12 de outubro, 2025
![]() Leão XIV rezou pela paz diante da Imagem de Nossa Senhora de FátimaPrimeiro dia da viagem extraordinária da Virgem de Fátima a Roma ficou também marcado pela emoção dos fiéis que acompanharam esta presença e pela entrega de uma Rosa de Ouro pelo Papa a Nossa Senhora de Fátima e ao Santuário.
Este sábado, 11 de outubro, o Papa Leão XIV esteve pela primeira vez em oração diante da Imagem de Nossa Senhora de Fátima, que se venera na Capelinha das Aparições, e que está em Roma até amanhã, a seu pedido, como ícone de Maria na Jornada de Espiritualidade Mariana. O Santo Padre rezou aos pés da Virgem de Fátima pela paz no mundo e assinalou este momento especial com a entrega de uma Rosa de Ouro a Nossa Senhora de Fátima e ao Santuário de Fátima. O programa definido para este primeiro dia na capital italiana iniciou na Igreja de Santa Maria in Traspontina, na Via da Conciliação, bem perto do Vaticano, onde a Imagem esteve desde muito cedo até ao final da tarde. Ainda as portas não tinham sido abertas e já uma multidão de fiéis se adensava, ansiosa, à entrada, para poder estar junto deste que é um dos ícones marianos mais significativos de todo o mundo. Naquela igreja titular carmelita de Roma foi celebrada uma missa votiva de Nossa Senhora, em italiano, presidida pelo reitor do Santuário de Fátima, que, na homilia, apresentou a mensagem de Fátima como sinal de esperança e apelo à confiança e perspetivou a celebração e a presença ali da Imagem de Nossa Senhora, que se venera na Capelinha das Aparições, como sinal da união de Fátima com o Santo Padre. "O 'bispo vestido de branco' ocupa um lugar de grande importância na terceira parte do segredo de Fátima e os Pastorinhos, depois das aparições, manifestaram uma especial comunhão com o Papa, que se concretizava sobretudo na oração. Era sobretudo Santa Jacinta que tinha esta especial preocupação de rezar pelo Santo Padre. Desde então, rezar pelo Papa e pelas suas intenções tornou-se parte integrante da própria mensagem e prática habitual no Santuário", lembrou o padre Carlos Cabecinhas.
Emoção dos fiéis sublinhou presença especialAo meio-dia o pároco Santa Maria in Traspontina, o padre carmelita Giuseppe Midili, presidiu à recitação do Rosário, participado por uma vasta assembleia de fiéis. Ao início da manhã, o presbítero expressava ao Gabinete de Comunicação do Santuário a alegria e a “experiência belíssima” de poder receber a Virgem de Fátima na sua paróquia em tão especial ocasião. “É uma belíssima experiência para esta comunidade acolher a imagem de Nossa Senhora de Fátima. Vê-la aqui, no meio de nós, faz-nos envolver o olhar para o céu, para o paraíso e, como anfitriões, procurámos fazer desta presença um encontro de vida espiritual”, disse o sacerdote. Além deste momento de oração previsto no programa, o terço foi recitado mais duas vezes, por iniciativa popular. Da manhã ficou sobretudo o registo da emoção dos fiéis, muitos deles oriundos de outros continentes e que, perante a Imagem, não conseguiram conter as lágrimas. Junto à escultura, o fluxo de pessoas foi contínuo, muitas procurando aproximar-se mais do que uma vez. Entre os fiéis reunidos à entrada da igreja estava a família Gouveia, Eduardo, Inês e o pequeno António, naturais da Covilhã, mas emigrados na Suiça. “Somos peregrinos assíduos de Fátima e viemos a Roma como peregrinos, neste Ano Jubilar. É com muita alegria que aqui encontrámos a Imagem de Nossa Senhora de Fátima. Há pouco, o nosso filho dizia que já tínhamos visto muitas vezes a Imagem, mas eu explicava-lhe que este momento era especial pelo facto de ela ter vindo a Roma”, conta Eduardo, notoriamente feliz por poder viver aquele momento. A estudar em Roma, o seminarista indiano Gabriel, dos Missionários da Caridade, não podia deixar passar esta oportunidade de estar junto da Virgem de Fátima. “É uma graça muito grande para mim e para todos nós estarmos hoje aqui em frente a Nossa Senhora de Fátima. Como não podia ir ao Santuário, esta sua presença em Roma está a ser uma experiência muito bonita e gratificante”, confessou o jovem seminarista. Ao final da tarde, a Imagem de Nossa Senhora de Fátima foi transportada em procissão até à Praça de São Pedro, para estar presente numa vigília de oração pela paz presidida pelo Papa Leão XIV.
