13 de março, 2023

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Fátima ensina “humildade, coragem e paciência”

Jovem estudante de medicina integra o núcleo de estudantes católicos em Lisboa e será voluntária da JMJ pelo Opus Dei.

A resposta dada pelos Pastorinhos de forma imediata ao convite que Nossa Senhora lhes fez sobre se queriam oferecer-se a Deus, sem reservas, é para Maria Rita Lima um “exemplo bonito e inspirador” que procura abraçar todos os dias, seja na sua vida pessoal seja na profissional. Por isso, não é de estranhar que, de olhos postos no exemplo dos dois primeiros santos de Fátima – Francisco e Jacinta Marto –, se sinta fascinada pelos traços que elege como sendo os mais reveladores daquilo que Fátima ensina ao mundo: “humildade, coragem e paciência”.

“O que Fátima diz são três coisas: dá-nos um exemplo de humildade e despojamento, que é maravilhoso [...] um exemplo de coragem [...] e, por último, paciência”, afirma prosseguindo: “as crianças descobriram a verdade, apesar da sua simplicidade. Quando Jesus nasceu quem primeiro acreditou foram os mais simples, os pastores. Fátima devolve-nos esta ideia de humildade. Foi a humildade dos Pastorinhos que permitiu que Nossa Senhora se lhes dirigisse, isto é, só na humildade e no despojamento das coisas é que conseguimos encontrar Deus e a luz”, esclarece.

Por um lado, “os Pastorinhos dão-nos um exemplo de coragem. Ninguém acreditava neles, mas eles mantiveram-se firmes na fé, sabiam que era uma coisa muito importante, não perceberiam tudo mas confiaram e quiseram partilhar porque ficaram fascinados”, explica sublinhando que, na maioria das vezes, “nos perdemos em várias lógicas, procurando explicar tudo e encontrando uma razão para tudo, quando deveríamos apenas entregar-nos e confiarmos”. Por outro, dão-nos a paciência: “estarmos disponíveis para acolher, retomarmos a nossa simplicidade e inocência permitindo que o simples se revele”, conclui.

“O que Fátima nos diz é bonito e libertador: habitualmente pensamos nos grandes doutores da Igreja, mas é nas crianças e nos mais simples que Deus se revela. Para além de que o seu exemplo nos diz que todos podemos ser santos”, esclarece ainda a jovem estudante de Medicina, coordenadora do núcleo de estudantes católicos da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, que integra o projeto Raio X.

Prosseguindo com o elogio da simplicidade, esta jovem estudante, que pertence ao Opus Dei, recorda que a confiança, apesar dos sinais dos tempos, é algo que se trabalha. “Acho que estamos disponíveis, mas muitas vezes, atrás de nós, há uma enorme inércia... Isto é, confiar significa dar um passo em falso, e nós temos de ter sempre muitas seguranças. A própria sociedade e o mundo têm mecanismos muito inteligentes e eficientes. Hoje somos convidados para estímulos lógicos e a fé vira-nos do avesso. Por isso, é fácil confiar se nos disponibilizarmos para aceitar coisas simples, ou seja, deixarmo-nos ir um pouco contra a corrente do mundo de hoje”.

Resistir é possível? “Sim, basta querermos ou sermos contagiados pelo exemplo de outros”, afirma perentoriamente. “É claro que precisamos de tempo e sobretudo de disponibilidade interior para resistir ao rebuliço de fora”, refere.

“Deus não me pede raciocínios muito elaborados, mas que me disponha a acolher e a acreditar”, acrescenta lembrando que será tudo mais fácil se não pensarmos em Deus “como um ideal filosófico”, mas sim num Deus “de rosto humano”.

“Nos doentes vejo o rosto de Deus”, adianta ainda. “Não serve de nada se apregoamos as coisas de forma muito moralista ou como um ideal filosófico. Pensar em Deus como um rosto humano é muito libertador”, frisa. “Acima de tudo, a coisa mais importante para trazermos aos outros o rosto de Deus é que é um rosto muito humano, e saber isso traz muita paz”, insiste.

Este é, de resto, o grande desafio do grupo a que pertence e que procura dialogar com não crentes. “As pessoas estão muito sedentas de um sentido e de uma coisa que as faça sentir muito amadas”, reconhece Maria Rita Lima. “As pessoas querem muito ser amadas e encontrar o que lhes dê paz... Nós temos vidas muito corridas à procura de sucesso académico, no frenesim das aulas, sempre à procura de qualquer coisa, e o bonito é tentarmos mostrar que esta sede das pessoas é uma sede de Deus”. “Santo Agostinho dizia que o nosso coração está inquieto até que repousemos em Deus. No fundo, a nossa motivação é mostrar que esta procura e esta sede têm um rosto, e este rosto é Deus, uma Pessoa que nos quer chamar pelo nome”. Como é que podemos revelar Deus? “Pela nossa humanidade e pelos afetos, aí, sim, podemos mostrar o rosto de Deus aos outros”. “A amizade é fundamental; os Pastorinhos eram amigos, e nós pela amizade podemos contagiar outros”, diz ainda.

Por isso, a Jornada Mundial da Juventude pode ser um momento muito importante. “As jornadas vão ser um momento maravilhoso de encontro, partilha e de vivência interior, e o encontro com o Papa pode ser muito transformador”, refere a jovem que será voluntária nas JMJ de Lisboa, a primeira Jornada Mundial da Juventude em que participará.

“É importante trabalhar esse momento mas sobretudo o depois da Jornada de forma que o luto e a saudade possam ser aproveitados na vida depois da Jornada”. É decisivo “que se pense como é que os jovens podem trazer o espírito da Jornada para o seu quotidiano”, acrescenta lembrando que o saldo da Jornada se medirá pelo encontro que “cada jovem possa fazer com Cristo ressuscitado”.
 

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