06 de fevereiro, 2020

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Cardeal D. António Marto alerta para uma “solidão interior” num mundo onde há cada vez mais meios de comunicação

Bispo da diocese de Leiria-Fátima apelou a um bom acolhimento aos Hoteleiros e responsáveis de Casas Religiosas que Acolhem Peregrinos em Fátima

 

O Cardeal D. António Marto, bispo da diocese de Leiria-Fátima, no 42º Encontro de Hoteleiros e responsáveis de Casas Religiosas que Acolhem Peregrinos em Fátima, destacou o centenário da criação da primeira escultura de Nossa Senhora de Fátima, “que exerce um enorme fascínio e poder de atração”, porque “toca no coração das pessoas através da expressão do seu carinho materno”.

“A globalização torna-nos vizinhos, mas não nos torna automaticamente irmãos e sente-se muito a solidão, uma solidão interior, mesmo dentro das próprias famílias, quando não há comunicação, embora os contactos hoje sejam feitos de forma mais fácil, mas não há nada que substitua a relação interpessoal e Nossa Senhora consegue isso”, alertou o prelado.

No fundo “as pessoas procuram essa expressão do carinho em falta, e esta é uma das maravilhas do acontecimento Fátima”.

O bispo da diocese de Leiria-Fátima salientou ainda o centenário da morte da “Nossa Jacintinha”, e comovido, falou da pastorinha enquanto “ícone da santidade humana, muito simples, muito normal, onde todos nós nos sentimos espelhados, também nós com as nossas fragilidades, limites e pecados, sentimos a graça de Deus que nos vai transformando pouco a pouco, porque ser-se santo não é ser perfeito”.

“O encanto das pessoas pelos Pastorinhos tem origem numa certa nostalgia desta vida bela e boa, porque as pessoas hoje perderam o sentido da vida, e muitas delas andam simplesmente à procura de algo, e criam sobretudo um grande vazio espiritual”, explicou D. António Marto, fundamentando esta ideia com a “crispação” das relações entre pessoas e a “banalização da violência para resolver as coisas” porque “não há riqueza interior, não há um sentido de orientação”.

“Fátima é um oásis espiritual, onde as pessoas saem de coração cheio e em paz”, e assim, o Cardeal apelou ao bom acolhimento dos hoteleiros e responsáveis de Casas Religiosas que Acolhem Peregrinos em Fátima, “para que os peregrinos possam fazer uma experiência boa”.

O prelado chamou a atenção para Jornadas Internacionais «As Crianças, a morte e o luto», que põe em evidencia “o aspeto cultural, da criação artística que aqui se vive, mas sobretudo a cultura profunda da pessoa humana e uma sociedade que procura responder às questões essenciais”.

“Hoje há muita gente que não se reconhece crente mas quer vir a Fátima”, concluiu.

O reitor do Santuário de Fátima, o Pe. Carlos Cabecinhas, apresentou aos hoteleiros e responsáveis de Casas Religiosas que Acolhem Peregrinos em Fátima a temática do ano pastoral de 2019/2020, destacando os três centenários especialmente relevantes para o Santuário de Fátima: o centenário da morte de Santa Jacinta Marto; os cem anos da Imagem de Nossa Senhora de Fátima, venerada na Capelinha das Aparições; os cem anos do início do ministério episcopal de D. José Alves Correia da Silva na diocese de Leiria.

“Ao longo deste ano pastoral, assinalaremos de forma condigna estes centenários”, assegurou o sacerdote.

O Pe. Carlos Cabecinhas destacou “o papel fundamental que desempenhou quer no reconhecimento oficial, por parte da Igreja, das aparições de Fátima, quer no desenvolvimento do Santuário”, por parte de D. José Alves Correia da Silva.  

Porém “para os peregrinos de Fátima, o centenário da imagem de Nossa Senhora de Fátima é especialmente relevante, pois aquela imagem tornou-se não só o grande símbolo de Fátima, mas também um dos mais conhecidos ícones de Nossa Senhora no mundo católico”.

O outro centenário é aquele que inspirou o tema do ano: o centenário da morte de Santa Jacinta Marto.

“Dizemos centenário da morte mas deveríamos dizer o centenário do nascimento para vida plena, junto de Deus: dos santos, a Igreja celebra o dies natalis, dia do nascimento para o Céu”, explicou o reitor do Santuário, lembrando que “todos somos chamados a ser santos”.

A Vice-Postuladora da Causa de Beatificação da Ir. ª Lúcia, a Ir.ª Ângela Coelho, falou sobre o Centenário da morte de Santa Jacinta, classificando a pequena pastorinha como a “menina que mais atraia o olhar”.

Numa apresentação, abordou o “caminho de transformação em transformação até à santidade”.

“A Jacinta foi um testemunho alegre das aparições – quem ama e encontra a Deus deseja que os outros partilhem dessa alegria – a experiência de Deus não é um dom privado”, lembrou a religiosa.

O Santuário de Fátima acolheu 6,3 milhões de peregrinos que participaram nas mais de 10 mil celebrações do programa oficial ou nas de cariz particular, segundo os dados apurados pela instituição no final do ano pastoral de 2019, que teve a peregrinação como tema central.

Os números agora apurados, e que foram divulgados no 42º Encontro Anual com os Hoteleiros, que decorreu esta quinta-feira no Centro Pastoral de Paulo VI, confirmam a tendência para a estabilização das peregrinações à Cova da Iria seja de forma organizada, fazendo-se anunciar nos serviços do Santuário (4.384 grupos) ou visitando o Santuário de maneira informal.

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