22 de outubro, 2017

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Santuário de Fátima celebrou missa votiva em memória de S. João Paulo II

Celebração decorreu na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima onde esteve presente uma relíquia de Karol Wojtyla

 

O Santuário de Fátima acolheu este fim-de-semana uma relíquia de São João Paulo II, por ocasião da sua memória litúrgica que é assinalada hoje.

O Santuário de Fátima assinalou a efeméride com uma missa votiva na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, onde estiveram presentes alguns dos acólitos que serviram o altar aquando das visitas do Papa Polaco a Fátima, em 1982, 1991 e 2000

Esta celebração foi presidida por D. Antonio Carlos Cruz, bispo de Caicó no Brasil.

O Pe. Sérgio Henriques lembrou os peregrinos que encheram a Basílica de Nossa Senhora do Rosário da “dimensão especial” o acolhimento às relíquias de S. João Paulo II, fazendo uma “ligação” a esse “dom que este Papa foi para a história e para o mundo”.

“Recordando as suas três visitas a Fátima, louvamos o Senhor pelo seu Ministério”, disse ainda.

O capelão do Santuário de Fátima, memorando a liturgia, afirmou que “o Senhor convida-nos a respeitar as estruturas da sociedade em que vivemos”, o que significa que “tudo o que é humano e legitimo deve ser apreciado e respeitado pelos cristãos”.

“A ciência, a tecnologia, os «grandiosos» do mundo não são Deus. Só Deus é Deus”.

O Pe. Sérgio disse que todo o ser humano deve “participar na vida da Humanidade, ser Homem entre os Homens, apreciar a beleza do mundo”, uma vez que é possível “conciliar a prática politica com o evangelho, como nos disse S. João Paulo II”.

A relíquia foi acolhida no Santuário de Fátima ao início da manhã de ontem. Durante a celebração, na qual participaram vários peregrinos que encheram por completo a Capela da Ressurreição de Jesus, foi lida a terceira parte do segredo, a partir das memórias da Irmã Lúcia; refletiu-se sobre o significado de uma relíquia que é sangue e rezou-se a oração que o próprio Papa São João Paulo II rezou em Fátima, em maio de 1982, quando visitou pela primeira vez o Santuário e consagrou a humanidade ao Imaculado Coração de Maria.

A relíquia esteve exposta à veneração dos fiéis na Capela da Ressurreição de Jesus, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade.

A presença desta relíquia em Fátima deve-se essencialmente à ligação profunda existente entre São João Paulo II e Fátima, que o Santuário procura também sublinhar neste ano do Centenário.

João Paulo II foi o papa que mais vezes visitou Fátima, três vezes no total.

A relíquia é um pedaço de tecido da batina ensanguentada, usada no momento do atentado que o atingiu, quase mortalmente, a 13 de maio de 1981, na Praça de São Pedro e foi cedida ao Santuário pela Postulação da Causa de Canonização do Papa polaco.

Desde tenra idade, Karol Wojtyla criou uma forte devoção a Nossa Senhora. Quando morreu a sua mãe, ainda criança, passou a visitar frequentemente a Igreja paroquial e habituou-se a confiar todas as suas preocupações e anseios à Virgem. Mais tarde, quando foi nomeado bispo, escolheu para as suas armas episcopais, a letra M junto à cruz e o lema Totus Tuus (Todo Teu), como sinal de total entrega a Maria. E com frequência o então bispo e cardeal de Cracóvia era visto no Santuário da Virgem Negra de Czestochowa, ajoelhado aos pés da Rainha da Polónia. A devoção de João Paulo II a Nossa Senhora sempre foi evidente.

Com efeito, todo o pontificado de João Paulo II está intimamente ligado à mensagem de Fátima. Os esforços do Papa em cumprir todas as indicações que a Virgem deixou aos pastorinhos tiveram o seu ponto alto no ato de consagração celebrado em Roma, a 25 de março de 1984, em união com todos os bispos do mundo

Para presidir a esta celebração, o Santo Padre fez-se acompanhar da imagem original da Virgem de Fátima, que se venera na Capelinha das Aparições. No dia seguinte, João Paulo II entregou ao Bispo de Leiria, D. Alberto Cosme do Amaral, uma pequena caixa com “um presente para Nossa Senhora”. Comovido, o bispo abriu a caixa e constatou que se tratava da bala que tinha atravessado o corpo do Papa. Esta está encastoada no interior da coroa preciosa que se coloca na Imagem de Nossa Senhora nos dias 13, de maio a outubro, e noutras solenidades especiais, como a Imaculada Conceição e a Assunção de Nossa Senhora. Esta coroa de ouro tem 1,2 quilos, 313 pérolas e 2 679 pedras preciosas.

Dez anos após o atentado, João Paulo II voltou a Fátima. Desta vez, para além do aspeto pessoal, o Papa teve outros motivos para agradecer à Virgem. O muro de Berlim já não existia e os países de Leste abriam nessa época as portas à estabilização da democracia. Neste contexto, o Papa veio a Fátima “a fim de agradecer a Nossa Senhora a proteção dada à Igreja nestes anos, que registaram rápidas e profundas transformações sociais, permitindo abrirem-se novas esperanças para vários povos oprimidos por ideologias ateias que impediram a prática da sua fé”.

Mas a forte ligação deste Papa a Fátima é, sobretudo, pessoal e João Paulo II refere-se, por diversas vezes, ao “milagre de 13 de maio”.  Na audiência de 15 de maio de 1991, logo após a visita a Portugal afirmou: “Considero todo este decénio como dom gratuito que, de modo especial, devo à Providência Divina. Foi-me concedido particularmente como um dever, para que ainda pudesse servir a Igreja, exercendo o ministério de Pedro”. Mas ainda na mesma audiência geral, as palavras mais significativas são as que dirigiu aos polacos: “há dez anos fui introduzido na experiência de Fátima vivida pela Igreja. Isto aconteceu na tarde do dia 13 de maio: o atentado à vida do Papa. [...] Sei que a vida, a mim concedida de novo há dez anos, me foi dada pela misericordiosa Providência de Deus. Não esqueçamos as grandes obras de Deus”.

Em 13 de maio 2000, ano em que é revelada publicamente a terceira parte do segredo de Fátima, João Paulo II voltou ao santuário da Cova da Iria e beatificou os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.

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