10 de maio, 2025
![]() Exposição “servir, a única pregação” destacou missão centenária dos Servitas, em FátimaPrimeira visita temática da exposição temporária do Santuário deu a conhecer a ação da Associação dos Servitas de Nossa Senhora de Fátima através do testemunho de um dos seus membros.
A primeira visita temática à exposição temporária “servir, a única pregação”, que aconteceu na passada quarta-feira, 7 de maio, percorreu a história e o serviço que há mais de um século é dinamizado pela Associação dos Servitas de Nossa Senhora de Fátima (Servitas), no Santuário de Fátima. Como porta-voz desta Associação que, desde 1924, colabora ativamente com o Santuário no acolhimento dos peregrinos e na divulgação da Mensagem de Fátima, esteve Rui Corrêa d'Oliveira, que partilhou a sua longa ligação aos Servitas, numa conversa guiada pelo tema “Servir em Fátima: memórias e testemunhos”. O diálogo, moderado pela diretora do Gabinete de Comunicação do Santuário de Fátima, Patrícia Duarte, deu a conhecer a origem espontânea dos Servitas, as diversas áreas de serviço em que atuam no Santuário, o processo de integração e a identidade eminentemente vocacionada para a assistência dos peregrinos desta associação, criada canonicamente por D. José Alves Correia da Silva a 13 de junho de 1924. Ao referir as diversas áreas de serviço em que os Servitas atuam no Santuário, nomeadamente na assistência no serviço do Lava-pés e Posto de Socorros, no auxílio aos doentes, à organização do recinto e das celebrações, no serviço de confissões, Rui Corrêa d'Oliveira destacou a experiência e o equilíbrio entre a firmeza e afabilidade que requer o apoio que é dado aos peregrinos e às multidões. “O Servita é alguém que tem o coração sensível à mensagem de Fátima”, lembrou o convidado, ao elencar como uma das experiências mais marcantes neste serviço a ida a Roma, em 1984, para acompanhar a imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima ao ato de consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria, feito pelo Papa João Paulo II. “Daqueles três dias vertiginosos que lá vivi, recordo, no momento da entrada na Basílica de São Pedro, ver um pequeno andor, cheio de cravos e a imagem a Nossa Senhora em cima do túmulo de Pedro. Lembro-me de ter dito a outro Servita que ia comigo: ‘alguma coisa de grande está a acontecer’. Mal sabia eu que aquela consagração de 1984 iria ter tanta responsabilidade na mudança do meu tempo, da minha vida, da minha história”, partilhou o convidado, que recordou também o atentado contra a vida de João Paulo II, dois anos antes, na Cova da Iria. Rui Corrêa d'Oliveira falou ainda da origem e do significado do uso das correias, nos homens – que aparecem em Fátima a partir de uso que já era feito em Lourdes, França, que as foram buscar à experiência dos maqueiros de guerra –, e das batas brancas, nas mulheres – inspirada nas fardas de enfermeira –, associando ambos os símbolos ao serviço prestado pela associação. Desafiado a escolher uma peça preferida na exposição que serviu de palco ao encontro, o convidado balanceou entre a pintura “Regina Caeli”, exposta no quarto núcleo, e a “Lavanda, gomil e toalhas”, presente no segundo núcleo, destacando esta última, na proximidade que tem com a essência do serviço. “Como Servita, não podemos ficar indiferentes àquela peça como símbolo do nosso serviço. O Lava-pés tem muito de coração do que é ser Servita”, justificou. Na conclusão, Rui Corrêa d'Oliveira manifestou a sua confiança no futuro dos Servitas, afirmando que a sua continuidade dependerá sempre da vontade da Igreja e das necessidades do Santuário. “Não temos prazo, nem temos pré-condições. Enquanto quiserem e fizer sentido a nossa presença, cá estaremos”, garantiu. Esta foi a primeira visita temática à exposição temporária do Santuário de Fátima. A próxima está agendada para 4 de junho, às 21h15 e terá como tema “Entre a mesa e o lava-pés: as representações da Última Ceia”, num encontro que será conduzido por Marco Daniel Duarte, diretor do Museu do Santuário de Fátima. A exposição "servir, a Única Pregação" oferece uma oportunidade única de reflexão sobre a importância do serviço cristão na sociedade atual, enquanto conduz o visitante pela história e missão dos Servitas. Depois da inauguração, a 30 de novembro, a mostra poderá ser visitada diariamente, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.
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