13 de dezembro, 2025
“Cuidar da pessoa com deficiência e procurar a sua melhor integração é sinal de amor”O último jubileu vivido no Santuário de Fátima foi dedicado à pessoa com deficiência e seus cuidadores. Ao final do dia, D. José Traquina presidiu à missa que encerrou o encontro jubilar.
O Santuário de Fátima acolheu, hoje, dia 13 de dezembro, a celebração do Jubileu das Pessoas com Deficiência e seus Cuidadores, uma iniciativa promovida em colaboração com o Serviço Pastoral à Pessoa com Deficiência, da Conferência Episcopal Portuguesa, e a Associação dos Silenciosos Operários da Cruz. Com o tema “Refletir a Esperança: ser espelho do amor de Deus”, o encontro destacou, ao longo dia, nas diferentes iniciativas que incluiu, o valor, a dignidade e o testemunho de fé das pessoas com deficiência, bem como o papel essencial dos seus cuidadores. O programa do Jubileu culminou com a celebração da Eucaristia. Neste terceiro domingo do Advento, conhecido como o Domingo da Alegria, o bispo D. José Traquina, presidente da Pastoral Social e Mobilidade Humana da Conferência Episcopal Portuguesa, destacou a esperança como eixo central da vivência cristã. A partir das leituras hoje proclamadas, começou por sublinhar a atualidade da mensagem do profeta Isaías, que apela à alegria mesmo quando a vida parece um “deserto” ou uma “terra árida”. A analogia traz um sinal de encorajamento para quantos vivem situações de limitação, solidão ou cansaço, recordando que Deus “vem salvar” e continua a encontrar-se com cada pessoa na sua realidade concreta. A reflexão de D. José Traquina inspirou-se também na exortação de São Tiago à paciência e à perseverança na esperança, num mundo marcado pela pressa e pela dificuldade em esperar. “Esperar com paciência parece um ensinamento fora de moda e difícil de aceitar. Hoje parece que tudo tem de acontecer à velocidade de um clique, de um teclado, tudo muito depressa. Não há paciência para ouvir e esperar. Até parece que esperar é tempo perdido”, referiu. Mas a espera cristã, esclareceu o presidente da celebração, não é um tempo perdido, é um tempo fecundo, capaz de fortalecer o coração e abrir espaço ao encontro com Deus, inclusive através do silêncio. Neste caminho, “a paciência é fruto do Espírito Santo e mantém viva a esperança”. E porque o Evangelho recordou o testemunho de João Batista, elogiado por Jesus pela sua fidelidade à verdade e pela coragem de não ceder ao oportunismo, D. José Traquina apontou-o como estímulo para viver a fé com autenticidade, mesmo em contextos de dificuldade. Lembrou que também as figuras de Maria e José, tão presentes neste tempo de Advento, reforçam esse convite à confiança vigilante e à entrega perseverante. D. José Traquina sublinhou ainda que “a esperança nasce do amor e o sentido jubileu é o encontro com o Senhor e o reforço da esperança”. Neste contexto, deixou clara a mensagem de que “o maior testemunho que uma pessoa com deficiência pode dar é precisamente ser portadora de esperança”. Numa alusão à imagem da âncora, símbolo do Ano Jubilar, o presidente da Pastoral Social e Mobilidade Humana apresentou-a como expressão da estabilidade e da segurança que a fé oferece nas “águas agitadas da vida”. D. José Traquina dirigiu ainda um agradecimento sentido a todas as pessoas, famílias, instituições e movimentos que cuidam e acompanham pessoas com deficiência. “Cuidar da pessoa com deficiência e procurar a sua melhor integração é sinal de amor e de desenvolvimento da sociedade”, concluiu.
Áudio da homilia de D. José Traquina
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