Três caminhos para a esperança: proximidade, escuta e oração

Três caminhos para a esperança: proximidade, escuta e oração

Na Missa da Peregrinação Internacional Aniversária de Julho, D. Sérgio Dinis apontou três atitudes essenciais para alcançar a vida eterna.

A escuta da Palavra, a proximidade ativa com os que sofrem e a oração foram os três caminhos práticos que D. Sérgio Dinis apontou com vista à esperança. Na homilia da Missa Internacional Aniversária de 13 de julho, celebrada esta manhã no Recinto de Oração do Santuário de Fátima, o bispo das Forças Armadas e de Segurança apresentou a mensagem de Fátima como sinal de esperança, num mundo marcado pelo sofrimento, reforçando a mensagem que deixou na noite anterior.

“Escuta a Palavra de Deus todos os dias… Alimenta-te dela, porque são palavras de Vida Eterna. Faz-te próximo de alguém que sofre, que está sozinho, que precisa de ti. Reza com Maria, com o terço, com simplicidade. Deixa que ela te leve pela mão”, exortou o presidente da celebração, ao definir Fátima como lugar que garante a presença materna da Mãe de Deus na história dos homens.

“Ser peregrino da esperança, aqui em Fátima, significa deixar-se tocar por esta certeza: que não caminhamos sozinhos; que o Céu nos acompanha; que Maria está connosco; e que, mesmo nas noites mais escuras, há uma luz que brilha. Uma luz que nos guia e que queremos levar aos outros”, disse o bispo das Forças Armadas e Segurança, que logo no início da sua reflexão, afirmou a certeza da vitória do amor de Deus sobre o pecado e a morte.

A partir da pergunta deduzida da liturgia deste XV Domingo do Tempo Comum, que tem como centro a Parábola do Bom samaritano: “Que hei de fazer para alcançar a vida eterna?”, D. Sérgio Dinis apresentou a conversão, a oração e a penitência, às quais apela a mensagem de Fátima, como “chaves para viver já o Céu nesta Terra”.

“O que é que Nossa Senhora pede em Fátima? Não pede feitos grandiosos. Pede fidelidade nas pequenas coisas. Pede que rezemos o terço, que ofereçamos os sacrifícios do dia a dia, que vivamos em amizade com Deus. Em Fátima, Deus disse-nos — através de Maria e com a simplicidade de três crianças — que a esperança é possível. Que o sofrimento não é o fim. Que há um futuro de luz e de glória”, concluiu o presidente da Peregrinação Internacional Aniversário de 12 e 13 de julho.

Também na habitual palavra ao doente, no momento de Adoração ao Santíssimo Sacramento, um Servita de Nossa Senhora de Fátima apresentou a mensagem que Nossa Senhora deixou nas aparições de 1917 como expressão do amor de Deus pelos seus filhos” e “farol de esperança para uma humanidade que teima em afastar-se de Deus”.

“É necessário não cair na ratoeira dos medos instrumentalizados”

Na conclusão, o bispo de Leiria-Fátima desejou um bom regresso a casa aos cerca de 20 mil peregrinos presentes e agradeceu a mensagem de esperança que D. Sérgio Dinis deixou nestes dois dias, reforçando o apelo ao acolhimento ao próximo, sobretudo aos imigrantes, expressando o desejo de que o processo de legislação em curso em Portugal sobre a imigração se inspire no gesto de acolhimento do bom samaritano e que "abra caminhos novos para a sociedade".

“É necessário, para isso, não cair na ratoeira dos medos instrumentalizados, nem dos preconceitos manipulados, nem das evidências negadas. É preciso colocar a atenção primeira no bem do acolher, com justiça, com dignidade, criando autêntica humanização nas condições de vida e de futuro”, pediu D. José Ornelas.

Nos serviços do Santuário de Fátima inscreveram-se para as celebrações deste 12 e 13 de julho grupos provenientes de quatro continentes: África, América, Ásia e Europa, representando um total de 63 grupos e 2867 peregrinos. Polónia, Itália e Espanha foram os países com maior número de peregrinos inscritos.

Áudio da homilia de D. Sérgio Dinis