“Este é sempre o drama do Natal: não haver lugar para Jesus que vem”

“Este é sempre o drama do Natal: não haver lugar para Jesus que vem”

Na missa da noite do Natal, o reitor do Santuário de Fátima alertou para o consumismo desenfreado que não deixa espaço para acolher Jesus e apelou à solidariedade e atenção para com os que sofrem.

Na missa da noite do Natal, marcada pela alegria do nascimento de Jesus, o reitor do Santuário de Fátima sublinhou que esta “é uma noite especial”, mas só se tornará verdadeiramente noite de luz, paz e esperança se cada cristão souber acolher Jesus na sua vida.

Na homilia que proferiu esta noite, o padre Carlos Cabecinhas lembrou que o Filho de Deus nasceu num abrigo de animais, “porque não havia lugar na hospedaria”, imagem que, afirmou, continua atual e traduz “o drama do Natal”: o facto de tantas vezes não haver espaço para Cristo no coração e na vida das pessoas.

O presidente da celebração alertou para uma sociedade “tomada de assalto por um consumismo desenfreado”, onde a referência ao nascimento de Jesus se vai perdendo e o tempo santo do Natal tende a transformar-se numa simples quadra festiva.

Porém, insistiu que mais do que lamentar, é preciso testemunhar um acolhimento verdadeiro, que se traduza em escolhas e atitudes concretas. “O que importa é que testemunhemos que temos lugar para Jesus na nossa vida”, salientou.

Esse acolhimento, frisou, passa também pela atenção aos outros. Se Deus se fez homem por amor, é “em cada rosto humano” que Ele pode ser reconhecido e acolhido, sobretudo nos mais pobres, frágeis e esquecidos. O Natal, disse ainda, é por excelência “tempo de solidariedade, de partilha, de amor concreto e de ajuda desinteressada”.

Na mensagem deixada aos fiéis, o reitor do Santuário apelou a que não caíssem em esquecimento “os que vivem o drama da guerra”. Mencionou em concreto os casos da Palestina, da Ucrânia, do Sudão e tantas outras regiões em conflito, bem como os migrantes, os que vivem sós, os sem condições dignas, os sem-abrigo. “Celebrar o Natal desafia-nos a não ficarmos indiferentes diante do sofrimento dos outros”, afirmou.

No final da homilia, o padre Carlos Cabecinhas recordou que a noite de Natal é “de alegria e de luz, de esperança e de paz”, mas, simultaneamente, desafia cada cristão a acolher Jesus na sua vida e a reconhecê-lo naqueles com quem se vive.

Áudio da homilia do padre Carlos Cabecinhas