“A paz só é possível pelo caminho da conversão”

“A paz só é possível pelo caminho da conversão”

Neste 13 de outubro, os peregrinos reunidos em Fátima foram exortados a serem construtores de paz através da conversão pessoal.

D. Claudio Dalla Zuanna, que presidiu à Missa Internacional Aniversária deste 13 de outubro, no Recinto de Oração do Santuário, exortou os cerca de 110 mil peregrinos ali reunidos a participarem na construção da paz através de uma mudança pessoal.

“Nossa Senhora indicou-nos como caminho para a construção da paz e a salvação do mundo a conversão pessoal. A paz de que tanto precisamos nestes nossos dias, como no tempo das aparições, só é possível, se o coração de cada um enveredar pelo caminho da conversão e se abrir ao bem, ao perdão, à solidariedade e ao cuidado da vida”, apontou o arcebispo da Beira, que concretizou esta atitude desafiando cada um a atuar como missionário da esperança na sua própria vida.

“O Senhor quer que sejamos ‘pedras vivas’ na construção da sua morada entre os homens, na edificação da sua Igreja, que tem em Jesus Cristo a ‘pedra viva’ escolhida e preciosa, testemunhas de esperança e não simples usuários da ação de Deus e da Igreja em nosso favor”, apontou o presidente da celebração.

Além da conversão, D. Claudio Dalla Zuanna estabeleceu também a oração, a adoração eucarística e a oferta em sacrifício, assente na renúncia dos interesses pessoais, no perdão e procura do bem comum, como meios ideais para uma peregrinação terrestre fecunda.

O presidente da peregrinação definiu a caridade como critério de autenticidade da vida cristã, com vista a um futuro assente na esperança do Evangelho, da qual a mensagem de Fátima é eco.

Na conclusão, o arcebispo da Beira proferiu uma oração a partir do ato de consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria que o Papa João Paulo II concretizou a 24 de março de 1984, diante da Imagem de Nossa Senhora de Fátima.

A celebração deste 13 de outubro contou já com a centenária Imagem de Nossa Senhora de Fátima, regressada ontem de Roma, onde esteve a pedido do Santo Padre.

A Rosa de Ouro que o Papa Leão XIV ofereceu a Nossa Senhora de Fátima e ao Santuário foi também colocada junto à Imagem, no altar do Recinto de Oração, após o momento de incensação, pelo reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas.

D. José Ornelas deixou um pedido para o período após as eleições autárquicas

Na habitual palavra aos doentes, a irmã Sandra Bartolomeu, da congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima, apresentou o sofrimento e a fragilidade como lugares onde se pode experimentar a profundidade do mistério do amor de Deus.

“Quanto mais fracos e pequenos formos, mais ele deseja vir a nós. Deixemos, pois, que o Senhor nos ame, habite a nossa debilidade e faça brilhar através de nós a sua ternura, o seu perdão e toda a força da sua graça e misericórdia”, convidou a religiosa das Servas de Nossa Senhora de Fátima.

No final da celebração, o bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas, agradeceu a presença de D. Claudio Dalla Zuanna, a quem dirigiu uma palavra de afeto especial com a Igreja em Moçambique, particularmente à população de Cabo Delgado, que enfrenta uma situação de conflitos armados.

“[A situação] de Cabo Delgado não nos sai do radar coração, da nossa solidariedade fraterna e da nossa oração à Mãe da Igreja, para que olhe para estes seus filhos e a todos nos conceda a paz”, afirmou D. José Ornelas, destacando, de seguida, o rejuvenescimento e crescimento da fé que a Igreja em África vive.

Sobre a situação do conflito israelo-palestiniano, o bispo de Leiria-Fátima manifestou gratidão a Deus pelas “notícias encorajantes e sinais de paz”

“Gaza está no nosso coração e pedimos à Mãe do Céu que estes sinais persistam para que se possa conseguir uma paz duradoura e dignidade para todos os que fazem parte daquela Terra Santa, agora martirizada e destruída”, disse, estendendo o pedido pelo dom da paz a todas as zonas do mundo atualmente em guerra.

Para este período após as eleições autárquicas, D. José Ornelas pediu aos governantes “uma atenção particular àqueles que sofrem, aos que vêm de longe e que precisam de acolhimento específico”, em prol de uma fraternidade e de um mundo melhor.

Nste dia 13, assinalou-se também o 72º aniversário de sagração da Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, que aconteceu a 7 de outubro de 1953.

O templo, que hoje é reconhecido como uma das imagens mais icónicas do Santuário de Fátima, foi concebido pelo arquiteto Gerardus Samuel van Krieken e continuado por João Antunes. A primeira pedra foi benzida a 13 de maio de 1928, pelo arcebispo de Évora e a dedicação celebrou-se a 7 de outubro de 1953. O título de basílica foi-lhe concedido por Pio XII, pelo breve Luce Superna, de 11 de novembro de 1954.

Áudio da homilia de D. Claudio Dalla Zuanna