30 de novembro, 2019

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Padre João Aguiar Campos desafia cristãos a serem “peregrinos da santidade” a partir de Fátima que “é escola de oração”

O antigo diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja foi o orador convidado para apresentar o tema do ano Pastoral no Santuário de Fátima “Dar graças por viver em Deus”

O padre João Aguiar Campos, antigo Presidente do Conselho de Administração da Rádio Renascença, propôs aos cristãos esta tarde, em Fátima, que sejam “peregrinos da santidade” a partir de Fátima que é “uma escola que tem Maria como professora da centralidade de Deus” .

“Fátima é interioridade, caminho a partir de dentro para fora: da conversão pessoal à transformação do mundo” e é “ escola de oração na oração adoradora e contemplativa de Francisco; na oração generosa, compassiva e esquecida de si de Jacinta; na afirmação da presença misericordiosa de Deus na história, que Lúcia não se cansou de proclamar” afirmou o sacerdote que foi o orador convidado para apresentar o tema do ano pastoral “Dar graças por viver em Deus” que começa este domingo.

“Os três videntes mostraram um coração ocupado a perceber e fazer a vontade de Deus aprendida na escola de Maria. Fátima é casa materna onde a ação e a contemplação se conjugam”, esclareceu.

O sacerdote começou a sua conferência, em jeito de meditação, propondo uma espécie de percurso prévio pelos “lugares santos quotidianos”, lendo-os como “espaços de aceitação da misericórdia e da obrigação de louvor”.

O padre João Aguiar Campos afirmou que o aprofundamento da dimensão batismal da mensagem e dos modelos de santidade desafiam os cristãos a “mergulhar na experiência de Igreja Povo que vive em Deus, na comunhão dos Santos”, a olhar para cada dia como tempo de graça e misericórdia” e a “viver diariamente em Deus com o coração agradecido e os lábios entoando os Seus louvores”.

O sacerdote destacou que “é no encontro pessoal com Cristo que está o ponto de partida do ser cristão” e esse encontro faz-se através da oração, ´lugar´onde se escuta Deus e é revelada a grandeza do seu caminho.

“Só quem vive o espírito do Evangelho é capaz de cuidar dos valores evangélicos, fazendo com que penetrem o mundo social, político e económico – porque os verdadeiros profetas não são uns inventores criativos, mas ouvintes atentos e transmissores fiéis!” afirmou.

“É na oração de escuta que Deus nos revela a beleza e a grandeza do caminho; é na oração de escuta que o ilumina, pois que temos de o percorrer de noite, com amor, alegria, sobriedade e persistência”, esclareceu.

“Se esta ordem não for respeitada – se não pertencermos totalmente a Deus – somos capazes de nos apoderar da Sua Igreja, numa espécie de expropriação absolutamente indevida, mesmo quando farisaicamente explicada; esquecidos, na feliz expressão de Bernanos, de que a Igreja «não precisa de reformadores, mas de santos»”, disse ainda.

Por outro lado, lembrou, que “a santidade não é individualista; não é um bem-estar pessoal, percorre-se com outros, vive-se em comunidade e em oferta”.

O antigo diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais deixou ainda uma critica à forma como se vive hoje em sociedade e também em Igreja.

“Vivemos hoje uma extraordinária falta de sentido de pertença e de presença. Vivemos em vertigem, sem sítio. Somos permanentemente passageiros. Alegadamente cidadãos do mundo, parecemos intimamente apátridas”, afirmou.

“Na Igreja, dificilmente temos uma igreja ou uma paróquia... Somos donde dá jeito e, por isso, dali ou de mais além, até porque o automóvel é um bom meio para sair daqui, acrescentou.

Antes de concluir deixou ainda um repto ao Santuário de Fátima, neste ano em que assinala a importância da santidade, para que seja capaz de encontrar “formas e fórmulas” que enriqueçam e amadureçam os peregrinos “para que a sua presença e passagem correspondam a uma experiência de fé real e profunda”.

“Se os santuários forem, verdadeiramente, pontos de encontro de peregrinos e lugares abertos à transcendência, não causará quaisquer engulhos a “santuarização da vida da Igreja”. Porque significará que as paróquias quererão ser também lugares de proposta de um Deus vivo; lugares de acolhimento de peregrinos em busca de Deus”.

O ano pastoral em Fátima começa este domingo, o primeiro do Advento.

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