19 de dezembro, 2021

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“Maria e Isabel exortam-nos a sermos homens e mulheres do encontro, da visita, do acolhimento, do diálogo, da saudação, da amizade, da amabilidade”

Cardeal D. António Marto presidiu à Missa da festa de Natal dos funcionários e colaboradores do Santuário de Fátima este domingo na Basílica da Santíssima Trindade

 

A visitação de Maria a Isabel é “um ícone da Igreja em saída” que deve servir de modelo a todos os cristãos, sobretudo num tempo em que “há medo do encontro e de acolher o próximo”, afirmou esta manhã D. António Marto, bispo da diocese de Leiria-Fátima, na homilia da Missa dominical na Basílica da Santíssima Trindade, que hoje contou com a presença dos funcionários do Santuário de Fátima.

A partir da liturgia proclamada neste IV Domingo do Advento - a visitação de Maria à sua prima Isabel-, D. António Marto lembrou que após ter recebido a graça e a missão de ser a mãe do Verbo encarnado, Maria não guardou para si esse dom como segredo do coração, saiu de sua casa, pôs-se a caminho, sem demora, com prontidão, apressadamente, a visitar a sua parente Isabel que precisava de ajuda e, por isso, “cumpriu um gesto de amor, da caridade, de serviço concreto, levando Jesus que trazia no ventre”. 

“Eis aqui o nosso modelo” sublinhou D. António Marto.

“Não se trata de um mero gesto de cortesia, banal, mas de um encontro de fé e partilha de vida”, afirmou.

“A Senhora da prontidão, leva a ternura, a partilha, o serviço, o cuidado do outro, a alegria”, enfatizou.

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No encontro entre a jovem Maria e a idosa Isabel “podemos ver a imagem de como o Evangelho deve ser anunciado, o ícone da Igreja em missão, em saída (...) chamada a levantar-se e a dirigir-se sem demora às periferias deste mundo para anunciar Jesus Cristo vivo, ressuscitado, e o Evangelho do seu amor que salva”, disse ainda.

“Uma Igreja de braços abertos para acolher a todos, sem exclusão; que sai das suas portas para buscar, com o seu sorriso de mãe, os afastados ao encontro com a misericórdia do Senhor. Não uma Igreja fachada, como fortaleza ou castelo amuralhado”, afirmou.

Para o prelado esta é a urgência dos nossos dias, “porque os nossos dias estão cada vez mais marcados pelo medo do encontro, pelo medo de nos aproximarmos, pelo medo de acolher o próximo, pela pressa em criar barreiras de defesa, em levantar muros divisórios da solidão e separação até aos muros da indiferença e da desconfiança”.

“Num mundo assim, é ainda mais urgente anunciar este Evangelho da `visita´, do encontro, em particular com os mais pobres e com todo aquele que aguarda por um mundo melhor”, salienta.

“Maria e Isabel, duas mulheres diferentes por idade e condição, exortam-nos a sermos homens e mulheres do encontro, da visita, do acolhimento, do diálogo, da saudação, da amizade, da amabilidade”.

O cardeal português sublinhou, por outro lado, o “efeito transformador” do encontro, a partir do qual “nascem e crescem novas histórias de amor e de comunhão, de alegria e de esperança num mundo melhor, mais belo porque mais fraterno e solidário”.

“A cena da visitação exprime de facto a beleza do encontro; e inspira a abertura ao encontro como lugar de comunhão e enriquecimento mútuo de dons: encontro intergeracional, cultural, ecuménico, inter-religioso, com os não crentes, com os pobres e os que sofrem, para construir um mundo de paz e fraternidade” concluiu, deixando uma uma interpelação: “Estamos interiormente livres e disponíveis ao encontro com os outros, mesmo sendo diferentes, e ao cuidado do outro frágil e necessitado?”

“Tudo o que acabamos de meditar é, por assim dizer, a música do Evangelho do Natal que acompanha o nascimento de Jesus e deve ressoar no nosso coração”.

“Se a música do Evangelho cessar de repercutir nas nossas casas, nas nossas praças, nos postos de trabalho, na política e na economia, teremos extinguido a melodia que nos desafiava a lutar pela dignidade de todo o homem e mulher” afirmou citando o ponto 277 da encíclica Fratelli Tutti, escrita pelo Papa Francisco.

“Peçamos a Nossa Senhora da Prontidão e da Ternura que nos ajude a viver, testemunhar e transmitir, como ela, a ternura, a alegria e o cuidado fraterno aos nossos familiares, aos nossos companheiros, aos nossos amigos, a todas as pessoas, em particular aos peregrinos do Santuário”, finalizou o prelado formulando votos de um “Santo e Feliz Natal e Abençoado Ano Novo de 2022”.

Este ano, por causa da situação de pandemia que o país e o mundo ainda atravessam não se realizou o habitual convívio com as famílias, mantendo-se contudo o essencial da festa que foi esta Eucaristia dominical, concelebrada pelos bispos eméritos D. Serafim Silva e D. Augusto César, pelo reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas e pelos capelães, na qual participaram também a comunidade das Servas de Nossa Senhora de Fátima, que vive e serve no Santuário, e as famílias dos funcionários e colaboradores, a quem D. António Marto agradeceu de forma comovida “com estima e reconhecimento” o trabalho desenvolvido no acolhimento dos peregrinos.

Nesta celebração fez-se também a bênção das grávidas, para quem “este Natal se reveste de uma ternura e de um encanto particular”.

Neste tempo de Natal, o Santuário tem preparado um programa celebrativo para as noites de 24 e 31 e dias 25 e 1, durante o qual as ofertas entregues reverterão a favor da obra social das Criaditas dos Pobres.

 

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