13 de julho, 2022

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A paz é um dos “problemas mais urgentes da cultura dos nossos tempos”

Bispo de Viana do Castelo alerta para sentimentos de hostilidade, desprezo, desconfiança, ódios raciais e preconceitos ideológicos que dividem os homens, e alerta para a “particular responsabilidade” dos cristãos na construção da paz

 

D. João Lavrador afirmou hoje em Fátima que a paz continua a ser um dos problemas “mais urgentes da cultura dos nossos tempos”, seja do ponto de vista do relacionamento entre países seja entre os homens.

“Na verdade, como se nada tivesse mudado, de há um século até hoje, a humanidade continua a viver numa ameaça permanente de guerra, de conflito, de violência e de destruição” afirmou o bispo de Viana do castelo na homilia da Missa Internacional da Peregrinação de julho, que evoca a terceira aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos.

“A Paz continua como um dos problemas mais urgentes na cultura dos nossos tempos” enfatizou destacando as “dores e angústias” derivadas da guerra ou da sua ameaça, “das hostilidades, do desprezo e desconfiança, dos ódios raciais e dos preconceitos ideológicos” que dividem os homens e os opõem uns aos outros.

Diante de milhares de peregrinos, que apesar do calor participaram nesta peregrinação, D. João Lavrador apelou à “responsabilidade particular” dos cristãos a serem “arautos e construtores da paz” numa sociedade em que “o requinte das possibilidades de destruição a que nos levou a tecnologia bélica coloca a humanidade perante a possibilidade da sua autodestruição”.

“Todos somos chamados a edificar a paz. Se a paz exige a participação de todos os homens, os cristãos têm uma responsabilidade particular”, afirmou o prelado.

“Se nos preocupa a paz a nível mundial, não é menos importante reconhecermos e actuarmos nos contextos de vida onde se move a nossa existência, na família, nos vizinhos, nas associações, nas empresas, nas escolas e universidades, na participação politica e cívica” afirmou ainda ao lembrar que a “paz é um dom e uma tarefa”.

A partir da narrativa das Aparições, em especial da terceira que ocorreu em julho, D. João Lavrador lembrou as palavras de Nossa Senhora aos três videntes, quando apelou à conversão, à oração e ao sacrifício para se alcançar a paz.

“É um forte apelo que terá de ressoar hoje como apelo à conversão do coração de cada pessoa, de cada comunidade, sociedade, povo e nação; à conversão da mente e da vontade de quem tem o dever de orientar os povos pelas sendas da paz”.

“Todos nós temos de reformar o nosso coração, com os olhos postos no mundo inteiro e naquelas tarefas que podemos realizar juntos para o progresso da humanidade”, afirmou.

“Imploro de Nossa Senhora do Rosário de Fátima que abençoe todos os povos fustigados pela guerra, nomeadamente o povo irmão da Ucrânia, e nos desperte para sermos missionários da Esperança e da alegria” concluiu.

Durante a celebração foram feitas várias referências à guerra que grassa na Europa, opondo a Rússia à Ucrânia e afetando globalmente o mundo inteiro,  e foi igualmente, referida, a situação de fogos que atravessam o país e o mundo.

“Pelas vítimas dos incêndios que assolam o nosso país e outras regiões do mundo e por todos os que estão empenhados em os combater: os bombeiros, a Proteção Civil e os voluntários... Para que sintam o apoio da nossa solidariedade e da nossa oração, e todos em conjunto possamos agir de modo responsável na prevenção dos fogos, Oremos” proclamou-se na Oração dos Fieis.

 

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Doentes convidados a experimentar a proximidade, ternura e compaixão através da "simplicidade do silêncio"

No momento de adoração Eucarística, os doentes foram exortados “experimentar o olhar de proximidade, ternura e compaixão” através da “simplicidade do silêncio”, nas palavras do padre Daniel Mendes, capelão do Santuário de Fátima e assistente nacional do Movimento da Mensagem de Fátima.

“Neste momento de sofrimento e de dor, que Jesus se faça presente, se aproxime de ti, para te consolar e animar e te diga: ‘vinde a Mim, todos os que andais cansados e abatidos e Eu vos aliviarei’ (..) Hoje, aqui e agora e sobretudo nos momentos de desesperança, não hesites nem temas em Lhe estender a mão, porque também a ti Jesus não cessa de dizer: “levanta-te e anda!’.”

O sacerdote convidou ao amparo mútuo no sofrimento, que apontou como sinal da misericórdia de Deus.

“Querido irmão e irmã, a proximidade e presença amorosa de Jesus e a humildade de te deixares tocar por Ele são a expressão mais bela da ternura e compaixão de Deus, que veio para os doentes e pecadores. Jesus, que ofereceu Maria como nossa Mãe, saúde dos enfermos, ensina-te hoje, como aos Pastorinhos, a redescobrir a força das palavras: ‘Ó Jesus, é por vosso amor!’”

 

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Peregrinos desafiados a "olhar o mundo através dos olhos de Deus"

Na conclusão, como conclusão da Peregrinação, o bispo de Leiria-Fátima convidou os peregrinos a consagrarem-se, em silêncio, a Maria, “assumindo a vontade de tornar realidade a Palavra e o projeto de Deus no mundo”.

Na palavra final, D. José Ornelas Carvalho começou por saudar o presidente da celebração, a quem agradeceu a presença e reflexão sobre a Palavra de Deus que deixou, por estes dias, na Cova da Iria. Agradeceu também a presença do bispo de Bérgamo, Itália, também presente em Fátima.

Dirigiu-se depois aos peregrinos portugueses e estrangeiros, a quem desafiou a “tomar em mãos todas as preocupações, alegrias e projetos que ali trouxeram, em particular pela pandemia, pela guerra e pelos incêndios, confiando-os ao carinho de Maria e à proteção e Palavra de Deus escutada”, sublinhando a importância da oração nesta atitude devocional.

“Rezar significa olhar todas estas realidades com os olhos de Deus, pedindo a Sua proteção, a Sua força e o Seu Amor”, concretizou, ao tomar a Virgem de Fátima como “modelo para se construir uma Igreja melhor, sinodal e em que todos participam, como Ela, para transformar este mundo e ir ao encontro daqueles que mais precisam”.

Fizeram-se anunciar nesta peregrinação 27 grupos organizados do Vietname, Espanha, Polónia, Irlanda, Reino Unido, Estados Unidos da América, França, Itália, Alemanha, Costa do Marfim, Brasil, Croácia, Hungria e Portugal.

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