20 de fevereiro, 2022

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D. António Marto apela a “uma corrente de oração do rosário nesta semana, em forma individual, familiar ou comunitária, pela paz na Ucrânia”

Igreja celebra hoje a festa litúrgica dos santos Pastorinhos, Francisco e Jacinta Marto, no dia em que se completa o 102º aniversário da morte da mais nova dos videntes

 

A Igreja celebra hoje a festa litúrgica dos santos Pastorinhos, Francisco e Jacinta Marto, e no Santuário de Fátima, os peregrinos foram convidados a refletir sobre a vida dos pequenos videntes.

Na missa dominical, o  Administrador Apostólico da diocese de Leiria-Fátima lembrou que os Pastorinhos “são o melhor comentário vivo do evangelho proclamado”.

Esta foi a última celebração a que D. António Marto presidiu no Santuário de Fátima, enquanto responsável pela diocese de Leiria-Fátima e, na homilia, lembrou que Jesus “põe bem no centro não um adulto nem pessoa importante aos olhos do mundo, mas uma criança”.

“Não é para ressaltar a inocência, como por vezes se diz, mas sim para revisitar a infância, e descobrir o mistério que a habita e carateriza, através do entusiasmo da relação com a vida e as suas surpresas, e das novas descobertas; através da abertura à relação de amor, ternura e carinho dos familiares e ainda através da confiança e abandono nos braços e no regaço da mãe e do pai que afastam o medo”, explicou o Cardeal, recordando o ato de quando um pai ergue o filho pequeno nos seus braços, o “eleva a cima da sua cabeça e lhe diz: Vês? És maior que eu, o pequeno sente-se grande no amor do pai, o amor faz-nos grandes”.

Os pastorinhos são “testemunho vivo deste caminho espiritual no qual foram introduzidos pela ternura da Senhora mais brilhante que o sol”, pois “Sentiram-se atraídos e envolvidos pela beleza do amor e ternura de Deus que os surpreendia e deslumbrava a ponto de viverem a experiência da sua presença e união íntima”.

Assim “abandonaram-se nos braços amorosos de Deus com uma alma de criança, sem medo, com total confiança, verdadeiramente felizes e este é o segredo da vida mística”.

D. António Marto considera que “esta experiência deve contagiar-nos neste nosso tempo de esquecimento de Deus, de esmorecimento da fé”, já que a atual conjuntura de pandemia, “num mundo plural e pluralista, num ambiente social e cultural de indiferença religiosa e, por vezes, adverso, não há fé que aguente sem esta dimensão mística”.

 

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Os Pastorinhos, “colaboradores de Deus no seu desígnio de misericórdia sobre a humanidade e a Igreja em momentos de grande sofrimento de guerras e perseguição”, ofereceram-se “sem hesitação, com o seu sim total, com o amor ardente que tinham no peito, com a oração solidária do rosário, com pequenos e grandes sacrifícios, com o testemunho de fidelidade até ao fim da sua vida feita toda ela oblação, pela paz no mundo e conversão dos pobres pecadores mais necessitados de misericórdia”.

Desta forma “transmitiam a esperança na vitória do amor sobre os dramas da história, do amor sobre o ódio, confiantes na promessa consoladora de Nossa Senhora”, disse ainda o prelado.

O Administrador Apostólico da diocese de Leiria-Fátima alertou os peregrinos presentes e todos os que acompanharam a celebração através dos meios de comunicação social e digital para o “contexto atual que o mundo conhece e atravessa, após longo período de fragilidades, feridas, incertezas, luto e medos em que paira uma ameaça de guerra, é necessário despertar da indiferença, da apatia, do cansaço espiritual, do desânimo que pode levar ao fatalismo”.

“Por vezes somos levados a pensar que só os poderosos - os poderes económico-financeiros e políticos - podem transformar o mundo. Mas Deus conta com os pequenos e os humildes, com a força de fá na sua misericórdia, com o testemunho da conversão e da compaixão, com a força da oração para renovar o mundo. Somos chamados a olhar o futuro com confiança, reconstruindo as relações entre as pessoas e os povos, como Bons Samaritanos que cuidam dos feridos e ajudam a curar as feridas do nosso tempo”, acrescentou o Cardeal.

“Deste Santuário da paz faço um apelo a vós aqui presentes e a todos os católicos do país para iniciarem uma corrente de oração do rosário nesta semana, em forma individual, familiar ou comunitária, pela paz na Ucrânia”, pediu D. António Marto.

Meditando ainda sobre a vida de Francisco e Jacinta Marto, evocando as suas breves vidas e descrevendo-as “como o canto e a dança de um coração compassivo em que sobressai a beleza pela simplicidade e ternura de crianças e pela intensidade da sua entrega, com todo o amor a Deus e por todos os feridos da humanidade”, uma vez que “toda a sua vida foi um canto da alegria do Evangelho”.

Os dois jovens irmãos, que morreram vítimas da Gripe Espanhola, foram canonizados pelo Papa Francisco no dia 13 de maio de 2017, no ano do Centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima.

Para evocar a sua memória litúrgica, o Santuário de Fátima levou a cabo uma novena, com a publicação de um podcast diário com uma leitura das Memórias e uma meditação inspirada na espiritualidade dos Pastorinhos.

Ontem, na vigília de oração, os peregrinos foram convidados a meditar sobre a vida dos mais jovens não mártires do santoral católico.

 

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Ao início da tarde, a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, acolheu um concerto evocativo dos Três Pastorinhos de Fátima, com o Coro Ricercare que apresentou um programa de inspiração marcadamente mariana, através de uma seleção cuidada de obras contemporâneas para coro, cujos textos e estética giram em torno da Virgem Maria. Desde a monodia Ave Generosa, de Hildegard von Bingen — abadessa e compositora da Alta Idade Média —, até à estreia absoluta de Canticle of Ecstasy de Alfredo Teixeira (com textos de Hildegard), o programa trilha um percurso em volta da figura de Maria através da música e desafia obras de compositores como Ola Gjeilo, Rui Paulo Teixeira, Sarah Quartel e William Harris. Inclui ainda a obra de Arvo Pärt, por ocasião da Celebração do Centenário das Aparições de Fátima, assim como as estreias nacionais de Ave Regina Cælorum, de Paolo Orlandi, e de Magnificat in five vignettes, de Miguel Jesus.

 

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