05 de junho, 2025

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“A esperança é elemento constitutivo da condição humana”

Perante o desespero no mundo, é sempre possível, “em Fátima, acolher de Deus a esperança”, disse a irmã Sandra Bartolomeu no terceiro encontro na Basílica de 2025.


“A esperança não desilude: em Fátima, acolher de Deus a esperança” foi o tema da reflexão partilhada pela irmã Sandra Bartolomeu, religiosa das servas de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, na palestra de 1 de junho, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. No local visitado por peregrinos do mundo inteiro, a esperança foi analisada à luz da atualidade mundial.

Entre teologia, cultura, e questões decorrentes das circunstâncias complexas em que vivemos, a irmã Sandra Bartolomeu expressou as dificuldades e as tensões aparentemente intransponíveis para uma humanidade sem esperança.

Perante realidades como “a guerra, a violência, a barbárie, a fome, e a crise ambiental, causadoras de dramas humanos, de milhões de deslocados, de refugiados, de feridos, de gerações marcadas por horrores”, e diante do “ressurgir de autoritarismos e da colocação em causa de direitos humanos dificilmente conquistados”, em que se alicerçam a defesa e a promoção da dignidade humana, "é possível a esperança?”, questionou.

O retorno à esperança surge no encontro e no diálogo de Jesus com Nicodemos: “Jesus diz-lhe que para ver o Reino de Deus é preciso nascer de novo”. Em crescente tom metafórico, tanto pela frase “para nascer de novo é preciso um ventre”, como pela questão “onde podemos nós renascer para a vida senão num colo materno?”, intuiu-se a esperança que está na origem do Santuário de Fátima. A mesma esperança originária em Fátima que viria a ser reafirmada pela irmã Sandra, mais à frente, com a frase: “o acontecimento e a mensagem de Fátima fazem de Fátima um lugar materno onde é possível tocar e acolher de Deus a luz desta esperança”.

Na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima ecoaram as palavras da irmã Sandra Bartolomeu que, a partir das Escrituras, nos deram duas imagens distintas: uma do Antigo Testamento, outra do Novo Testamento. Na primeira, “o Senhor conduziu o profeta Ezequiel a um vale repleto de ossos ressequidos”, mortos, os quais, Deus, imbuindo-os com Espírito, fez voltar à vida. Na segunda, o “túmulo novo cavado na rocha, no ventre da terra”, que “acolheu o corpo morto de Jesus”, o túmulo “inundado pela luz da Ressurreição de Cristo”. Antes de propor para reflexão estas imagens, a irmã Sandra Bartolomeu proferiu a seguinte afirmação: “Deus é o Senhor da História”.

Pela evocação da esperança ancorada em Cristo e na Ressurreição, aparente morte mas vida eterna, a irmã Sandra Bartolomeu, referiu a “manhã do dia novo”, o “bálsamo da misericórdia, da paz e da alegria que envolvia os discípulos de Cristo”, fundamentos da possibilidade de renascer, “para o mundo, a esperança”. A partir das origens de Fátima, lembrou “1917, […] no ano mais crítico ou mais ressequido do início do século XX, no vale da Cova da Iria, uma aparição” e citou, das Memórias de Lúcia de Jesus, as palavras de Lúcia sobre a “Senhora mais brilhante que o sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina atravessado pelos raios do sol mais ardente”. Figura de luz que a palestrante mencionou e ofereceu, em proposta interpretativa, como “luz que brilhou no túmulo”, “transparência da esperança que não nos ilude”, “capaz de vencer os dramas da nossa humanidade”.

A irmã Sandra Bartolomeu ressalvou que a esperança contida nos encontros com os Pastorinhos “estende-se a todos os peregrinos da esperança de Deus”, sem deixar de referir que “para a esperança é necessário um compromisso com Deus”, que se torna “um compromisso com a salvação da humanidade que Ele ama”. Uma transformação do “coração que se volta para Deus e para o que Ele ama”. Demonstrou que os Pastorinhos incorporaram a mensagem nas suas vidas, pela compreensão da necessária transformação, “para iluminar a humanidade nas suas horas mais sombrias e inquietas”.

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À palestra seguiu-se o momento musical do Encontro na Basílica, com um recital interpretado pelo Ensemble do Serviço de Música Sacra do Santuário de Fátima, sob a direção do maestro José Leite. Com peças como Ubi caritas de Ola Gjeilo, Cantate Domino de Hans Leo Hassler, Ave Maria de Franz Biebl, Confitemini Domino de Giovanni Pierluigi, O Sacrum Convivium de Tomás Luís de Victoria e Senhora, nós Vos louvamos, de Manuel Faria, o recital “procurou ser reflexo da mensagem da Senhora de Fátima para o mundo: amor, misericórdia, graça.

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HORÁRIOS

07 jun 2025

Missa, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima

  • 07h30
Missa

Rosário, na Capelinha das Aparições

  • 10h00
Terço
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