03 de setembro, 2020

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Intervenções na escultura de Nossa Senhora do Rosário de Fátima ajudam a compreender a história da Imagem e das técnicas de restauro e conservação

Os desafios à conservação do maior ícone católico português no mundo foram apresentados ontem à noite, na terceira visita temática à exposição Vestida de Branco

 

A história e a evolução do restauro e da conservação em Portugal acompanha a vida da escultura de Nossa Senhora do Rosário de Fátima e, através dela, percebem-se as técnicas mas também as formas de agir em defesa do património, sem apagar as marcas do tempo. E embora nem sempre se tenha olhado para esta escultura como uma obra de arte, a verdade é que hoje, as duas funções - estética e devocional - coabitam e já quase, não vivem uma sem a outra.

Ontem há noite, a responsável pelo Serviço de Conservação e Restauro do Património do Santuário de Fátima, Ana Rita Santos, proferiu uma conferência sobre os desafios à Conservação da Imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no âmbito da terceira visita temática à exposição temporária “Vestida de Branco”, que assinala o centenário da escultura que se venera na Capelinha das Aparições.

“A partir de 2010 há uma mudança de paradigma das equipas de restauro que olham para esta Imagem e começam a abordá-la como uma obra de arte”, referiu Ana Rita Santos, ao lembrar que a conservação desta escultura tem sido uma prioridade do Santuário de Fátima, “desde a primeira hora”. Ao ponto de, em 2013, ter sido celebrado um protocolo com a academia no sentido de garantir um correto e aprofundado estudo sobre esta Imagem inspirada numa outra de Nossa Senhora da Lapa, venerada em Ponte de Lima, modelada e executada pelo santeiro José Ferreira Thedim, conforme o relato das videntes, tal como lhe foi transmitido pelo cónego Manuel Formigão.

Ana Rita Santos começou por apresentar as características da escultura e percorrendo cronologicamente as várias intervenções de que foi alvo, muitas delas coincidindo com as viagens que a fizeram sair da Capelinha das Aparições - 12 no total, entre Portugal, Espanha e Roma - apresentou as várias intervenções que a Imagem sofreu. A primeira ocorreu logo no momento da chegada, e todas as que se lhe sucederam foram feitas e executadas por mestres santeiros, pelo menos até ao ano 2000. Além das ações de conservação e restauro, Ana Rita Santos falou, também, da coroação da escultura, em 1946 e das alterações introduzidas pelo próprio José Ferreira Thedim em 1951, data do primeiro restauro “mais profundo”. Em 2013, o estudo desenvolvido pelo Instituto Politécnico de Tomar haveria de trazer ao conhecimento do Santuário elementos muito precisos e de elevado valor científico para o estudo e proteção da escultura.

As visitas temáticas, que decorrem na primeira quarta-feira de cada mês, entre maio e outubro (este ano por causa da pandemia começaram em julho) constituem uma oportunidade de aprofundamento do conhecimento sobre as temáticas dos núcleos e aspetos particulares da exposição.

A próxima visita temática terá lugar no dia 7 de outubro e será conduzida por Marco Daniel Duarte, Diretor do Departamento de Estudos e Museu do Santuário de Fátima, e comissário da exposição.

A exposição Vestida de Branco já registou a presença de 68.388 visitantes, 13 mil dos quais no último mês. Para o diretor do Museu e comissário da exposição, Marco Daniel Duarte, este número “em tempos difíceis informa bem sobre o interesse que esta escultura e o tem a ela associado tem para os peregrinos”.

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