02 de junho, 2025
![]() “O voluntariado faz de nós melhores pessoas"“Haverá lugar para a esperança?” foi o tema do Jubileu dos Voluntários, que decorreu a 31 de maio, no Santuário de Fátima.
Cerca de 600 voluntários de todo o país, incluindo Madeira e Açores, tiveram a oportunidade de integrar o Jubileu dos Voluntários. No âmbito do Ano Santo 2025, o Santuário de Fátima organizou o encontro, através do qual se pretendeu assinalar a importância do voluntariado para o fortalecimento das comunidades e para a promoção do bem comum.
“Não se pede, dá-se!” No dia em que decorria a campanha do Banco Alimentar contra a Fome, que envolveu 40 mil pessoas em todo o país, Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, apresentou o voluntariado como algo que vem do coração. “Quando tentamos pedir que as pessoas sejam voluntárias, nunca corre nada bem”, disse a convidada, ao destacar a campanha nacional de recolha de alimentos como uma das maiores ações de voluntariado do país, só possível graças às parcerias com milhares de entidades e organizações”. Catarina Furtado, apresentadora de televisão e fundadora da Associação Corações com Coroa, reforçou a ideia apresentada por Isabel Jonet e perspetivou o voluntariado como “uma espécie de chamamento”, assumindo que o mesmo se ensina, “tal como a empatia”. A convidada falou também sobre a solidariedade, que defendeu como uma dinâmica “horizontal e não vertical”. Ser solidário “não é estar num estatuto superior e olhar para baixo”, defendeu.
Um voluntariado profissionalCatarina Furtado partilhou como é ser voluntária profissional, assumindo que dedica à sua agenda como voluntária o mesmo exercício de responsabilidade que dedica ao seu trabalho, onde tem de “fazer uma ginástica muito grande” para manter esta dinâmica de serviço. D. José Traquina, bispo de Santarém, destacou os voluntários que colaboram na vida da Igreja, com números particularmente impresssionantes na catequese, no Corpo Nacional de Escutas, na Cáritas Portuguesas e nas Conferências de São Vicente de Paulo. Ao referir os números deste serviço voluntário na neste âmbito, definiu o voluntariado como “do melhor que a natureza humana faz, defendendo a ideia de que se aprende a gostar de ajudar..
Catarina Furtado defendeu a necessidade de haver formação para voluntários. “Já encontrei muitos voluntários com extremama boa vontade, porque qualquer um deles tem o coração aberto para dar, mas acontece muitas vezes as pessoas não estarem preparadas para as situações”, acrescentou a convidada. Além da formação, Flávio Soares, fundador e presidente da Associação Effectus, reforçou também a importância da vontade de ajudar. “Na lógica do voluntariado, damos e recebemos… É uma necessidade intrínseca do próprio ser humano”, afirmou, ao sublinhar a importância de se compreender o espaço devido nesta dinâmica. A importância da estrutura e da responsabilidade foram tópicos refletidos pelos intervenientes na conversa. D. José Traquina reforçou a importância do compromisso e da responsabilidade e defendeu que o voluntariado precisa de ser organizado.
“Algo que permite trazer esperança ao mundo” Na conclusão do debate, a ideia de que o voluntariado traz esperança foi unânime entre os oradores. “O voluntariado faz de nós melhores pessoas e faz com que a nossa vida fique rica, refletindo-se na promoção do bem comum. Faz a sociedade, como um todo, mais coesa, mais justa, mais solidária”, disse a presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome. O encontro terminou com um forte aplauso à partilha de experiências e conhecimentos dos quatro oradores. Seguiu-se um momento musical que encerrou o encontro, coma atuação do coro infanto-juvenil do Santuário de Fátima, Schola Cantorum Pastorinhos de Fátima. O programa do jubileu começou de manhã, na igreja paroquial de Fátima, onde se fez memória dos Pastorinhos, com evocação do seu batismo. Seguiu-se um percurso a pé, até à Capelinha das Aparições, onde se recitou o Terço e se celebrou a Missa, presidida pelo reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas.
|