11 de setembro, 2016

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Santuário de Fátima presta homenagem ao escultor José Rodrigues cuja obra está presente na Cova da Iria

Nota do Serviço de Estudos e Difusão destaca três obras do artista presentes ou ligadas ao Santuário


Numa nota intitulada “A obra de José Rodrigues (1936-2016) no Santuário de Fátima: os Pastorinhos de Fátima, entre a profecia e a concretização”, que a Sala de Imprensa publica aqui o Serviço de Estudos e Difusão, assinada pelo diretor do Museu do Santuário, Marco Daniel Duarte, destaca a escultura de Francisco Marto, colocada na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, por ocasião da beatificação dos videntes de Fátima, em 2000 e tomada como a escultura oficial do vidente;  “A Pastorinha” — escultura de vulto redondo colocada no ‘foyer’ do Centro Pastoral de Paulo VI (que viria a ser lida como a escultura da beata Jacinta Marto) e o báculo pastoral de D. António Marto, no qual o escultor, em 2001, trabalhou um dos seus temas preferidos: Cristo Crucificado.

A nota destaca o sentido “profético” de algumas das suas peças e a longevidade da colaboração com o Santuário, que remonta a 1986, “época em que a Instituição abria as suas portas aos mais importantes artistas que nesse período trabalharam em Portugal”. O Serviço de Estudos e Difusão acentua ainda que algumas das suas obras no Santuário “estão entre as mais contempladas” da sua carreira.

“Está em entre as obras mais contempladas de José Rodrigues a escultura de Francisco Marto, colocada na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, no Santuário de Fátima, por ocasião da beatificação dos videntes de Fátima, no ano 2000” refere a nota.

“Tomada como escultura oficial do Pastorinho da Cova da Iria, a peça, em bronze fundido, procurou fixar a criança de Aljustrel em atitude lúdica, revelando bem a despreocupação que o escultor teve em representar um beato da Igreja através das linhas hieráticas com que, tradicionalmente, são apresentados os modelos a serem seguidos”, sublinha.

“Francisco, vidente de Fátima, pode ter estado sentado num ramo de árvore, com um pau-cajado na mão, com um anho ao colo e rodeado por aves, precisamente naquela mesma posição em que é representado pelo Escultor”, destaca ainda.

Numa interpretação a esta obra, o Serviço de Estudos e Difusão lembra que “Antes de qualquer outra representação, o que se apresentou na escultura posta junto ao túmulo do vidente, diante da qual rezaram os papas João Paulo II e Bento XVI, foi a imagem de uma criança, não em fotografia, mas em sugestão do representado que, com os atributos que o acompanham, ou melhor, que o envolvem — à maneira de paisagem — se torna no Francisco de Fátima: um cordeiro, uma pequena árvore (seguramente uma azinheira), o cajado, os passarinhos, entre os quais pombas que, em Fátima, encarnam simbologia já explorada desde longa data”.

“José Rodrigues, que a crítica artística consagrará como um dos mais importantes escultores dos finais do século XX e dos princípios do século seguinte, trabalhou para o Santuário de Fátima logo em 1986, época em que a Instituição abria as suas portas aos mais importantes artistas que nesse período trabalharam em Portugal” frisa, por outro lado o Serviço de Estudos e Difusão”.

É nessa época que concretiza uma peça que, “de forma consciente, trata como profética”.

“A Pastorinha” — escultura de vulto redondo colocada no ‘foyer’ do Centro Pastoral de Paulo VI, representa uma criança pastora envolta num grande manto que envolve, de forma carinhosa, um pequeno cordeiro.

“Poderia ser qualquer criança pastora que nutrice carinho por uma das ovelhas do seu rebanho, mas para José Rodrigues — embora não o pudesse dizer de forma explícita, porquanto o processo que estudava as virtudes de Jacinta Marto não havia ainda chegado ao seu termo — representava uma pastora com um nome concreto, colocando a matéria plástica ao serviço da erudição que leva a ler aquela figura como a futura Beata Jacinta” refere a nota do Serviço de Estudos e Difusão do Santuário mariano.

“Ao inscrever o rosto da figurada sobre uma frondosa circunferência constituída pelas folhagens de uma árvore cuja copa se insinua, efetivamente, como auréola, Rodrigues dá corpo ao que a tradição eclesial reconhece à arte: um lugar para a profecia”, destaca.

O Santuário de Fátima, na exposição temporária que apresenta atualmente aos seus peregrinos e visitantes, expõe ainda uma outra peça de José Rodrigues, o báculo pastoral de D. António Marto, no qual o escultor, em 2001, trabalhou um dos seus temas preferidos: Cristo Crucificado. “Completamente consciente do múnus que a Igreja confere aos seus bispos, o escultor acrescenta à crossa do báculo, feito de prata e de madeira, a mais clara figuração cristológica que se possa referir à função do pontífice: Cristo na Cruz, com o lado aberto, de onde brotam as fontes da salvação, estende um dos braços à terra e levanta o outro braço ao céu, estabelecendo-se assim como ponte entre a realidade terrestre e as coisas do alto” refere a nota.

“Não se esqueceu José Rodrigues — quiçá à maneira de profecia — de, no báculo do que viria a ser o bispo de Fátima, figurar o rosto de Maria aos pés do Cristo Crucificado, tema que, amplas vezes, representou em tantos desenhos nos quais também gravou o momento do Calvário, conclui a nota assinada pelo Diretor do Museu do Santuário de Fátima, Marco Daniel Duarte.

O escultor e artista plástico José Rodrigues morreu hoje, aos 79 anos, no hospital no Porto onde estava internado há cerca de uma semana.

José Rodrigues foi um dos fundadores da Cooperativa Cultural Árvore, no Porto, e um dos promotores da Bienal de Vila Nova de Cerveira.

Entre outras obras para além destas mencionadas e presentes no Santuário, José Rodrigues é autor do cubo da Praça da Ribeira e do Monumento ao Empresário na Avenida da Boavista, ambos no Porto.

O artista plástico realizou os seus estudos Escola Superior de Belas-Artes do Porto, formando-se em escultura.

Em 1968, com os colegas Ângelo de Sousa, Armando Alves e Jorge Pinheiro, que com ele terminaram o curso com a classificação máxima, formou o grupo “Os Quatro Vintes”.

Desde 1964 que expôs individualmente em cidades como o Porto, Amarante, Alfândega da Fé, Vila Nova de Cerveira, Cascais, Tóquio, Paris e Macau.

Além da escultura, dedicou-se e a outras expressões artísticos, tendo feito ilustração para livros de escritores e poetas, como Eugénio de Andrade, Jorge de Sena, Vasco Graça Moura e Albano Martins.

No Porto, José rodrigues adquiriu e recuperou a antiga Fábrica Social, espaço que usava como ateliê e onde instalou a fundação com o seu nome, dotada de salas de exposição e um auditório.

JOSÉ RODRIGUES

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