04 de setembro, 2019

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Ofertas a Nossa Senhora contam histórias do Portugal moderno

Quinta visita temática à exposição temporária `Capela-Múndi" sobre ex-votos será orientada pela professora Isabel Drumond Braga

 

A próxima visita temática à exposição temporária comemorativa do centenário da construção da Capelinha das Aparições ‘Capela-Múndi’, que tem como tema "Agradecer através da imagem: ex-votos portugueses da Época Moderna", realiza-se hoje dia 4 de setembro, às 21h15, e será conduzida por Isabel Drumond Braga, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e historiadora da Época Moderna.

O ex-voto testemunha, de um modo material, o milagre realizado através de uma narrativa própria que, além de divulgar uma graça recebida exige uma referência ao voto, que é uma promessa deliberada e livre feita a Deus em prol de um bem temporal.

Na abordagem da investigadora estarão os ex-votos portugueses, alguns deles patentes na exposição, embora na reserva do Museu existam mais de 400 placas e um grande arquivo de ofertas que são mais do que simples objetos, sobre o qual se têm debruçado vários investigadores.

As expressões votivas são tradicionalmente reconhecidas sob as formas de pinturas ou desenhos, figuras esculpidas em madeira, modeladas em argila ou moldadas em cera, muitas vezes representando partes do corpo. Mas, mais do que objetos são histórias que contam vidas, muitas delas anónimas, pois a sua funcionalidade permite construir uma narrativa sobre o seu uso, permitindo conjeturas à cerca da história relacionada com alguns dos objetos deixados como uma caneta, roupa, um par de canadianas ou uma figura de um membro do corpo humano em cera. Estas ofertas são e continuam a ser canalizadas para o Museu do Santuário desde que foi criado, em 1955, que faz a sua inventariação à medida que vão chegando, embora as mais antigas estejam apenas arroladas.

Entre os ex-votos estão naturalmente peças de valor incalculável não só do ponto de vista material- as rosas de ouro oferecidas pelos papas Paulo VI, Bento XVI e Francisco, todas elas deixadas na Capelinha aos pés da imagem; alfaias litúrgicas e paramentaria diversa; insígnias de autoridades eclesiásticas; esculturas e pinturas sacras e objetos singulares como a Coroa da Virgem de Fátima, feita com as jóias oferecidas pelas mulheres portuguesas em ação de graças por Portugal não ter entrado na Segunda Grande Guerra - como do ponto de vista simbólico, a bala do atentado contra São João Paulo II e que se encontra incrustada na Coroa de Nossa Senhora.

Esta exposição, composta por nove núcleos, já acolheu desde a sua abertura no final de 2018 195 mil peregrinos. Desde do dia 2 de janeiro de 2019, o Museu do Santuário de Fátima assegura diariamente visitas guiadas às 11h30 e às 15h30.  Na primeira quarta feira de cada mês, entre maio e outubro,  são realizadas visitas temáticas, com um orador convidado.

Esta exposição temporária assenta numa aturada pesquisa histórica que procura ler a Capelinha das Aparições como um dos mais importantes ícones do Santuário de Fátima.

O objetivo é levar os peregrinos a percorrer este espaço expositivo procurando dar-lhes chaves de leitura sobre como uma pequena capela branca, se pode tornar no centro das atenções de uma boa parte da humanidade.

Por ter sido construída a partir de um desejo que os Pastorinhos de Fátima asseguram ter sido transmitido pela Virgem Maria, pela iniciativa popular, este pequeno templo, de traça vernacular, é considerado o coração do Santuário de Fátima, e é ao seu redor que têm lugar as mais íntimas manifestações de fé dos peregrinos da Cova da Iria.

A quinta visita temática tem entrada livre.

 

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