26 de julho, 2022

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Desfazer tabus sobre a deficiência e proporcionar descanso aos cuidadores informais é o principal desafio do projecto `Vem para o Meio´

Semana de férias para pais e pessoas com deficiência acontece há 14 edições

 

 

O Artur, a Elsinha, o Rogério, a Margarida, a Ana, a Sandra são apenas os nomes de parte dos rostos de uma enorme família que esta segunda-feira visitou o Santuário de Fátima, no âmbito do programa “Vem para o Meio: férias para Pais de Pessoas com deficiência”. O dia de peregrinação ao Santuário é “sempre especial” como são todos os dias em que estas pessoas, e os seus cuidadores, se sentem apoiados e protegidos.

Os Silenciosos Operários da Cruz, congregação religiosa que em conjunto com o Santuário de Fátima proporciona esta iniciativa de uma semana de férias para os cuidadores informais, esperam “primeiro que os pais no final desta semana possam encontrar um novo alento e segundo, que a realidade da deficiência deixe de estar escondida e seja um tabu”, disse à Sala de Imprensa Ir. Marta Couto, uma das animadoras deste projecto.

Dois anos depois de suspensa, por causa da pandemia, a iniciativa que já se realizava há 13 anos regressa e “é como que um começar de novo pois temos de olear a máquina e como que recomeçar do principio. Mas é como andar de bicicleta: nunca se deixa de saber andar. Aqui nunca se deixa de saber cuidar”, acrescentou.

Este ano, no regresso do `Vem para o Meio´, repartido em cinco turnos, os grupos são maiores quer em número de pessoas com deficiência quer em termos de voluntários.

“Alargámos o número de participações até ao limite do que é possível para trabalharmos bem” referiu a Ir. Marta Couto.

Cada Turno este ano conta com 25 pessoas com deficiência, num total de 125, até 31 de agosto, 55 cuidadores e 70, sendo que do grupo de pessoas com deficiência 59 vem pela primeira vez e 66 são repetentes.

“A experiência está a ser muito desafiante. É importante este recomeçar de novo porque percebemos o quão importante é para estes pais e para estas pessoas regressar. É um alívio para muitos, aquele momento e aquele descanso que lhes permite levar os restantes dias do ano com ânimo”, refere a religiosa.

Muitos pais optam por ficar porque também beneficiam deste período seja porque fazem atividades lúdicas, porque rezam ou porque participam noutro tipo de iniciativas sem o peso e a responsabilidade de fazer tudo sozinhos.

“ O trabalho é adaptado de forma a que todos possam tirar um bocadinho de cada atividade e se há pessoas com muita autonomia, há outras que nem sequer conseguem participar ativamente em qualquer atividade, mas os pais vão usufruindo e isso é muito importante”, refere ainda.

Neste turno de 25 pessoas com deficiência há a presença de oito mães, um pai e um irmão, que são acolhidos no Centro de Espiritualidade Francisco e Jacinta Marto.

O programa propõe atividades dentro do Centro para os jovens e momentos de partilha entre os pais que desejam permanecer naquela semana junto dos filhos, sendo ajudados por uma equipa de voluntários que 24 horas por dia está disponível para ajudar, como se o sofrimento ganhasse outra dimensão.

“As pessoas com deficiência ensinam a simplicidade. No meio de tantas coisas que achamos que precisamos, aqui percebemos que precisamos pouco”. Até de palavras. Esta segunda-feira este grupo participou na Eucaristia do programa oficial do Santuário, às 11h00, depois visitou os túmulos dos santos Pastorinhos e terminou a peregrinação na Capelinha das Aparições, rezando o terço.

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