13 de julho, 2023

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Irmã Lúcia apresentada como "figura universal" que teve uma vida "vivida de modo radical como serviço à Igreja"

O Decreto com a declaração e reconhecimento das virtudes heróicas da vidente de Fátima, agora venerável, Irmã Lúcia de Jesus e do Imaculado Coração, foi lido esta manhã pela primeira vez em Fátima

 

O decreto, promulgado pelo Papa, que confirma as “Virtudes teologais” da Fé, Esperança e Caridade para com Deus e para com o próximo, bem como as “Virtudes cardeais” da Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança, em grau heroico, da Serva de Deus Irmã Lúcia de Jesus foi lido esta manhã, pela primeira vez, em Fátima pelo bispo da diocese de Coimbra, D. Virgílio Antunes.

O Decreto, com data de 22 de junho, afirma que a partir do silêncio do claustro do Carmelo de Coimbra, onde residiu até à morte, “tornou-se uma figura universal, guardando no seu coração os dramas do mundo, através da oração e dos sacrifícios, unindo harmoniosamente as dimensões mística e profética”, que desenvolveu através de uma intensa atividade “epistolar e literária".

“Toda a vida da Serva de Deus foi uma participação no mistério Pascal de Cristo: a saúde frágil, as normas da Santa Sé sobre as visitas que podia receber, os compromissos da vida religiosa, as múltiplas relações com figuras eclesiais e de diversos âmbitos sociais”.

Iluminada pela palavra e pela vontade de Deus, refere ainda o texto, e “conduzida pela Senhora do Rosário, a 13 de junho de 1917, foi chamada a difundir no mundo a devoção ao Coração Imaculado de Maria.

“Assumindo a missão com fortaleza, mostrou que a santidade é «viver a Luz de Deus que habita em mim, viver na Luz, viver da Luz e viver para a Luz!»”.

Padre Luís Kondor com a Irmã Lúcia

“Profeta da «graça e misericórdia» que Deus quer derramar sobre o mundo, oferece a sua vida, em união com Jesus-Eucaristia e com o Coração Imaculado de Maria, pela Igreja e pela conversão dos pecadores” pode ler-se ainda no Decreto.

“Embora vivendo em clausura, a sua vida tornou a sua cela um lugar com um horizonte mundial, indicando o caminho para a morada da luz e da paz”.

Lúcia nasceu em Aljustrel (Fátima, Portugal) a 28 de março de 1907, foi batizada a 30 de março de 1907 e fez a sua primeira comunhão aos 6 anos.

Em 1916, com os seus primos, os santos Francisco e Jacinta Marto, teve, por três vezes, Aparições do Anjo da Paz e, nos dias 13, de maio a outubro (à exceção de agosto) de 1917, Aparições da Virgem do Rosário. Depois da morte dos primos, tornou-se a única guardiã da Mensagem de Fátima.

Entrou no Instituto de Santa Doroteia, em Espanha, a 24 de outubro de 1925. Em Pontevedra, a 10 de dezembro seguinte, teve a Aparição de Nossa Senhora e do Menino Jesus, na qual lhe foi pedida a Devoção dos Primeiros Sábados. Em Tuy, a 13 de junho de 1929, teve a Aparição de Nossa Senhora e da Santíssima Trindade, na qual se lhe pedia a Consagração da Rússia ao Coração Imaculado de Maria. Fez a Profissão Perpétua, a 3 de outubro de 1934, e permaneceu em Espanha durante o período da Guerra Civil Espanhola e da Segunda Guerra Mundial. Entre 1935 e 1941, por ordem do Bispo de Leiria, escreveu as suas Memórias sobre os primos e as Aparições e, a 3 de janeiro de 1944, escreveu a terceira parte do Segredo de Fátima.

Com o desejo de um maior recolhimento e silêncio, a 25 de março de 1948, entrou na Ordem do Carmelo, em Coimbra, tomando o nome de “Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado”. Recebeu o hábito carmelita a 13 de maio de 1948 e fez a Profissão Perpétua a 31 de maio de 1949.

Permaneceu na clausura do Carmelo até à sua morte, saindo por vontade dos Papas São Paulo VI (1967) e São João Paulo II (1982, 1991, 2000), por ocasião das suas viagens a Fátima.

A Consagração do mundo ao Coração Imaculado de Maria foi um tema sobre o qual Lúcia insistiu, convencida de que dessa dependia a paz do mundo. A 25 de março de 1984, viu realizar-se a Consagração, por parte do Papa, em união com todos os Bispos, cumprindo-se o pedido de Nossa Senhora.

“A sua vocação foi vivida de modo radical como serviço à Igreja” reconhece o Decreto.

Lúcia faleceu no Carmelo de Coimbra a 13 de fevereiro de 2005, “com grande fama de santidade”, tendo os seus restos mortais sido transladados, um ano depois para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário, em Fátima.

O texto do Decreto recorda, ainda, a tramitação processual desta causa desde o Inquérito diocesano, em duas fases distintas, entre 2012 e 2017, até à fase  em que se encontra. Os Padres Cardeais e Bispos, na Sessão Ordinária de 6 de junho de 2023, reconheceram que a Serva de Deus exerceu em grau heroico as virtudes teologais, cardeais e anexas, facto confirmado pelo Papa.

Este é o passo mais importante e que permite que a Causa prossiga em ordem à beatificação e Canonização, sendo contudo necessário um milagre para cada uma destas etapas.

A leitura do Decreto foi feita pela primeira vez em Fátima e numa data particularmente simbólica- o dia 13 de julho- em que se assinala a terceira Aparição cujo relato aponta para o cerne do Segredo e da Mensagem de Fátima.

Além do bispo de Coimbra estiveram presentes a Vice-postuladora da causa, Irmã Ângela Coelho, o provincial da ordem dos Carmelitas Descalços, padre Vasco Tavares da Costa bem como familiares da vidente de Fátima.

Na introdução ao momento da leitura, o reitor do santuário pediu a oração de todos os peregrinos sublinhando que se tratava de um momento particularmente significativo para o Santuário de Fátima.

 

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