31 de dezembro, 2021

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“Milagre da amabilidade” apresentado como resposta para a crise atual

Na Missa deste último dia do ano, o cardeal D. António Marto perspetivou o tempo pandémico como uma oportunidade de conversão e exortou os peregrinos à amabilidade.

Na homilia da Missa de ação de graças pelo ano findo, o cardeal D. António Marto lançou um olhar de esperança sobre o tempo atual, perspetivando-o como uma oportunidade de mudança para o essencial da vida. O bispo de Leiria-Fátima apresentou o “milagre da amabilidade” como caminho e resposta para a crise que se vive.

Na celebração de hoje, antecipada para as 18h30 devido às restrições que se vivem, o prelado começou por exortar os peregrinos presentes na Basílica da Santíssima Trindade a não se deixarem paralisar pela nova vaga pandémica e a olhar para o tempo difícil que se vive como uma “peregrinação interior” e uma oportunidade a “reavaliar o que é verdadeiramente importante na vida”, assente na solidariedade, na proximidade e compaixão para com o próximo.

Neste último dia do ano, o presidente da celebração apresentou a amabilidade como caminho para a paz, que liberta da “crueldade que às vezes penetra nas relações humanas, da ansiedade que não nos deixa pensar nos outros, da urgência distraída que ignora que os outros também têm direito de ser felizes”.

“Hoje, raramente se encontram tempo e energias disponíveis para se demorar a tratar bem os outros, para dizer «com licença», «desculpe», «obrigado». Contudo, de vez em quando verifica-se o milagre duma pessoa amável, que deixa de lado as suas preocupações e urgências para prestar atenção, oferecer um sorriso, dizer uma palavra de estímulo, possibilitar um espaço de escuta no meio de tanta indiferença. Este esforço, vivido dia a dia, é capaz de criar aquela convivência sadia que vence as incompreensões e evita os conflitos.”

No plano da Igreja em Portugal, o cardeal D. António Marto definiu o sínodo dos bispos como “um sinal de esperança” e um “modo audacioso de pôr a Igreja em diálogo consigo mesma, no seu interior; e com a história e o mundo neste tempo de tormenta próprio da viragem epocal”.

“O objetivo autêntico da sinodalidade é «fazer germinar sonhos, suscitar profecias e visões, fazer florescer a esperança, estimular confiança, faixar feridas, entrançar relações, ressuscitar uma aurora de esperança, aprender uns dos outros e criar um imaginário positivo que ilumine as mentes, aqueça os corações, restitua força às mãos». Deste modo evitaremos que a Igreja se torne Igreja de museu, bela mas muda, com muito passado e pouco futuro”, afirmou.

No âmbito diocesano, o bispo de Leiria-Fátima lembrou o triénio pastoral dedicado à “Eucaristia, encontro e comunhão com Cristo e os irmãos” que a sua diocese vive, justificando a escolha do tema pela “falta de amor, enlevo, encanto, atração e devoção a este sacramento”.

“Podemos apontar vários fatores que contribuem para isto. Mas a razão mais profunda é o esmorecimento da fé. Quando a fé esmorece, esmorece também o amor a Cristo Vivo presente na Eucaristia e vice-versa”, disse o prelado.

Por fim, lançou uma leitura sobre a mensagem da paz do Papa Francisco para o primeiro dia do ano novo, relembrando os princípios que o Santo Padre estabelece para uma paz duradoura: o diálogo entre as gerações; a educação integral como fator de liberdade, responsabilidade, cultura humanista do bem comum; e o trabalho digno para todos, para uma plena realização da dignidade humana.

“Tudo isto não pode existir sem a cultura do cuidado, que será o grande desafio da sustentabilidade humana e espiritual da nossa qualidade de vida. Se deixarmos tudo à lei do mercado, os pobres e excluídos aumentarão. Devemos pôr o cuidado recíproco no centro do pacto social: cuidar dos homens e da casa comum. Ele é concretização da fraternidade. 2022 será bom ano novo se cuidarmos uns dos outros como faz Nossa Senhora connosco”, concluiu.

A celebração terminou com o  o canto do hino "Te Deum" e osculação da imagem do Menino Jesus.

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