29 de setembro, 2014


Paulo VI foi o primeiro papa a visitar o Santuário de Fátima
“Homens, dizemos neste momento singular, procurai ser dignos do dom divino da paz. Homens, sede homens. Homens, sede bons, sede cordatos, abri-vos à consideração do bem total do mundo. Homens, sede magnânimos. Homens, procurai ver o vosso prestígio e o vosso interesse não como contrários ao prestígio e ao interesse dos outros, mas como solidários com eles. Homens, não penseis em projetos de destruição e de morte, de revolução e de violência; pensai em projetos de conforto comum e de colaboração solidária. Homens, pensai na gravidade e na grandeza desta hora, que pode ser decisiva para a história da geração presente e futura; e recomeçai a aproximar-vos uns dos outros com intenções de construir um mundo novo; sim, um mundo de homens verdadeiros, o qual é impossível de conseguir se não tem o sol de Deus no seu horizonte”. 
Estas palavras, que impressionam sobretudo pela premente atualidade que lhes é reconhecida, pela voz de Paulo VI, voltaram a entoar esta manhã no Recinto de Oração do Santuário de Fátima.
No final Missa internacional celebrada às 11:00, ouviu-se a voz forte de Paulo VI, isto no dia em que, no Vaticano, foi beatificado este que foi o primeiro Papa a peregrinar à Cova da Iria, em 1967, e a oferecer a Rosa de Ouro ao Santuário de Fátima.
Nas palavras proferidas durante a homilia, o Reitor do Santuário de Fátima, que presidiu à Eucaristia, lembrou Paulo VI como uma figura destemida na afirmação da centralidade de Deus, destacando que é essa mesma centralidade “que nos fala a mensagem de Fátima”.
“Um dos aspetos relevantes do seu magistério pontifício foi precisamente a afirmação destemida da centralidade de Deus na vida dos cristãos e dos povos”, afirmou o padre Carlos Cabecinhas, concretizando um dos exemplos dessa perseverança e coragem de Paulo VI: “Não temeu afrontar os regimes políticos para afirmar esta primazia de Deus e, consequentemente, a primazia do ser humano e da sua dignidade sobre as ideologias”.
O reitor do Santuário de Fátima recordou que Paulo VI foi o primeiro Papa que veio a este Santuário, em peregrinação, e lembrou a atualidade das palavras por ele aqui proferidas, no Cinquentenário das Aparições, 1967.
“A sua forte exortação, aqui em Fátima, ´Homens, sede homens´ é desafio a descobrirmos que trazemos em nós a imagem de Deus e uma dignidade inalienável, que por motivo algum pode ser aviltada”, disse o padre Carlos Cabecinhas.

Associando-se de forma festiva à beatificação de Giovanni Montini que, além de peregrino do Santuário, por várias vezes se mostrou unido a Fátima e à mensagem deste lugar por outras formas, o Santuário de Fátima colocou hoje em destaque a estátua evocativa da peregrinação deste Papa à Cova da Iria, a 13 de maio de 1967.
Situada a Noroeste da Basílica da Santíssima Trindade, a estátua recebeu uma ornamentação especial, com duas grandes floreiras colocadas junto na coluna do monumento. Inaugurado em maio de 1968 e da autoria de Joaquim Correia, a estátua representa o Papa Paulo VI de joelhos, a rezar.
Desde o início da manhã, são muitos os peregrinos que se acercam do monumento; alguns tocam na estátua do beato, outro colocam-lhe pequenos arranjos florais e velas e muitos tiram fotografias ou ao monumento ou de si próprios junto do monumento.
Beato Paulo VI, rogai por nós!
LeopolDina Simões


ARQUIVO:
A celebração de beatificação do Papa Paulo VI decorrerá no final da III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família, a 19 de outubro, no Vaticano, anunciou, no final da passada semana, a Sala de Imprensa da Santa Sé.
O decreto para a beatificação foi aprovado, pelo Papa Francisco, a 10 de maio deste ano.
Nas palavras do Reitor do Santuário de Fátima, “a notícia da beatificação do Papa Paulo VI é motivo de grande contentamento para toda a Igreja, pois Paulo VI vem enriquecer o número daqueles cristãos que viveram de forma exemplar o seu seguimento de Cristo”.
“Paulo VI foi o grande artífice da continuação dos trabalhos do Concílio Vaticano II e o grande obreiro da aplicação da obra conciliar à vida da Igreja”, sublinha o padre Carlos Cabecinhas.
A notícia foi recebida no Santuário de Fátima com “grande alegria”.
“Este Pontífice manifestou um grande amor e desvelo por Fátima”, refere o reitor do Santuário de Fátima, recordando que “foi Paulo que ofereceu ao Santuário a sua primeira rosa de ouro e que, no cinquentenário das aparições, veio a Fátima”.
Recorde-se que a rosa de ouro foi concedida por Paulo VI na sessão de 21 de novembro de 1964 do Concílio Vaticano II. Benzida pelo Papa a 28 de março de 1965, foi entregue ao Santuário pelo Cardeal legado Fernando Cento, em 13 de maio de 1965. Dois anos mais tarde, em maio de 1967, o Papa Paulo VI seria o primeiro Sumo Pontífice a peregrinar à Cova da Iria.
"É de todos conhecida a grande devoção mariana deste Papa, mas também as muitas vezes, no seu magistério pontifício, que se referiu a Fátima ou se dirigiu aos devotos de Nossa Senhora de Fátima”, afirma o padre Carlos Cabecinhas.
LeopolDina Simões
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