12 de outubro, 2021

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“Esta peregrinação inicia um novo ciclo, marcado pela esperança”

D. António Marto perspetiva 12 e 13 de outubro como momento de viragem.

No encontro com os órgãos de comunicação social, no âmbito da Peregrinação Internacional Aniversária de Outubro, o cardeal D. António Marto lançou um olhar de esperança sobre o presente e o futuro próximos, apelando à responsabilidade, depois de “tempos difíceis” gerados pela pandemia, que “ainda fará experimentar, porventura, muitas dificuldades e consequências do ponto de vista económico e social”.

“Esta peregrinação inicia um novo ciclo marcado pela esperança. Estamos a vencer a pandemia. (…) Nesta peregrinação, já vimos o Santuário com um novo colorido. Estamos longes de outros tempos, mas perto de uma nova realidade, que, vivida com responsabilidade, cuidado e resiliência, há de ser igualmente boa”, anteviu o bispo de Leiria-Fátima, ao sublinhar a “cultura do cuidado” a que este tempo pandémico convocou.

“Fica uma palavra de gratidão a todos quantos salvaram vidas e permitiram que os doentes, os idosos, os que perderam emprego continuassem vivos. Quantas pessoas carregaram e carregam cruzes para ajudar os outros, se sacrificam para ajudar os que precisam? Para esses, deve voltar-se a nossa gratidão”, afirmou, ao lembrar as vítimas de covid19 e os seus familiares em luto.

Sobre os casos de pedofilia que foram recentemente expostos na Igreja em França, D. António Marto falou da urgência de conversão, admitindo a “dor, a tristeza e a vergonha” que cobrem os católicos face a estas notícias e a necessidade de, tal como referiu o Papa Francisco, “realizar todos os esforços a fim de que tais dramas não se possam repetir”.

“Esta é uma situação de luto para a Igreja: para interiorizar tudo o que significa esta chaga, mas também para olhar o futuro com olhar novo, reconstruindo um novo caminho com dignidade e esperança (…), portanto, a Igreja está disposta a realizar, com determinação, todos os esforços necessários para pôr fim a estes dramas, que a atingiram profundamente, no cuidado com as vítimas, numa atitude preventiva e sem contemplações”, afirmou o prelado, relembrando ainda a perspetiva que o Papa Bento XVI, deu, sobre este assunto, em 2005, à luz da mensagem de Fátima, quando alertou para o facto de “os sofrimentos da Igreja virem do pecado que existe na Igreja” e para a “profunda necessidade” da mesma Igreja em “reaprender a penitência, de aceitar a purificação, de aceitar o perdão e de justiça”.

Num panorama eclesial, o bispo de Leiria-Fátima perspetivou o Sínodo que a Igreja vive como “um momento crucial” e “um processo que marcará a passagem de uma Igreja clerical para um modelo sinodal, baseada na corresponsabilidade de todos os fiéis”, numa dinâmica que deve aspirar a “uma Igreja mais inclusiva” e fraterna.

Sobre a proximidade da Jornada da Juventude de 2023, em Lisboa, D. António Marto prevê que Fátima será “um polo aglutinador dos jovens que, vindo a Lisboa, também se deslocarão a este enorme altar”.

“Estaremos cá para acolher todos com a nossa hospitalidade. O caminho que vamos trilhar até lá será decisivo, para os frutos que, depois, precisaremos de colher. Não basta fazer um grande acontecimento, é preciso lançar sementes, para que deem fruto renovado”, considerou.

O prelado fez ainda referência ao Encontro Religiões e Cultura em diálogo "Povos irmãos, terra futura", promovido pela Comunidade de Santo Egídio; ao encontro "Fé e Ciência", através do qual o Papa reuniu cientistas, especialistas e líderes religiosos no Vaticano e a reunião interparlamentar promovida em Roma, no início de outubro, com vista à Conferência de Glasgow sobre o clima, iniciativas para as quais o cardeal D. António Marto como a afirmação de que a preocupação pela ecologia se está a tornar num “património comum das religiões”.

 

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Arcebispo de  Salvador da Bahia encara peregrinação como um "exercídio de sinonalidade"

No encontro com os jornalistas, o arcebispo de Salvador da Bahia, e primaz do Brasil, cardeal Sergio da Rocha, que preside à Peregrinação, expressou a “alegria de retornar a Fátima”, assumindo-se como “um peregrino entre os peregrinos”.

“Venho participar nesta peregrinação, com os irmãos. Venho trazer as preces, os louvores e os clamores dos que continuam a sofrer com a pandemia, especialmente os enfermos e os mais pobres.”

O primaz do Brasil apresentou a peregrinação como uma “oportunidade de vida nova” e um “exercício de sinodalidade”, pela possibilidade de fazer caminho em comunhão, sublinhando a consciência de família que os tempos pandémicos reavivaram.

“O Santuário de Fátima, com a sua mensagem, traz-nos a certeza de que não estamos sozinhos e de que contamos com a presença de Deus e, de um modo especial, com a Mãe de Jesus, que caminha connosco, sobretudo neste tempo tão desafiador. Não nos podemos acomodar perante os desafios da vida, sejam eles quais forem”, encorajou o cardeal brasileiro.

“Gostaria muito que esta mensagem de esperança, que brota da fé e do amor, pudesse ecoar cada vez mais a partir do Santuário para o mundo”, concluiu o prelado.

 

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Um tempo de recuperação

No âmbito da vida do Santuário de Fátima, o seu reitor, padre Carlos Cabecinhas, destacou os sinais positivos de “alguma recuperação” no que respeita à presença de peregrinos, dando a conhecer que, entre janeiro e setembro de 2021, mais de 1,3 milhão de peregrinos participaram em celebrações no Santuário.

O padre Carlos Cabecinhas sublinhou o regresso dos grupos organizados à Cova da Iria, - num total de 217 grupos estrangeiros e 179 grupos nacionais, até ao momento -, expressando a confiança e otimismo num regresso a uma normalidade na qual o Santuário constinuará a apostar na comunicação digital, garantindo que Fátima seja levada a quem não puder vir à Cova da Iria

O responsável lançou também um olhar sobre a Jornada Mundial da Juventude de 2023, que trará a Lisboa e a Fátima o Santo Padre, assegurando que o Santuário já se está a preparar para esse momento.

Por fim, o reitor do Santuário deu a conhecer o programa comemorativo do centenário do jornal Voz da Fátima, que considerou ser “uma forma digna de lembrar os que, ao longo de um século, escreveram e leram” o mensário.

O programa da Peregrinação começa às 21h30, com a recitação do Rosário; segue-se a Procissão das Velas e uma celebração da Palavra. Amanhã, dia 13, dia em que se faz memória da sexta aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos, o programa começa às 9h00, com o Rosário, segue-se a Missa Internacional e a Procissão do Adeus.

Nesta quarta feira celebra-se ainda a Dedicação da Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

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