28 de setembro, 2025
![]() D. José Ornelas lança apelo à construção de um mundo mais justo e fraternoNa homilia que proferiu esta manhã, no Recinto de Oração, o bispo de Leiria-Fátima incentivou os peregrinos a uma conduta generosa e fraterna e não apenas de caridade.
A partir da Palavra de Deus hoje escutada, D. José Ornelas, bispo de Leiria-Fátima, criticou a acumulação de riqueza e a indiferença face à injustiça social. Na homilia que proferiu, esta manhã, no Recinto de Oração do Santuário de Fátima, o presidente da celebração baseou-se na profecia de Amós e na parábola do rico e do pobre para falar aos peregrinos da necessidade e urgência de construção de um mundo mais justo e fraterno. “O texto que nós ouvimos do profeta é o primeiro grande aviso de hoje”, afirmou, alertando para a inversão de papéis no mundo que há de vir. D. José Ornelas sublinhou que um projeto de vida assente na riqueza e no luxo, que não constrói, mas tira o que é necessário para todos, é uma ofensa a Deus e àqueles que nada têm. Através da parábola do rico e do pobre, hoje relatada no Evangelho segundo Lucas, o bispo de Leiria-Fátima lembrou aos peregrinos que “tudo aquilo que tiveram ao nascer, seja pela família, seja pelo trabalho, foi e é dom de Deus”. Esclareceu que Ele não condena as riquezas, mas defende que elas “devem servir para um projeto de humanização, de justiça e de fraternidade”. Numa referência ao Santuário de Fátima, e tomando de empréstimo a expressão “a casa da mãe” do Papa Francisco, D. José Ornelas deu o exemplo de como uma mãe “não ficaria nada contente se entre os diversos filhos que tenha um quisesse ficar com tudo, com toda a herança e não repartisse com os seus irmãos”. “Aquilo em que foram criados e que receberam de graça é para dar de graça e repartir”, sublinhou, ressalvando que não se trata de “ser bonzinho”, mas de uma questão de justiça e de misericórdia para com aqueles que nada têm. “É criar condições para que o mundo possa verdadeiramente existir”, acrescentou. Por fim, desafiou os peregrinos a lutarem por um modo de estar que ajude, não a dar migalhas aos pobres, mas a criar leis, atitudes e caminhos justos. “É com esse coração que devemos olhar uns para os outros”, afirmou. E deixou um apelo à construção de um mundo mais justo e fraterno, inspirado na atitude de generosidade e de serviço da mãe Maria. Esta manhã, no Recinto de Oração, eram visíveis bandeiras da Roménia, erguidas por dois grupos de peregrinos oriundos daquele país, que se encontram em peregrinação ao Santuário de Fátima. A par destes, grupos provenientes da Alemanha, Espanha, Estados Unidos, Irlanda e Itália estiveram igualmente presentes. Entre os grupos nacionais destacou-se a Peregrinação Nacional do Rosário, da família dominicana, com cerca de três mil peregrinos e à qual D. José Ornelas fez referência. Também marcaram presença na celebração desta manhã grupos de Aveiro, Bragança-Miranda, Guarda e Porto.
Áudio da homilia de D. José Ornelas
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