrega livre e abandonada do que somos nas mãos de Deus" e convidou os doentes a oferecerem as probações a Deus.

"Se te sentes muito pobre, oferece a Deus o teu nada. Ele fará da tua indigência e das tuas dores lugar da sua morada e instrumento da sua salvação em favor de toda a humanidade."

 

"O vosso testemunho de fé traz-me muita alegria e conforto"

Na habitual saudação final, o cardeal D. António Marto recordou as palavras que disse a Nossa Senhora, garantindo a confiança no regresso, por ocasião da peregrinação de 13 de maio de 2020, quando, devido às limitações da pandemia, o Santuário de Fátima estava sem peregrinos.

“Hoje, devo dizer, vós, queridos pererinos, respondeste à chamada de modo admirável. Agradeço sobretudo o vosso testemunho de fé. Vieste em multidão, como filhos que querem sentir de novo a ternura e a consolação, junto do colo da Mãe e do Seu coração terno e materno. O vosso testemunho de fé traz-me muita alegria e conforto”, disse, agradecido.

O prelado agradeceu aos peregrinos que vieram ao Santuário, durante o tempo de pandemia, pelo exemplo no cumprimento das regras sanitárias exigidas, considerando um comportamento exemplar para todo o país.

Agradeceu a presença do presidente da celebração, o cardeal D. Sergio da Rocha, e lembrando a união histórica e de fé entre o povo português e brasileiro, a quem enviou uma especial saudação.

Como habitualmente, as crianças não foram esquecidas no discurso final do cardeal D. António Marto, a quem enviou uma saudação carinhosa. O bispo de Leiria-Fátima lembrou também os doentes, a quem enviou o seu afeto, na esperança que, assim que as condições permitirem, possam retomar o lugar na colunata que lhes está habitualmente reservado.

O cardeal português lembrou ainda ao Papa Francisco e à referência que o Santo Padre deixou a Fátima, na audiência de hoje, no Vaticano.

Antes de saudar os peregrinos nas diferentes línguas, D. António Marto deixou um agradecimento à Guarda Nacional Republicana, não só pelo aniversário, que hoje celebra, mas também pelo serviço que prestou no Santuário, durante a pandemia, ajudando a garantir que fossem cumpridas todas as regras estabelecidas.

A peregrinação Internacional Aniversária de outubro, que evoca o Milagre do Sol, é a última grande peregrinação internacional do ano e contou pela primeira vez, desde o inicio da pandemia, com a participação de 48 grupos de 15 nacionalidades diferentes que devolveram ao Recinto do Santuário de Fátima um colorido que há muito não se via. Esta foi, de resto, a primeira peregrinação sem lotação no Santuário desde maio do ano passado.

Nas cerimónias estão a participar 48 grupos organizados, sendo 19 deles portugueses, das dioceses do Algarve, Aveiro, Beja, Bragança-Miranda, Coimbra, Évora, Lamego, Lisboa, Portalegre-Castelo Branco, Porto, Setúbal e Vila Real, informou o departamento de informação do Santuário de Fátima.
Os restantes grupos inscritos são oriundos de países estrangeiros, com destaque para a Itália, com oito grupos, a França, com cinco, e a Espanha, com três. Alemanha, Bélgica, El Salvador, Eslováquia, Irlanda, Polónia, Reino Unido, Estados Unidos da América e Suíça são outros países com grupos organizados hoje e quarta-feira em Fátima, onde também se encontra um grupo de filipinos residentes na Holanda.
 

 

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