A procissão pela avenida que conduz até à Praça de São Pedro foi integrada pelo prefeito do Dicastério da Evangelização, D. Rino Fisichella, e acompanhado por milhares de fiéis. Já próximo da Colunata de Bernini, que marca os limites da Praça de São Pedro e do Vaticano, a Imagem de Nossa Senhora de Fátima passou a ser escoltada por dois elementos da Guarda Suíça.
No caminho que cumpriu até ao altar da Praça de São Pedro, a Virgem de Fátima passou pelo exato local onde, a 13 de maio de 1981, João Paulo II foi alvo de um atentado. Foi um momento particularmente simbólico pelo facto de a coroa preciosa da escultura guardar a bala que quase tirou a vida ao Papa e que o próprio ofereceu a Nossa Senhora de Fátima, como gesto de reconhecimento pela intercessão atribuída à Virgem no momento do atentado.
Papa oferece Rosa de Ouro e reza diante da Virgem de FátimaO início da vigília seria pontuado por um momento particularmente especial deste primeiro dia da escultura em Roma, com a oferta pelo Papa de uma Rosa de Ouro a Nossa Senhora de Fátima e ao Santuário de Fátima. À chegada do Sumo Pontífice ao altar da Praça de São Pedro, Leão XIV recebeu das mãos de D. Rino Fisichella a Rosa de Ouro que entregaria, logo de seguida, aos pés da Virgem de Fátima, permanecendo junto à escultura em oração por breves instantes.
"Caros irmãos e irmãs, reunimo-nos nesta tarde para rezar juntos o Santo Rosário e confiar à intercessão de Maria, que veneramos com o título de Mãe da Igreja e Mãe da Esperança, o anseio de paz que brota de toda a humanidade”, introduziu o Papa, no início da vigília. Cada dezena do Rosário acompanhada pela leitura de uma passagem da constituição dogmática Lumen Gentium, que discute o papel da Bem-Aventurada Virgem Maria no mistério de Cristo e da Igreja, para assinalar o 63.º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, em 11 de outubro de 1962. Entre o primeiro e o segundo mistério, o coro entoou o Ave de Fátima. No momento do Salve Rainha, o Santo Padre joelhou-se em oração perante a Imagem de Nossa Senhora de Fátima, e assim ficou em veneração, durante a Ladainha dos Santos. Após a recitação do Rosário, o Leão XIV apresentou uma reflexão insistiu na concórdia e fraternidade como caminhos de paz. “Como já tive oportunidade de recordar em outras ocasiões, a paz é desarmada e desarmante. Não é dissuasão, mas fraternidade; não é ultimato, mas diálogo. Não virá como fruto de vitórias sobre o inimigo, mas como resultado da semeadura da justiça e do corajoso perdão. Tenham a audácia de se desarmar!", pediu o Papa à assembleia de fiéis reunida no Vaticano, apontando para o exemplo de Nossa Senhora. “Assim faz também a Virgem Maria no cântico do Magnificat, quando fixa o seu olhar nas fraturas que marcam a humanidade, onde ocorre a distorção do mundo no contraste entre humildes e poderosos, entre pobres e ricos, entre saciados e famintos. E escolhe os pequenos, permanece ao lado dos últimos da história, para nos ensinar a imaginar e, com Ela, sonhar novos céus e uma nova terra”, concluiu. No final da vigília, Leão XIV pronunciou uma breve oração mariana onde pediu a intercessão de Nossa Senhora em favor da paz e da capacidade de vivê-la e promovê-la no mundo. A saída do andor com a Imagem de Nossa Senhora de Fátima para o interior da Basílica de São Pedro foi acompanhada por aplausos espontâneos da assembleia reunida na Praça de São Pedro. A celebração e este dia único para a história de Fátima terminou com o cântico do Ave de Fátima. Este domingo, a Imagem de Nossa Senhora de Fátima regressará à Praça de São Pedro, às 10h30 (hora de Roma), para estar presente na missa presidida pelo Santo Padre, após a qual iniciará a viagem de regresso à Cova da Iria, onde se espera que esteja para o início das celebrações da Peregrinação Internacional Aniversária de 12 e 13 de outubro.
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