12 de outubro, 2023

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“Os artistas desenvolvem um novo olhar sobre a humanidade e através da harmonia da sua criação tentam construir a paz”- Joana Vasconcelos

Artista plástica, autora da obra “Suspensão” , orientou a última Visita Temática do Ano Pastoral 2022/2023 à exposição “Rosarium: Alegria e Luz, Dor e Glória”

 

Os artistas como “aliados de Deus” na construção da paz e, consequentemente com uma função especifica e reconhecida socialmente, é uma leitura do Papa Francisco que agradou sobremaneira a Joana Vasconcelos, no encontro que teve com o Papa, no dia 21 de junho, no Vaticano.

A artista plástica portuguesa, autora da obra “Supensão”, o terço que esteve suspenso junto à Basílica da Santíssima Trindade em Fátima, por ocasião do Centenário das Aparições e agora se encontra na Exposição Temporária “Rosarium: Alegria e Luz, Dor e Glória”, foi a interveniente na última visita temática deste ano pastoral, que se realizou esta quarta-feira à noite.

“Os artistas são aliados de Deus. Quando se está ao serviço de algo maior alguns de nós temos a função de olhar para o mundo de uma determinada maneira; fazer mais, refletir sobre o mundo e dar dele um novo olhar...Uma espécie  de filtro para uma nova realidade e isso, como que dá, uma nova versão do mundo”, afirmou Joana Vasconcelos durante a sessão que reuniu mais de uma centena de pessoas em torno da peça que integra o último núcleo da exposição temporária, inaugurada em novembro do ano passado e que já contou com a visita de 188.854 visitantes.

A artista, que através da sua obra está presente em várias capitais do mundo, integrando espaços reputados como a galeria Uffizi de Florença, ombreando com vultos da arte como Miguel Ângelo ou Leonardo Da Vinci, sublinhou o papel dos artistas na construção da paz, tema sempre presente em Fátima e particularmente na oração característica de Fátima, o Rosário.

“A beleza, a harmonia, a estética contribuem para a paz e é essa paz que os artistas tentam construir, como nas contas de um rosário”, disse valorizando o reconhecimento “desta função social dos artistas” feito pelo Papa no encontro com cerca de 200 artistas de todo o mundo.

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“Nunca mais vou ser reconhecida nesta função de leitora da humanidade como fui pelo Papa, quando nos disse `eu não posso fazer isto sozinho´e nos pediu ajuda(...) Por mais ajudas, prémios, comendas, nada igualará este reconhecimento da minha função”, destacou ainda, de forma emocionada.

Nesta sessão, orientada pelo Comissário da Exposição e diretor do Museu do Santuário, Marco Daniel Duarte, intitulada  “Suspensão: sobre a criação, sobre a execução, sobre a exposição”, a artista percorreu várias obras da sua autoria, com particular destaque para o Terço monumental que foi uma das marcas do Centenário das Aparições em 2017 e , também, uma “oportunidade” para levar a sua obra a outros contextos, como a presença na tão prestigiada galeria Uffizi ou no Guggenheim.

“Foi por causa deste terço que entrei no Guggenheim” referiu.

“Há muitas coisas que estão interligadas; quando fiz este terço foi para construir para algo maior do que eu. Quando vi o terço a acender... Esta  peça permitiu-me estar no Vaticano e  se não fosse este terço nunca poderia ter mostrado ao mundo como é que um artista pode contribuir com a sua obra” confidenciou ainda.

Este terço de grande escala, instalado em 2017 na vertical, mas que agora se encontra disposto na horizontal, “duas dimensões que criam os dois eixos que são a cruz”, salientava Joana Vasconcelos, em declarações aos órgãos de Comunicação Social, por ocasião da inauguração da exposição, em novembro de 2022, resultou de uma “peregrinação” a Fátima que fez com um conjunto de pessoas não crentes.

A artista plástica Joana Vasconcelos apresentou esta obra de arte, a 2 de maio de 2017. Este terço de 28 metros de altura com 540 quilogramas, foi inaugurado, em Fátima, no dia 12 de maio, pelo Papa Francisco, por ocasião da sua visita à Cova da Iria.

Na ocasião, referindo-se à peça, Joana Vasconcelos descreveu-a como "uma ligação de paz, esperança, amor e tolerância entre o céu e a terra". A obra de arte ficou instalada junto à Basílica da Santíssima Trindade, durante um ano, até maio de 2018.

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O terço "Suspensão", é constituído por contas numa matéria plástica, ligadas entre si por ganchos de metal, com uma cruz de Vitrúvio, que "é um sinal de humanismo". Na apresentação, Joana Vasconcelos mencionou que o material escolhido e o sistema elétrico que tem no seu interior é uma associação "aos objetos comuns que compramos em Fátima".

Uma peça que foi feita especificamente para "estar em harmonia com a arquitetura do local e as celebrações do centenário", integrada na cultura e nas tradições locais, segundo a artista.

A exposição temporária percorre os quatro mistérios que se meditam no Rosário, através de uma narrativa que convida à contemplação desta oração mariana, que é uma das dimensões mais estruturantes da mensagem de Fátima. O itinerário começa, por isso, com a projeção do pedido que a Senhora do Rosário fez aos Pastorinhos para que rezassem o Terço todos os dias para alcançar a paz.

No terceiro núcleo da exposição, que tem como título “Entre o céu e a terra”, é exposta a obra “Suspensão”, que Joana Vasconcelos fez por ocasião do centenário das Aparições de Fátima, e que apresenta um monumental Rosário, iluminado, em que a cruz está disposta sobre uma reprodução de “Homem de Vitrúvio”, de Leonardo da Vinci.

A exposição temporária do Santuário tem entrada livre e pode ser visitada no Convivium de Santo Agostinho, piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30. Diariamente são dinamizadas visitas guiadas à mostra. Está patente ao publico até 15 de outubro de 2024.

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HORÁRIOS

30 abr 2024

Missa, na Basílica da Santíssima Trindade

  • 11h00
Missa

Rosário, na Capelinha das Aparições

  • 12h00
Terço
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